Clássico: Galo vence o América
Com Guga na lateral direita, Alerrandro na vaga de Ricardo Oliveira e Terans no meio de campo, quase todo o considerado time titular do Galo encarou o América, ontem, no Mineirão.
Apesar do começo tenebroso na Copa Libertadores, a competição continental foi esquecida momentaneamente e o foco se virou para o Campeonato Mineiro. Com um ótimo aproveitamento jogando grande parte do estadual com os reservas, o objetivo do Atlético era vencer mais uma partida e garantir a primeira colocação definitivamente.
Como deve ser em um bom clássico, ambos os times se empenharam em buscar a vitória já que à essa altura do campeonato os três pontos valem muito.
Ao contrário do esperado, o América não foi ao Gigante da Pampulha apenas para assistir ao Atlético jogar. O time do treinador Givanildo Oliveira propôs o jogo durante boa parte do primeiro tempo, e não apenas esperou algum contra-ataque para criar uma oportunidade.
A movimentação do Galo também era muito boa, Luan passeava da direita para o meio de campo e, mais uma vez, foi o grande responsável pelo gás do time alvinegro. Cazares, em contrapartida, pouco fez e acabou quase não sendo notado porque não participou das ações do Atlético durante o primeiro tempo.
Quando o Coelho era o dono de toda a pressão do jogo, o Galo chegou ao gol. Terans cobrou escanteio, Luan cabeceou no travessão e Rever, aproveitando o rebote, mandou a bola para o fundo das redes, aos 27 minutos. Gol do Capitão América na hora certa, nos colocando em vantagem na briga pela liderança.

Após o tento, o Atlético passou a valorizar a posse de bola e acabou dando uma desacelerada. O América, que não se intimidou mesmo após estar perdendo, se aproveitou disso e foi para cima.
Aos 38 minutos a pressão do Coelho surtiu efeito, em mais um lance de bola parada. Após cobrança de escanteio, Felipe Azevedo, livre, marcou o gol americano em uma falha defensiva do Galo e deixou tudo igual.
Tanto o Galo quanto o América se movimentaram bem durante a primeira etapa, portanto, o resultado foi mais que justo. Cazares, que não fez muita coisa, acrescentaria muita qualidade ao time atleticano caso apresentasse o bom futebol das últimas partidas e poderia ter feito a diferença, nos colocando um passo à frente do Coelho. Infelizmente, o único que parecia disposto a ser o diferencial do time no Mineirão era Luan, aquele com quem sempre se pode contar.
Para o segundo tempo, Léo Silva substituiu Rever, que passou mal no vestiário, por conta de uma virose. É claro que se pode confiar maior zagueiro-artilheiro da nossa história, mas levando em consideração a boa movimentação que tinha Rever até então, sua substituição poderia tirar qualidade do time do Atlético.
Buscar mais gols na etapa complementar e alcançar a vitória era o objetivo do Galo. Por mais que o América estivesse também disposto a chegar ao triunfo, não havia espaço para decepção para os atleticanos que encheram o Gigante, principalmente após a expulsão de Matheusinho, que chegou covardemente com um carrinho em Cazares, deixando o Atlético com um a mais.
Luan foi novamente decisivo quando o segundo gol atleticano saiu, já que mandou a bola para Alerrandro em um verdadeiro “faz e me abraça” para desempatar o jogo. Gol de artilheiro e Galo na frente de novo.
Mesmo à frente no placar e em vantagem numérica, o Galo não sobrou no segundo tempo, muito pelo contrário. O Coelho pressionou o time atleticano e em determinados momentos, parecia até que o Galo era quem tinha um jogador a menos. Um jogo pensado coletivamente e a entrega que faltava a alguns jogadores atleticanos fizeram com que o visitante gostasse do jogo. O América ainda tornou seu ímpeto em mais uma bola na rede, com Paulão. No lance, Igor Rabello não subiu nem dois dedos, à exemplo do que fez contra o Nacional, no Uruguai, e protagonizou mais uma situação sem justificativa para um zagueiro. Não adianta muito ser tão alto se o jogador não se aproveitar disso, não é verdade? Duas falhas consecutivas do ex-Botafogo, que frustra bastante quem vê nele um grande defensor.
Estar com um jogador a mais é uma vantagem muito grande, mas o Galo pareceu não tomar conhecimento disso durante grande parte do segundo tempo. O América era quem ia para cima, mesmo quando as circunstâncias eram favoráveis ao Atlético. A pressão sofrida pelo Galo não é algo que se aceite facilmente, sofrer um gol com um homem a mais, também não.
Não surpreendente, o melhor lado do Galo ficou por conta de Luan. Responsável pela maior movimentação do time alvinegro e por lances decisivos, o Menino Maluquinho deu muita qualidade ao Atlético durante o embate contra o América e participou também do gol da vitória, que veio na bacia das almas.
Aos 45 minutos do 2° tempo Chará, Luan e Léo Silva tentaram balançar as redes no mesmo lance e o agora artilheiro isolado Alerrandro foi quem finalizou para o fundo do gol. Galo na frente no momento em que deveria estar e liderança definitiva garantida.
A entrega do América, que não se absteve de jogar, trouxe um valor ainda maior para a vitória de ontem. Não vimos um jogo perfeito, jogadores como Cazares e Fábio Santos não apresentaram um bom futebol (o primeiro fugindo à regra, o segundo sem surpreender), mas o objetivo final foi alcançado. É claro que o desempenho vale mais que qualquer resultado, já que uma boa sequência só vem de bom futebol jogado à longo prazo. Porém, apesar de não ter controlado todo o jogo ontem, o Galo chegou ao resultado esperado e voltou a marcar gols, o que não fazia há alguns jogos. Que bom seria se isso tivesse acontecido também na Libertadores, que é o que preocupa de verdade…
A situação na Copa Libertadores é delicada, mas o caminho no estadual vem sendo bem trilhado. De maneira nenhuma uma coisa ameniza a outra, mas pelo menos a preocupação não está ainda maior.
Fica cada vez mais claro que o Galo ainda é um time que precisa evoluir muito, coletivamente falando. É preciso que todos os jogadores se entreguem, buscando o bem da equipe como um todo, à exemplo do que faz Luan, para que os comandados de Levir Culpi não sofram tanta pressão desnecessária em jogos como esse.
É um alívio ver Guga na lateral direita, mas também não é correto afirmar que o nosso único problema é Patric. De qualquer forma, vê-lo no banco de reservas ao lado de Elias já pode ser considerado um motivo para começar bem a semana, além da própria vitória.
Na quarta-feira, o Galo visita o Tupynambás, às 21:30. Mesmo que já tenha garantido a melhor colocação no Campeonato Mineiro, é importante vencer para terminar bem a primeira fase, fazendo jus ao bom trabalho que foi feito até aqui, e grande parte dele pelos reservas.
Por fim, ver a alegria de Alerrandro ao final de sua estreia no Mineirão, após decidir a partida com dois gols, e a entrega de Luan durante todo o jogo deixou claro que ainda corre algum sangue nas veias desse time e que há esperança de ver o manto sagrado sendo mais respeitado ainda nesta temporada por quem o representa em campo.
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