De virada, Galo perde para o Bahia e deixa escapar a liderança do Brasileirão

Foto: Flickr oficial do Atlético

 

Jéssica Silva
19/10/2020 – 23h35
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Internacional e Flamengo, concorrentes diretos do Atlético ao título de campeão brasileiro, garantiram seus respectivos resultados na rodada, o que fez com que o Galo dependesse apenas de uma vitória para se manter na liderança. Infelizmente, como vem sendo comum nos últimos anos, o Atlético não soube lidar com a dependência do próprio resultado para alcançar seu objetivo e foi derrotado pelo Bahia de Mano Menezes.

Durante o primeiro tempo da partida o time atleticano até se comportou como ele mesmo. A equipe conseguiu manter a posse de bola, foi criativa e dominou o adversário, o que parecia ser o presságio de mais uma vitória do time de Sampaoli, mesmo que os comandados do técnico argentino tenham perdido diversas oportunidades.

Se mantendo sempre no ataque durante a primeira etapa e dificultando a vida dos marcadores baianos, era de se esperar que o Galo voltasse para o segundo tempo apenas para manter sua segura atuação e ampliar o placar, mas o que aconteceu foi muito diferente disso.

Conforme o Bahia melhorava sua postura na etapa complementar, o Atlético perdia todo o seu domínio. Foram criadas oportunidades pelo time atleticano, principalmente com Savarino e Keno, mas as mesmas foram desperdiçadas novamente e o ditado “quem não faz leva” se fez presente no Estádio de Pituaçu.

Durante o intervalo, Jorge Sampaoli havia sacado Réver do time titular e promovido a entrada de Igor Rabello, que foi um dos algozes da noite passada. A defesa atleticana, que costuma ficar vulnerável por ser parte de um time extremamente ofensivo, cometeu falhas inacreditáveis que culminaram em um resultado desastroso.

O goleiro Everson, que já se mostrou um bom defensor ao usar os pés, vem saindo muito mal do gol, o que mostra que sua segurança com as mãos deixa a desejar. Talvez seja a hora de questionar sua titularidade, já que temos Rafael como opção que, até então, mostrou ser extremamente seguro.

Guga, pra lá de despreparado e agindo como atleta de um time juvenil, e Igor Rabello também contribuíram para que as falhas defensivas do Atlético tenham sido cruciais para o péssimo resultado em Salvador, que inclusive custou ao Galo a liderança do Brasileirão.

A delegação atleticana saiu de Belo Horizonte nos braços da torcida e foi recebida em Salvador da mesma maneira. É no mínimo triste que uma equipe com a qualidade técnica do Atlético tenha sido superada por um time razoável como o do Bahia. Esta foi uma das partidas que tinha tudo para ser uma das mais fáceis para o Galo, mas a equipe alvinegra simplesmente não voltou para o segundo tempo, assistiu ao adversário jogando e o viu se esforçar até o final para alcançar uma virada que parecia improvável, mas aconteceu.

Assim como a boa sequência recente de Sampaoli e o desempenho invejável de sua equipe não eram motivos para agir como se tudo já estivesse ganho, este resultado ruim não pode ser a definição de que tudo está perdido. É realmente preocupante que o Galo tenha alcançado somente quatro pontos em seus últimos quatro jogos, mas não é hora de jogar a toalha.

Se há um treinador que merece um voto de confiança, este é Jorge Sampaoli. Insatisfeito e buscando melhorar até quando o objetivo é alcançado, o técnico argentino não é do tipo que lida bem com derrotas e atuações ruins, o que é motivo o suficiente para acalmar os ânimos até do mais pessimista dos torcedores.

O Atlético ainda tem um jogo a menos e, levando em consideração o quão longo é o campeonato, ainda há a possibilidade de a equipe equilibrar novamente boas atuações e bons resultados, a fim de se manter na briga. Para que isso aconteça, é extremamente necessário que Sampaoli transmita sua insatisfação com clareza e coloque este time nos eixos novamente, para que ele possa gerar o retorno que se espera após o grande investimento feito para a temporada.

BAHIA 3 X 1 ATLÉTICO

BAHIA
Douglas Friedrich; Ernando (Nino Paraíba, aos 33’ do 2ºT), Lucas Fonseca, Juninho e Juninho Capixaba; Gregore, Elias, Edson (Gilberto, no intervalo) e Ramon (Daniel, aos 11’ do 2ºT); Fessin (Alesson, aos 30’ do 2ºT) e Clayson (Marco Antônio, no intervalo)
Técnico: Cláudio Prates (Mano Menezes suspenso)

ATLÉTICO
Everson; Guga, Réver (Igor Rabello, no intervalo), Junior Alonso e Guilherme Arana; Jair, Alan Franco e Nathan (Sávio, aos 36’ do 2ºT); Savarino, Keno e Eduardo Sasha (Marrony, aos 33’ do 2ºT)
Técnico: Jorge Sampaoli

Motivo: 17ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: Estádio de Pituaçu, em Salvador (BA)
Data: segunda-feira, 19 de outubro de 2020
Horário: 20h

Gols: Daniel, aos 23’, e Gilberto, aos 34’ e aos 43’ do 2ºT (BAH) Savarino, aos 20’ do 1ºT (ATL)
Cartões amarelos: Edson, aos 38’ do 1ºT, Gilberto, aos 9’, Elias, aos 39’ , e Alesson, aos 49′ do 2ºT (BAH); Junior Alonso, aos 21’ do 2ºT (ATL)

Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Assistentes: Rafael da Silva Alves e Michael Stanislau (RS)
VAR: Daniel Nobre Bins (RS)