Vergonhoso: Atlético chega à 6ª derrota seguida no Brasileirão
Jéssica Silva
Do Fala Galo, em Montes Claro
24/09/2019 – 2h
Há seis jogos o Atlético não sabe o que é vencer no Campeonato Brasileiro. Na Ressacada o adversário era o Avaí, um time que ainda não havia vencido diante de sua torcida nesta edição do Brasileirão. Fazendo mais uma partida desorganizada, apagada e omissa, o Galo conseguiu a proeza de perder para o lanterna do campeonato e renovou as preocupações de sua torcida.
Dizer que a equipe do Avaí é limitada não seria necessário, mas é importante ressaltar que o momento do Atlético o vem fazendo perder para qualquer equipe, independente de qualidade técnica, colocação na tabela ou plantel. A falta de entrosamento do time – o que não se deve às alterações feitas por Rodrigo Santana para esta partida, já que o problema com o treinador vai muito além disso, é nítida em cada jogada que não nos leva a nada, cada passe errado e em cada lance entregue aos adversários de mão beijada.

O Avaí é uma equipe que normalmente não ameaça, porém, entrou em campo para buscar o resultado. Apesar de suas limitações, o Atlético poderia ter vencido o time do treinador Alberto Valentim se houvesse se empenhado para isso, mas a omissão que tomou conta do time atleticano já há algum tempo não nos permite ver em jogador algum a vontade de fazer do Galo um time vitorioso.
Algumas das derrotas atleticanas dessa dolorosa sequência vieram após erros individuais e momentos de desatenção que presentearam os adversários, mas contra o Avaí o Galo demonstrou uma falta de vontade absurda e perdeu sem fazer a única coisa que deveria: jogar bola. Como o time limitado tecnicamente que é, o mínimo que o Atlético deveria fazer era correr, mas nem isso nós pudemos ver em campo.
O gol do Avaí saiu após uma cobrança de escanteio, o que não surpreende, já que a defesa atleticana sempre deixa espaços para qualquer adversário. O prejuízo no primeiro tempo poderia ter sido ainda maior, mas Cleiton, o único que ainda se salva, defendeu a cobrança do pênalti que foi marcado corretamente para o Avaí e deu ao restante do time a chance de batalhar por uma vitória, chance essa que foi inacreditavelmente desperdiçada. O Galo não conseguiu desenvolver sequer uma jogada durante toda a partida e não chegou nem perto de ameaçar de verdade o time da casa.
O segundo tempo não foi diferente do primeiro, exceto pelo fato de ser lucro não ter visto o Atlético sofrer mais gols. A aceitação do resultado ruim até contra um adversário como o Avaí já é algo que faz parte dos jogadores atleticanos e da comissão técnica. Obviamente, a diretoria do clube também não parece se preocupar com o rumo que o Galo vem tomando em tudo o que disputa.
Lucas Hernández conseguiu o que parecia impossível: igualar sua atuação com as do lateral Fábio Santos. Guga, que já foi muito promissor, também fez com que Patric deixasse saudade.
Léo Silva, indiscutivelmente ídolo, fez uma partida deplorável que quase chega a manchar tudo de bom que ele já fez com a camisa centenária do Atlético. Não é possível que não hajam opções melhores nas categorias de base do Galo, pois os jogadores à disposição de Rodrigo Santana para mesclar reservas e titulares não fazem diferença alguma na atitude do time.
Não se trata somente de limitação física ou técnica, o problema do Atlético é uma falta de vontade injustificável. Cada um ali, seja da diretoria, comissão técnica ou do grupo de jogadores deveria ter o mínimo de comprometimento com o seu trabalho, assim como qualquer ser humano que precisa desempenhar alguma função para sobreviver. Nem no caso de não serem bem pagos essa falta de empenho poderia ser justificada, mas se tratando do ramo de futebol que movimenta milhões, essa preguiça não é e nunca será aceitável.
A partida difícil de ser acompanhada e o péssimo resultado não são saldo do time alternativo que entrou em campo, mas sim do momento do Atlético e da má fase que toma conta de qualquer jogador, seja ele reserva ou titular. Derrota após derrota os atletas não parecem saber o que é cobrança, pois os insucessos não parecem gerar na equipe uma revolta, nem mesmo a vontade de dar a volta por cima. O Atlético vem sendo tratado como uma equipe que pode perder por estar habituada a isso, o que torcedor nenhum jamais aceitará, principalmente porque se trata de um grande clube, cuja camisa merece respeito.
A salvação da temporada pode ser a Copa Sul-Americana, mas como acreditar em uma vitória com propriedade na quinta-feira se o que temos é um time movido a preguiça? Para uma equipe que conseguiu fazer a pior sequência do Atlético no Brasileirão na era dos pontos corridos destruir o sonho de vencer a competição continental não é algo muito difícil.

Falta dedo na cara do jogador por parte da diretoria. Falta bronca do treinador ao atleta que não se doa até o último minuto. Falta cobrança entre todos os setores do clube, inclusive que cada um ali cobre de si mesmo para que sejam melhores em suas funções. O que não falta e nunca há de faltar é apoio do torcedor para a instituição Clube Atlético Mineiro, mas isso não quer dizer que nós não merecemos respeito e empenho dos representantes atleticanos. O mínimo que se espera é comprometimento e vontade de vencer, mas isso o time de Rodrigo Santana não demonstra há muito tempo.
A crise da queda livre no Brasileirão pode ser amenizada com a classificação para a final da Copa Sul-Americana, mas a vaga na decisão só virá se o time entender que o seu principal problema não está no talento que falta, na perna que não corre um pouco mais, nem na dificuldade que o adversário pode trazer. O principal problema dos jogadores do Atlético hoje em dia é a falta de respeito ao que está em jogo e tudo o que representa vestir essa camisa e pisar no gramado. Como torcedores nós nos fazemos presentes, mas o real problema só será resolvido de dentro para fora, o que é algo que vai além do que um torcedor apaixonado pode fazer.
Isso é com diretoria, comissão técnica e jogadores, cada um com a sua parcela de responsabilidade.
É aí que mora o perigo e é assim que nós acumulamos noites mal dormidas.
AVAÍ 1 X 0 ATLÉTICO
Avaí: Vladimir; Léo, Betão, Ricardo e Igor Fernandes; Pedro Castro, Matheus Barbosa (João Paulo, aos 27/2°T) e Richard Franco; Caio Paulista, Jonathan e Lourenço (Mosquera, aos 22/2°T)
Técnico: Alberto Valentim
Atlético: Cleiton; Guga, Leonardo Silva, Igor Rabello e Hernández; Martínez e Nathan; Geuvânio (Luan, aos 17/2°T), Cazares (Otero, aos 33/2°T) e Bruninho (Maicon Bolt, aos 17/2°T); Alerrandro
Técnico: Rodrigo Santana
Gol: Jonathan, aos 26/1°T
Cartões amarelos: Leonardo Silva, aos 32/1°T; Léo, aos 34/1°T; Lourenço, aos 22/2°T; Ricardo, aos 49/2°T
Motivo: 20ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: estádio Ressacada, em Florianópolis
Público: 7.463
Renda: R$ 153.583,00
Data e horário: segunda-feira, 23 de setembro, às 20h
Árbitro: Caio Max Augusto Vieira (RN)
Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva (GO) e Jean Márcio dos Santos (RN)
VAR: Pablo Ramon Gonçalves (RN)
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Edição: Jéssica Silva
Edição de imagem: André Cantini