Verdades e mentiras, as duas faces de uma moeda chamada futebol. Assim dizia Neném Prancha, ou não?

 

 

Por: Max Pereira 
16/06/2020 – 04h00
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Irmãs siamesas, as verdades e as mentiras se misturam e se confundem no mundo do futebol. No Atlético, então … .

No futebol não tem verdade que dura 24 horas. Essa frase é tão surrada que já não se sabe quem é o seu autor. Muitos a atribuem ao celebre e folclórico filósofo do futebol Neném Prancha. Mas, eu não apostaria nisso.

Antônio era filho de Zeferino, um biscateiro e de D. Julia, uma empregada doméstica. Aos 11 anos, foi tentar a vida na cidade do Rio de Janeiro.

Ganhou o apelido de Neném Prancha, por causa das mãos que mediam cada uma 23 centímetros de comprimento, e dos pés (número 44), que sempre calçavam chinelos.

Tornou-se mito do futebol brasileiro devido às suas frases de efeito. Tanto que o escritor Pedro Zamara lançou, em 1975, um livro chamado “Assim Falou Neném Prancha”, sobre o pensamento deste ícone da filosofia futebolística.

Estudiosos garantem, entretanto, que as famosas frases atribuídas ao Filósofo do Futebol nunca foram ditas por ele. Por se tratar de uma figura muito querida, muitos jornalistas fizeram o possível para colocar Neném na mídia.

O grande João Saldanha, por exemplo, criou várias frases sensacionais e as divulgou como se fossem de autoria de Prancha.

Por este fato, muita gente chegou a achar que “o tal de Neném” jamais existiu e que era um personagem inventado. Mal sabiam que esse ex- jogador, ex- técnico de divisões de base do Rio de janeiro e maior frasista do futebol brasileiro, foi quem revelou para o Brasil e para o mundo os craques Heleno de Freitas e o maestro Júnior.

Ao ser perguntado se realmente tinha proferido a mais famosa de suas frases “Pênalti é uma coisa tão importante, que quem devia bater é o presidente do clube”, Neném explicou: “O que eu falei é que o pênalti é tão fácil que até o presidente pode bater.”

A tecnologia hoje disponível e a onda avassaladora das Fake News apenas funcionam como catalisadores, potencializando exponencialmente as mentiras e os mitos que sempre poluíram o imaginário do torcedor, em especial aquele fanático e apaixonado pelo esporte bretão e, claro, pelo seu clube do coração.

A cabeça e o espírito do galista, em particular, giram sem parar, enquanto o seu coração dança e pula ao ritmo do “Samba do Atleticano Doido”. Escrevi sobre isso no artigo “As redes sociais, a imprensa e o samba do Atleticano doido“.

Os técnicos de futebol, no afã de garantirem seus empregos ou de permanecerem ativos no mercado, geralmente mentem até para si mesmos ao defenderem seus projetos ou suas fórmulas “mágicas” de jogar futebol. Esquecem-se que o que deu certo ontem, pode não funcionar hoje, assim como o que dá certo hoje pode não funcionar amanhã.

Como é sabido e ressabido o Atlético, ao vencer a Copa Libertadores em 2013, conquistando a América e a Recopa e a Copa do Brasil em 2014, sinalizara, com propriedade, ter mudado de patamar.

“Isso não tem volta e exige medidas profiláticas em sua gestão de curto, médio e longo prazos”. Discurso e prática: nada tão distante.

Uma das ações fundamentais que o Atlético precisa implementar para ontem é uma forma eficiente, efetiva e eficaz de blindar suas estratégias institucionais e de incursão no mercado.

“Ah! O Atlético é transparente”. Até parece, pois tudo o que se diz, se planeja e se faz no clube torna-se de conhecimento público, do rival azul e dos demais adversários em uma velocidade espantosa e com uma riqueza de detalhes que espanta.

Em um sem número de vezes repórteres mineiros e de outros centros relataram ter recebido a informação de alguma fonte de dentro do clube.

