Atlético investe mais de R$ 40 Milhões na temporada, mas o elenco continua carente!

 

 

Galo previa gastar R$ 20 milhões em contratações e já investiu R$ 42,7 milhões nesta temporada.

Ramón Martínez foi uma das contratações para a temporada

Por: Angel Baldo, Betinho Marques e Lucas Tanaka 

Como foi apresentado no orçamento no dia 27/11/2018, o documento do Atlético para 2019 prevê um superávit de R$ 2.663.305,00. As receitas foram calculadas em R$ 304.800.000,00 enquanto as despesas provisionadas em R$ 302.136.695,00. Para relembrar detalhes sobre o orçamento do Galo, leiam a matéria feita pelo Fala Galo, que destrinchou à época tudo para a melhor compreensão do torcedor. 

No tocante às contratações, fator de grande ansiedade da torcida, a “fatia” destinada às aquisições para a temporada previam um total de R$ 20.000.000,00 para compra de atletas. Estamos em julho e o valor já superou o estimado, porém, as carências não foram todas supridas, segundo o senso comum. Até aqui, a “torneira” com reforços ultrapassam os 42 milhões de reais, R$ 42,7 Milhões, para sermos mais exatos.

O Atlético já contratou 10 atletas, porém, quatro deles sem custos – Vinícius Góes, Maicon Bolt, Geuvânio e Rafael Papagaio. Os três primeiros estavam livres no mercado e o último veio por empréstimo. Dos cofres alvinegros saíram cerca R$ 8 milhões para a aquisição do lateral-direito Guga. O volante Jair custou cerca de R$ 1,7 milhões, o lateral-esquerdo Lucas Hernández foi negociado por aproximadamente R$ 12 milhões de reais e o volante Ramón Martínez custou pouco mais de R$ 7 milhões aos cofres atleticanos. Para completar, reforçar a zaga era uma das prioridades do Atlético, com isso, para repatriar o capitão Réver foi investido cerca de R$ 1 milhão e para contar com o jovem Igor Rabello, foram despendidos cerca de R$ 13 milhões.

Igor Rabello custou cerca de R$ 13 Milhões de reais

Dessas contratações, podemos dizer que até aqui apenas duas vingaram ou são titulares devido à disparidade qualitativa do elenco. São elas os dois zagueiros: Réver e Rabello. O lateral direito Guga até se mostrou uma boa contratação, mas até aqui não se firmou e hoje podemos dizer que não é o titular absoluto da posição. Uma contratação que ainda não se firmou é a do volante Jair, mas nos últimos jogos o atleta vem tendo destaque. Portanto, hoje já podemos considerá-lo como um titular da posição. Para finalizar, temos as duas últimas contratações, essas feitas nesta janela pelo diretor de futebol Rui Costa. Tratam-se de Lucas Hernández e Ramon Martínez, porém, ainda é cedo para uma avaliação mais ampla.

É importante ressaltar que em grande parte dessas contratações, o Galo teve ajuda de investidores. Os investidores adquirem os atletas e repassam ao Atlético, que vai efetuando o pagamento de forma parcelada ao longo da temporada, além disso, os investidores lucram uma determinada % quando o atleta é vendido.

Para elucidar como comparação, o Flamengo aproxima-se de R$ 200 milhões em contratações em 2019. Outro acima da curva é o Palmeiras. Com apoio da Crefisa, o clube já investiu mais de R$100 milhões. Fora estes, salientando alguns dados não tão claros dos clubes da série A, pode-se dizer que o Atlético está no hall dos sete clubes que mais investiram em contratações, porém, não se acertou. Perdeu o Mineiro, foi eliminado precocemente da Libertadores na primeira fase e saiu recentemente da Copa do Brasil.

Para complementar a análise, o Galo precisa vender jogadores para fechar o ano. Por ter suas receitas despencando nos últimos dois anos e suas dividas aumentando, a previsão de vendas de atletas em 2019 é de 70 milhões. No entanto, lucrou cerca de R$ 38,1 milhões com a negociações dos laterais-direitos Emerson e Marcos Rocha, e do atacante Denílson, além disso, deve receber cerca de R$ 10, 63 milhões (15% direitos + 1,3% clube formador) pela transferência do Douglas Santos, que aconteceu recentemente para o Zenit, da Rússia, o que totalizaria R$ 48,73 milhões. Portanto, a balança ainda está abaixo do previsto. Vender é preciso, mas o desequilíbrio do elenco ainda não permite a está equação fechar.

Sabendo que o orçamento do Atlético e suas condições de atratividade e captação de receitas se assemelham aos gaúchos, neles devem estar os olhos para comparar gestões, convicções e investimentos na base para equilibrar a balança. Desta forma, destaca-se a necessidade de captar “frutos” na base e contratar pontualmente boas peças para o time profissional. A receita não é de bolo, mas é a mais viável dentro do cenário díspar para encarar com sabedoria os clubes do eixo como Palmeiras, Flamengo, Corinthians e São Paulo.

Júnior Chávare, Gerente de base do Atlético

Júnior Chávare recentemente assumiu a base do Galo e ainda está organizando o formato de trabalho que deseja. A grande questão é: investir em base é como investir em educação. Ou seja, os frutos não são colhidos na “velocidade da luz”. Daí, a criatividade e o trabalho precisam de convicção e não se pode dispersar. Além de um relatório, o diretor já está agindo e contratou vários garotos para reforçar o “alicerce” do Sub-20 do clube, são eles:

  • Thales Quadros – atacante (Tubarão);
  • Lucão – zagueiro – (Betis);
  • Samuel Toscas – lateral – (Betis);
  • Wesley – atacante – (Tupi);
  • Wesllen Reis – lateral – (Tubarão);
  • Luciano – atacante – (Tubarão);
  • Pedro Henrique – meia – (Tupi);
  • Bruno Silva – atacante – (Chapecoense);
  • Micael Silva – zagueiro – (Independente)

O que mais importa neste momento é que as contratações sejam sempre por quesitos técnicos, ou seja, que tenham valor de mercado para o Galo, não para os empresários. Ao perceber tantas chegadas para o Sub-20, algumas perguntas ficam no ar: Por que tantas contratações? A qualidade e/ou seleção estavam desproporcionais ao CT? Por que a base não tem titular absoluto (Alerrandro ainda está oscilando) no time principal? 

O esporte hoje representa cerca de 2% do PIB mundial, portanto, a competição sempre será grande nos gramados e nos mercados que vendam este negócio chamado futebol. Portanto, além de mover multidões, é preciso atrair o mercado e ter bons produtos. Na escassez de grana, que se tenha um equilíbrio entre bons nomes e “diamantes” da base a lapidar. Ao Atlético cabe uma criatividade de mercado por estar fora do eixo, mas há em contraponto uma marca valiosa, que muitas vezes espera uma revelação, ou ao menos a jaqueta da Le Coq chegar antes do inverno findar. Convicção!

Gastamos mais que o orçamento, mas estamos em busca da batida perfeita! O Fala Galo levanta a reflexão, agora é com vocês!

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