DNA de Campeão: Ter ou não ter, eis a questão!
Foto: Flickr oficial do Atlético
Max Pereira – 26/11/2020
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Não obstante o sonho da conquista do tão desejado “bi” no campeonato brasileiro continue muito vivo no seio da massa, a crença de que o Atlético não tem DNA de campeão vem crescendo e sendo perigosamente difundida nas redes sociais atleticanas.
Mas, o que é DNA de campeão, o que estaria alimentando essa “verdade” nas mentes e nos corações alvinegros e por que o imaginário atleticano é historicamente um solo fértil para este tipo de teoria e, principalmente, para a aceitação do fracasso?
O DNA (Ácido Desoxirribonucleico) é uma molécula presente no núcleo das células dos seres vivos que carrega toda a informação genética de um organismo. Nesse sentido, no DNA estão relacionadas as características físicas e fisiológicas do nosso corpo. Por esta razão, o DNA tem papel fundamental na hereditariedade, sendo considerado o portador da mensagem genética.
Transportando estes conceitos para um clube de futebol teria o Atlético em suas “moléculas” o DNA de campeão, ou seja, as características de um time vencedor e campeão?
E quem seriam os “pais” do Atlético, ou seja, os geradores da mensagem “genética” que o DNA do clube porta e que o definiria ou não como um time vencedor e campeão?
Seriam a história e a tradição do clube? Seriam as cores de seu pavilhão? Seria a paixão imensurável e irracional de sua torcida? Seria tudo isso, junto e misturado?
No artigo “CLUBE EMPRESA OU ASSOCIAÇÃO? O QUE É IMPORTANTE É A QUALIDADE DA GESTÃO” alertei que cabe ao torcedor atleticano “vigiar, cuidar e cobrar para que o Atlético, associação ou empresa, tenha uma gestão moderna, de excelência, transparente e profissional” que “garanta, para todo o sempre, que o Galo jamais perca a sua essência e identidade”.
Ah! Então, poder-se-ia dizer que a essência e a identidade do clube seriam o DNA do Atlético?
Assim como ocorre com todos nós seres humanos e, ainda que muitos não se apercebam, os clubes e o futebol sofrem contínuas transformações. Evolução e história sendo escrita.
O Atlético é uma entidade complexa que não se encerra nas paredes da sede de Lourdes ou se limita aos campos de treinamento da Cidade do Galo. Houve um tempo em que aterrorizava os seus adversários no velho estádio Antônio Carlos, onde hoje se ergue o imponente Shopping Diamond Mall. E nem foi ali que a historia do time do povo das montanhas começou.
Fundado no já longínquo 1908 por um grupo de garotos sonhadores que se reuniu no velho coreto do Parque Municipal, o então Atlético Mineiro Futebol Clube desfilou a sua camisa preta e branca e brilhou primeiro no primeiro campo do clube, localizado na antiga Avenida Paraopeba, hoje Augusto de Lima, no quarteirão onde se situa atualmente o Minas Centro, em frente ao velho Mercado Central.
A história do Atlético, prenhe de tantas vitórias épicas e também de derrotas doídas, mostra a trajetória de um gigante que não sabe a força que tem. Dizem que se o elefante soubesse a força que ele tem o leão não seria o rei dos animais. Gigante por natureza o Atlético insiste em desprezar suas possiblidades, sua força e seu valor, permitindo apequenar-se nos bastidores. E isso tem se refletido duramente dentro das quatro linhas.
É preciso fazer esse gigante acordar. É preciso fazer esse gigantismo natural se refletir no dia a dia do Atlético, dentro e fora do clube. É preciso que o Atlético, como clama o companheiro Betinho Marques, extremamente lúcido como sempre, “pare de se sabotar e alimentar abutres”. Aqui está o pulo do gato: PARAR DE SE SABOTAR.
Se entra ano, sai ano, Brasileirão sim, outro também, dentro de campo o time atleticano se contorce em suas instabilidades e é sempre duramente punido pelas escolhas erradas de seus responsáveis, nos bastidores do futebol o clube também vem falhando feio.
Ser campeão passa por detalhes, disse em suas redes sociais um galista que sabe das coisas. E ele ainda nos ensina: “A sintonia deve estar em todos os personagens, cada um em seu lugar, em cada função. Uns jogando, outros cuidando”. Senão, “A BOLA PUNE”, como defendi nesse artigo publicado no Blog Canto do Galo do jornalista atleticano Eduardo Ávila, no Portal UAI.
Assim como a sua história e o próprio clube não se confinam em suas estruturas e patrimônios antigos e atuais, o Atlético é um ente complexo do qual a sua massa torcedora é componente vital e indivisível.
A história do Atlético está sendo escrita hoje, agora e, se nenhum atleticano pode reescrever o passado, pode sim escrever o futuro.
Daí porque venho alertando nesse espaço sobre o papel do torcedor atleticano. Daí que, como “pais” do Atlético, os atleticanos podem fazer o gene de campeão e vencedor energizar esse organismo hoje conturbado e instável e, assim, despertar esse gigante adormecido.
Ah! O primeiro passo é romper com a síndrome do sofrimento e da desnecessidade de títulos. Tudo é tão sofrido porque assim o purgamos, por que assim o ruminamos.
Se você atleticano quer transformar o Atlético no clube de seus sonhos, você, antes, tem que transformar a si mesmo.
Ser campeão passa por detalhes. E um detalhe imprescindível está na capacidade do atleticano de fazer daquele emblemático “Eu Acredito” uma força transformadora que venha de dentro, do mais profundo do seu ser. Eis a questão.