Já houve em um passado recente dirigente do clube que fazia realizar algumas reuniões de interesse máximo do Atlético em sua própria residência e com pessoas escolhidas a dedo, exatamente para que o que fosse ali tratado e decidido não vazasse.

O que parece ser transparência é, na verdade, uma incapacidade crônica de blindar suas informações estratégicas.

Uma frase de dirigentes e torcedores atleticanos que tem sido usada recorrentemente para justificar as contratações frustradas é sempre repetida com aquele ar falso de intelectualidade:

“Infelizmente este jogo de sedução faz parte e é, até certo ponto, inevitável”. Será essa a única razão para tantos negócios frustrados?

Falei de um dirigente que era muito preocupado com os vazamentos e me lembrei de outro que quando dizia que “não venderei fulano de tal. Ele é inegociável”., o negócio já estava sacramentado o jogador já estava viajando para fazer exames médicos no seu novo clube.

“Galo tem plantel para ser uma equipe equilibrada, com posse de bola, preenchimento de espaço, doação física, intensidade, de tal forma que se alguém cansar, entra outro na mesma condição. E mais, com capacidade de mudar o ritmo de jogo, quando necessário”.

Quantas vezes li, ouvi e até escrevi algo similar. Mas, equilíbrio é algo raramente conjugado quando a questão é o trato do elenco atleticano.

“Tinha jogador feliz em campo, muito feliz, tinha jogador com a cabeça ruim, tinha jogador pressionado por causa do clássico, tinha jogador estreando fora de sua posição de origem e sob a desconfiança de milhões de torcedores”.

Este tipo de diagnostico, ainda que pudesse, por vezes, guardar uma relação de verossimilhança com que de fato acontecera dentro de campo, busca, na verdade, ocultar as verdadeiras razoes que explicariam um resultado ruim ou uma campanha pífia.

Quantas vezes, ao analisar um jogo ou o momento da equipe atleticana, lutei para não cair nesta armadilha.

“Sérgio Sette Câmara estoura as contas do Atlético-MG em 2020 e troca discurso de austeridade pelo populismo”. Essa chamada para um dos artigos do jornalista Rodrigo Campelo, não só escancara a delicada situação financeira do clube, como expõe a falácia do dirigente alvinegro. Mais uma vez o discurso não se ratifica na prática.

“Robinho só foi uma inventiva de sucesso graças a variáveis específicas introduzidas pela parceira Dry World, somadas a uma pressão e a uma cobrança históricas da massa. Todos conhecem a história”. Conhecem mesmo?

“O Atlético tem hoje a Dry e muita bala na agulha que o capacitam a enfrentar e a derrotar as concorrências”. Nada menos verdadeiro. Confesso que vivi nesse conto de fadas por um determinado tempo.

E, entre as “pérolas” atleticanas não podia faltar uma “verdade” cujo “protagonista” não podia ser outro senão o equatoriano Cazares.

Na mesma construção, no mesmo parágrafo, a mesma fonte se contradiz;

“Como já é do conhecimento de todos Cazares não quer renovar com o Atlético, Mas, a sua renovação está nas mãos de Sampaoli. Se o treinador quiser contar ele … .”

Ora, se o equatoriano não quer renovar o seu vínculo com clube, pouco importa a opinião e a vontade do treinador argentino.

Aliás, no artigo “QUEM TEM MENDO DO CAZARES” escrevi mais sobre as verdades e mentiras que falam do equatoriano.

Uma das páginas tristes das Fake News e das “verdades” plantadas são as covardes tentativas de desconstrução de profissionais e até de clubes.

É fato que, por vezes, um determinado jogador não deu certo neste ou naquele clube, os seus gols rarearam, suas atuações deixaram de ser convincentes, mas como desconhecer a história desse atleta em outras agremiações e por que colocar em xeque a sua idoneidade moral, como o fazem corriqueiramente vários formadores de opinião e torcedores em suas redes sociais?

Com que frequência irritante alguns jogadores são “vistos” em aeroportos, shoppings, em baladas, em cidades diferentes de onde estão na realidade e até em situações constrangedoras.

Alguns são alvos, inclusive, de acusações graves do tipo assédio sexual e/ou estupro.

