Coluna do torcedor: Carta aberta ao Turco

 

 

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Por: Mariana Capachi

Em 2021 finalmente depois do clamor da torcida, Cuca resolveu voltar para o Galo. Foi um retorno controverso porque apesar de uma grande passagem vitoriosa pelo Clube, havia uma via pregressa. Nesse meio tempo, denúncias de estupro rondaram o treinador, e mesmo diante de uma forte oposição de “Cuca Não”, o clube optou pela contratação do treinador. E tivemos um ano glorioso. Conquistamos dois “bicampeonatos” inéditos: O Bi brasileiro tão sonhado e aguardado por parte da torcida, e o Bi da Copa do Brasil. A consagração como o MAIOR treinador de todos os tempos foi consolidada, daí em diante, somente coisas boas seriam esperadas.

Mas aconteceu o inesperado (para alguns já esperado). Depois de um ano vitorioso ele novamente (alegando problemas familiares) pediu afastamento e novamente (sim, porque não foi a primeira vez), nos deixou “ao Deus Dará”. Contávamos com um ano de continuidade do trabalho iniciado. E novamente ficamos “chupando dedo”. Eu brinco que costumo ter uma balança das passagens do Cuca pelo Atlético, onde pondero a gratidão e a decepção. E essa balança pesa desfavorável. Porque ela não vem de 2021… Ela pesa desde 2013 quando ele nos deixou na final do mundial. Até aí tudo bem…. Mas o que vem depois é o que preocupa.

Após 2013 foi muito complicado achar um técnico que desse certo no Galo. A não ser Levir que conseguiu conquistar o título da Copa do Brasil 2014 (e que já tinha um grande vínculo com a torcida), nenhum mais serviu, vivíamos refém do Cuca, e o meu medo (que vem cada dia mais tornando realidade) era que isso se repetisse. E se a história serve de experiência, estamos de novo entrando na “Roda Gigante” dos técnicos. Precisamos ficar livre do “carma” do Cuca, mas isso vai depender muito mais da torcida que dele.

Já rodamos nessa roda gigante por mais de 10 anos a ponto de ficarmos tontos, técnicos entraram e saíram. Muitos caíram inicialmente nas graças do torcedor, mas a falta de paciência os derrubaram, e hoje voltamos a viver a mesma situação com Antonio Mohamed, vulgo “Turco”.

Ele recebeu um “legado”. Um time campeão, mas que se formos analisar friamente, metade do time não faz mais parte do plantel. Ainda assim, ele conquistou “números” mais favoráveis que seu antecessor (que em determinado momento – talvez por sua inicial rejeição – foi pedida a sua cabeça e ele pediu um voto de confiança da torcida que prontamente deu. Mas ele era o Cuca. Campeão da Libertadores. O maior título atingido pelo Galo nas últimas décadas. Porque dar o voto de confiança para um mero desconhecido?).

Muitos falam: o time do Galo está irreconhecível, está desorganizado, “desaprendeu” a jogar bola. Mas esquecem que até meados de abril o mesmo time do Cuca, conhecedor profundo do futebol brasileiro, estava tão ou mais desorganizado que esse. Mas veio o voto de confiança. Que além de não darem para o Turco, estão atribulando todo o trabalho (sem contar com os constantes desfalques e o time muito diferente do que tínhamos ano passado.

Então antes de pedir a cabeça do treinador, vamos analisar friamente: quantos desses jogos deixamos de ganhar por culpa exclusiva de nossos jogadores que não conseguiram marcar? Quantos desses jogos de fato as substituições foram culpadas e surtiram efeito negativo?

Quantos jogadores Cuca tinha no banco que ele não tem? Será que vocês estão tendo boa vontade em analisar os jogos com a realidade de hoje, ou é só uma comparação com a realidade passada?

Eu na matemática se tenho uma equação onde tenho X+Y+Z para somar, esse ano não posso comparar essa equação se uma das variáveis não fazem mais parte da equação. E perdemos várias variáveis.

É muito fácil culpar o técnico, quando principais jogadores inclusive não estão 100% focados em campo. Por isso eu venho falar que eu estou 100% com o Turco. Eu ia escrever para ele como ano passado escrevi para o Hulk… Mas não tenho as redes sociais dele. Então eu publico como carta aberta mesmo.