É tempo de festas… É tempo também de muitas reflexões…
Foto: Flickr Atlético
Por Max Pereira, do Fala Galo, em Belo Horizonte
E, para muitos, é também tempo de especulações. Nem bem chegamos a 10 dias da conquista da Copa do Brasil pelo Atlético e o clube, segundo as “notícias”, as “bombas” e as manchetes de conteúdo panfletário já teria promovido um desmanche de consequências imprevisíveis, já teria balançado os mercados nacional e internacional com várias contratações bombásticas e, ao mesmo tempo, também teria perdido o apoio dos mecenas, em particular da família Menin que, em 2022, não faria mais aportes no clube.
Em meio a esse disse me disse, uma “noticia” merece atenção em particular. Enquanto Diego Costa é possivelmente especulado no futebol espanhol e no mundo árabe, tem gente que dá como certo que o centroavante ibero-brasileiro sonha e quer jogar no Timão ao lado das estrelas cadentes da equipe mosqueteira. Só dependeria de o Atlético liberá-lo de graça como EXIGE o clube de Parque São Jorge. “EXIGIR”, é esse, sem tirar e nem colocar o verbo utilizado na “noticia” veiculada com pompa por um “renomado” formador de opinião da mídia paulista.
Uma verdadeira “bomba” midiática com endereço certo: a Massa atleticana, em particular aquele segmento da torcida alvinegra que compra tudo pelo papel de face, i.e., de forma acrítica e açodada, e que, óbvio, passaria a também a “EXIGIR” a saída do artilheiro. Sem ambiente no alvinegro das Gerais, só restaria ao artilheiro seguir rumo ao seu “sonho”, o alvinegro da Paulicéia desvairada. Assim, de “exigência” em “exigência”, a galinha corintiana encheria o papo. E o Galo? O Galo, claro, teria se livrado de um jogador “problema”. Afinal, não é isso que dizem de Diego Costa? Gente, chapéu de trouxa é marreta.
Portanto, o noticiário desta época do ano é despejado aos quatro ventos de forma panfletária. Um verdadeiro “samba do crioulo doido”, claro sem a genialidade e o talento do grande e saudoso Sergio Porto, o imortal e inesquecível Stanislaw Ponte Preta. Mas, ao sabor de interesses heterodoxos, a maioria inconfessáveis. Ou seja, provocar as mais diversas reações e cristalizar toda a sorte de objetivos. Reconheço tratar-se de uma pauta sedutora e, que por isso, está na ordem do dia tanto da mídia convencional quanto da mídia alternativa e, óbvio, e da maioria absoluta de seus consumidores.
Ano velho que se vai, ano novo que chega com a promessa de renovação, de novos tempos, de novas conquistas. Nesta época do ano a tradição cristã impõe recolhimento, confraternização, celebração e, como não podia ser diferente, muita reflexão.
O Atlético chegou ao final de 2021 colhendo resultados fantásticos e não é difícil imaginar que o clube queimou etapas, tanto no que tange à conquista de títulos de ponta, quanto ao cumprimento com superávit de seu orçamento para a temporada. Curioso observar que a meta de vendas de atletas projetada para esse 2021 não foi atingida, graças fundamentalmente à pandemia que faz o planeta se contorcer em uma crise financeira de prognósticos ainda indefinidos e nada tranquilizadores, enquanto as premiações derivadas do desempenho do time nas três competições de ponta que a equipe atleticana disputou atingiram números bem maiores que aquele estimados no início da temporada em sua peça orçamentária.
Desnecessário explicar que só foi possível bater com folga a meta de premiações graças à manutenção de praticamente todo o elenco da temporada anterior e às contratações relevantes pontuais que o encorparam. Não é segredo até para o mais incauto dos observadores que no futebol de hoje não se joga, não se vence e nada se conquista só com 11 titulares.
Não sem razão, muitos defendem que o melhor reforço para o Atlético seria a manutenção do elenco atual, preferencialmente não se desfazendo de ninguém, o que, convenhamos é muito difícil. Por isso, muito se fala também que o clube manterá a base atual, negociando um ou outro atleta, sem pressão do mercado e sem deixar de cuidar da reposição e da qualificação do grupo.
Não é novidade para quem acompanha o Atlético que o clube vem passando por uma profunda mudança organizacional, estrutural e administrativa, cujo objetivo é o equilíbrio de suas finanças, governança solida e profissional e valorização da marca, ao fim de que, a transformação do clube em empresa será o passo inevitável, o corolário de todo esse processo.
E fazer o Atlético chegar ao final de 2022 cada vez mais próximo de sua autossuficiência e com um time capaz de dar à sua nova casa, a Arena MRV, o que um empreendimento desse porte requer de um carro chefe de excelência para também ser autossustentável, é, sem nenhuma dúvida, a meta maior.
Mas, paralelamente a tudo isso, a situação econômico financeira do clube continua delicada e o alto endividamento do Atlético ainda preocupa seus dirigentes e aos mecenas. E, se a crise é planetária, o Atlético não é imune a ela. Problemas que ficam para 2022 e que requerem engenharia financeira. Não há mágica. E também não comporta soluções amadoras, do tipo “fáceis” que pululam na história do clube.
Ano velho que se vai, ano novo que chega para o Atlético com a expectativa de muitas conquistas mais, mas com muitos desafios e dificuldades e, também, com a promessa de muitas emoções.
Portanto, para o Galo mais famoso e querido do mundo este final de temporada não é apenas de festas, de comemorações, de confraternizações e, muito menos, de especulações. É de planejamento, de bastante trabalho e de muitas, muitas reflexões.
Um feliz natal, boas festas, muita paz e saúde. E lembre-se: é tempo de muitas, muitas reflexões.