E, quase sempre, aquele mesmo veículo ou formador de opinião que fez estardalhaço com a notícia ruim e a divulgou à larga, sem nenhum cuidado com a sua veracidade, não dá o mesmo espaço para o desmentido, para a proclamação da inocência do acusado injustamente.

A história do Atlético é marcada por “casos” desse tipo. Cazares foi a última vítima.

E o que dizer daquelas “noticias” que o amigo do vizinho da comadre da empregada do conhecido do meu parente que trabalha com fulano que conhece ciclano que ouviu de beltrano que … ?

Abaixo, a título de curiosidade e como ferramenta de reflexão, transcrevo algumas das mais polêmicas e insólitas listas de “mentiras” e “farsas” que permeiam o mundo do futebol.

Você vai ver que o Atlético e alguns de seus ex-treinadores e jogadores tiveram os seus nomes envolvidos em boatos ou em pretensas verdades, alguns antigos e já esquecidos.

Você vai ver que algumas dessas “verdades” são tão repetidas que ninguém acredita que são falsas quando alguém as desmente mesmo com provas robustas.

Sorte deles e do clube que estas “verdades” passaram despercebidas da torcida enquanto eles prestaram seus serviços ao Atlético.

Você vai ver, também, que, não obstante, encontrar registros sólidos em jornais antigos e na própria enciclopédia do clube azul que, inclusive, relata, com detalhes, a histórica goleada galista, o site Olé do Brasil, considera como uma das maiores farsas do futebol brasileiro, a estrondosa vitória do Atlético sobre o seu maior rival, na época Palestra, por 9 x 2.

Destaco esta “mentira”, entre as lembradas pelo site, não para desacreditá-lo, mas para fazer uma provocação: a distância entre a verdade e a mentira não é muitas vezes medida com a mesma régua com que medimos o que gostamos e o que não gostamos, o que achamos e o que não achamos, o que queremos ou não queremos?

Ou também não pode ser verdade que, por mais confiável que seja, a fonte também possa ter comprado gato por lebre?

Você vai ver, ainda, que o clubismo, o bairrismo, o achismo e uma gama de sentimentos ruins podem interferir na forma como você vê as coisas, transmite e recebe as informações e as “informações”. “se eu gosto é verdade, se não gosto é mentira”. E aí … .

Leia, divirta-se, reflita e desafie-se. O que é mentira e o que é verdade?

No último dia 1° de abril o site Olé do Brasil, um dos maiores sites de zoeira esportiva do Brasil, decidiu, neste dia em que o povo brasileiro mostra que é criativo, gerando muitas brincadeiras e “pegadinhas”, resolveu, alardeando o seu compromisso com a verdade, combater a mentira e elencar as principais farsas do futebol brasileiro.

Veja:

