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Em virada sensacional, Galo vence o Atlético-GO e é líder do Brasileirão com um jogo a menos

Foto: Flickr oficial do Atlético

 

Jéssica Silva
20/09/2020 – 01h50
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Teoricamente, a partida contra o Atlético-GO seria a ocasião perfeita para que o Galo alcançasse os três pontos com certa facilidade. Porém, jogando melhor durante todo o primeiro tempo, o dono da casa saiu na frente e obrigou o time de Sampaoli a buscar a virada na etapa complementar apesar de todas as dificuldades. Com protagonismo de Keno, que marcou um hat-trick, o Atlético saiu vitorioso do Estádio Olímpico e assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro, mesmo tendo disputado um jogo a menos que as demais equipes.

Nos primeiros quarenta e cinco minutos de jogo, o Atlético conseguiu perceber que teria dificuldades para alcançar o triunfo. O xará goianiense se organizou bem defensivamente, mas isso não o impediu de atacar. A cada chegada do Dragão, era nítida a possibilidade de ver a defesa do Galo sucumbir ao ímpeto dos goianos.

O lateral-direito Guga não apoia o ataque como Arana, que joga no lado oposto do campo, mas mesmo assim é quem deixa mais espaços para os adversários chegarem com facilidade ao gol atleticano, o que acaba prejudicando todo o planejamento feito para evitar que a defesa seja vazada.

Obviamente um time que se propõe a jogar para frente, característica das equipes treinadas por Sampaoli, deixará espaços em sua defesa. Somando a isso o fato de que o Atlético-GO também queria jogo, o Galo passou sufoco no primeiro tempo, apesar de também ter criado oportunidades.

O Dragão saiu na frente, o Atlético teve um gol bem anulado pela arbitragem, já que Savarino estava adiantado no momento em que empurrou a bola para o fundo das redes, e Keno perdeu uma oportunidade claríssima de empatar a partida, tudo isso na primeira etapa. Felizmente, o Galo tem na beira do campo aquele que muitos consideram como o melhor técnico em atividade no Brasil, o que faz toda a diferença no rumo de uma partida.

Jorge Sampaoli simplesmente não se entrega e aproveita cada minuto de jogo. A fim de mudar totalmente a postura do Atlético, trouxe ao time Nathan e Igor Rabello, sacando Guga e Allan.
Com Nathan, a qualidade no toque de bola aumentou consideravelmente, o que permitiu ao Atlético ter chances mais claras de gol. É impressionante como nem mesmo uma lesão e um bom tempo fora dos gramados conseguiram apagar a estrela do meia, que vive grande fase com a camisa alvinegra.

A reação começou justamente com ele, que sofreu pênalti, Keno bateu bem e empatou a partida no Estádio Olímpico. No entanto, antes que a Massa pudesse comemorar, o Atlético-GO voltou a ficar a frente no placar, frustrando os planos do Galo por alguns minutos.

A derrota do Internacional para o Fortaleza minutos antes davam ao jogo disputado em Goiás um peso muito maior. Um triunfo e o Galo seria o primeiro colocado na tabela do Brasileirão, mesmo com um jogo a menos.

As falhas defensivas na equipe de Sampaoli são consideráveis e a defesa do Atlético tem realmente uma facilidade muito grande em levar gols, mas quantas vezes você viu um Galo com criatividade e ânimo o suficiente para buscar o ataque mesmo quando está em desvantagem? Sob o comando da maioria dos treinadores que tivemos até aqui, isso não aconteceria.

O principal ponto positivo do Galo 2020 é não se deixar abater por qualquer que seja o resultado e acreditar que é possível mudar o rumo do jogo antes do apito final. Sampaoli acreditou, Nathan também e Keno, principalmente. Com um gol do meia e mais dois do atacante, o Galo arrancou os três pontos do Atlético-GO, que vendeu caro sua derrota, e alcançou a ponta da tabela com total merecimento.

É importante ressaltar que a qualidade apresentada pelo mandante valoriza o feito atleticano e deixa claro também o quanto o Galo está bem servido de goleiro, já que Everson fez importantes intervenções durante a partida, conseguindo evitar uma dificuldade maior para seus companheiros de time.

O time da casa ainda chegou a marcar seu terceiro gol, o que reafirma que a defesa atleticana ainda “bate cabeça” em determinados momentos, mas nada que atrapalhasse a alegria de um sábado à noite.

Há quem diga que Keno finalmente estreou pelo Atlético e é indubitável que sua atuação foi precisa, avassaladora, praticamente perfeita, não só pelo triplete. Isso não quer dizer que o atacante não tenha cometido erros, a equipe toda não se encontrou durante o primeiro tempo, mas as falhas foram superadas pelos acertos e é isso o que conta no fim.

Vencer com os pés nas costas é excelente, mas alcançar uma vitória aprendendo a superar as dificuldades impostas pelo adversário, seja ele quem for, molda muito mais que bons jogadores, molda campeões. O Brasileirão é difícil, muito longo e obviamente time nenhum vai se render facilmente, logo, a capacidade do Atlético de se reinventar em um único jogo quantas vezes for preciso lhe dá uma vantagem muito grande em relação às demais equipes.

Mais uma vez, o Galo terá uma semana para se preparar para o próximo duelo, já que enfrenta o Grêmio somente no próximo sábado, às 21h00, no Mineirão.

Torcer pelos tropeços de seus concorrentes diretos é tão importante para o Atlético quanto vencer suas partidas, já que dessa forma Jorge Sampaoli e seus comandados poderão se distanciar do restante das equipes, criando o que se chama de “gordura” para terem mais tranquilidade na sequência da competição e seguirem com seu indiscutível excelente trabalho.

ATLÉTICO-GO 3 X 4 ATLÉTICO

Atlético-GO
Jean; Dudu (Gilvan, aos 15′ do 2º), Éder, João Victor e Nicolás; Edson, Oliveira (Matheus Vargas, aos 26 do 2º) e Chico; Janderson (Matheusinho, aos 22 do 2º), Gustavo Ferrareis (Everton Felipe, aos 22 do 2º) e Renato Kayzer
Técnico: Vágner Mancini

Atlético
Everson; Guga (Igor Rabello, no intervalo), Réver, Junior Alonso e Guilherme Arana; Jair, Allan (Nathan, no intervalo) e Alan Franco; Savarino (Mailton, aos 37′ do 2º), Keno (Sávio, aos 37′ do 2º) e Sasha (Mariano, aos 21′ do 2º)
Técnico: Jorge Sampaoli

Motivo: 11ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: Estádio Olímpico, em Goiânia (GO)
Data e horário: sábado, 19 de setembro de 2020, às 21h (de Brasília)

Gols: Oliveira, aos 20′ do 1º; Keno, aos 7′ e Gustavo Ferrareis, aos 9′, Nathan, aos 14′ , Keno 19′ e 32′ e Gilvan 49 do 2º
Cartões amarelos: Renato Kayser, aos 51′ do 1º; Edson, aos 39′ do 2º

Árbitro: Edina Alves Batista (FIFA-SP)
Assistentes: Neuza Inês Back (FIFA-SP) e Evandro de Melo Lima (SP)
VAR: José Cláudio Rocha Filho (SP)