  • 87 é do Flamengo;
  • O respeito voltou;
  • Fluminense paga a Série B em dia;
  • Corinthians bi mundial;
  • Cruzeiro tetracampeão brasileiro;
  • Botafogo é grande;
  • O Atlético-MG ganhou de 9 a 2 do Cruzeiro;
  • Internacional: “Time grande não cai”;
  • Inter campeão de tudo;
  • Palmeiras primeiro Campeão do Mundo;
  • Vasco campeão da Libertadores de 1948;
  • “O São Paulo é um exemplo de gestão”;
  • “O São Paulo nunca foi campeão da Copa do Brasil porque sempre disputa a Libertadores”;
  • O São Paulo nunca foi rebaixado no Paulistão;
  • “Gol é apenas um detalhe”;
  • Só bate quem erra;
  • “O futebol precisa ter pôjeto”;
  • “Taça é melhor que mulher”;
  • “Não existe racha no elenco, o clima no vestiário é ótimo, o grupo está unido”;
  • “Perdemos na hora certa”;
  • “O técnico continua no cargo e tem o respaldo da diretoria. Não é a nossa intenção demiti-lo” (dias depois, o treinador curte Catho Online);
  • “Fechamos com um grupo de investidores que injetará 300 milhões no time”, disse o candidato à presidência de um clube;
  • “Não fechei por causa do salário, vim para esse clube por causa do projeto”;
  • “Não sei de proposta nenhuma, deixo isso com meu empresário, meu desejo é ficar” (semanas antes de fechar com o rival);
  • “Tapa na cara com responsabilidade”;
  • Naming rights do Itaquera;
  • Vida nova: Adriano deixa as polêmicas de lado e quer dar a volta por cima em seu novo clube;
  • Confiante, Carlos Alberto assina com 100° clube na carreira: “Agora vai”;
  • Lulinha, Kerlon, Keirrison, Lenny, Bruno Soneca, Diego e Diogo, Rodrigo Gral…;
  • Robinho é próximo melhor do mundo;
  • Léo Moura é do Vasco;
  • Ganso é o único meia clássico do Brasil e está pronto para substituir Alex;
  • Maradona foi melhor que Pelé;
  • Anelka é do Galo;
  • Drogba é do Corinthians;
  • Ronaldinho é do Palmeiras;
  • Ronaldinho está de volta ao Grêmio. Pode ligar a caixa de som;
  • “Jogaria até de graça no Grêmio”;
  • Riquelme vai jogar no Brasil;
  • Dedé é do Flamengo;
  • Dudu é do São Paulo;
  • Dudu é do Corinthians;
  • “Acabei de saber que o Ronaldo esta trazendo o Seedorf para o Corínthians“;
  • “Pato fechou com o Palmeiras”
  • “Do mesmo jeito que fizeram 6 no jogo de ida, podemos fazer 7 no jogo de volta”;
  • A maior final da história do Mundial de Clubes foi a de 2010, entre Inter-RS e Inter de Milão;
  • A segunda maior foi Bayern de Munique x Atlético-MG;
  • Obina é melhor que Eto’o;
  • Túlio tem mais de 1.000 gols;
  • Borja tem gol;
  • Torcida do Santos toma as ruas;
  • A do Botafogo, também;
  • Zagueiro bom sorri;
  • Olé do Brasil é engraçado.

O Blog “Corneta do Futebol FC”, do Portal UOL, propõe um “Quiz” curioso e provocativo: 9 mentiras e 1 verdade sobre o futebol: tente adivinhar…

  1. Fair play é unanimidade no futebol, todo mundo apoia
  2. O Brasil entregou a Copa de 1998 Reuters
  3. O Brasil sofreu um apagão contra a Alemanha
  4. Não existe corrupção na Fifa
  5. Maradona é o maior da história
  6. Pelé, Túlio e Romário têm mil gols
  7. O Sport é o campeão brasileiro de 1987 (na visão dos flamenguistas)
  8. O Flamengo é o campeão brasileiro de 1987 (na visão dos torcedores do Sport)
  9. Liga dos Campeões é melhor que Libertadores
  10. Messi não tem Copa, quem tem Copa é o Vampeta

Achou fácil, né? Não? No final do artigo, tiro a dúvida.

Ainda brincando com o tema, o Corneta publicou o que considera as 20 maiores mentiras do futebol.

Veja:

  1. Time grande não cai.
  2. Pênalti é loteria Com certeza.
  3. Os árbitros só erram contra o nosso time.
  4. O treinador tem o respaldo da diretoria.
  5. Não tem racha nenhum, o grupo está unido.
  6. O time jogou bem, só faltou o gol.
  7. Não ligo para artilharia, o importante são os 3 pontos.
  8. A culpa não foi dele, mas do time todo.
  9. “Não recebi nenhuma proposta. Se aconteceu, não tô sabendo”.
  10. Não vamos só cumprir tabela, vamos jogar com a mesma motivação de sempre.
  11. Mesmo no banco, estou feliz em ajudar o time.
  12. “Não tem titular absoluto, quem estiver melhor vai jogar”.
  13. Clássico não tem favorito.
  14. Esses times menores do campeonato Espanhol sofreriam no Paulistão. “O Celta ganha do Real, mas não passaria pelo Mirassol”.
  15. Jogador que vai para a China fica defasado.
  16. No futebol europeu não tem essa bagunça.
  17. Proposta milionária pode tirar Messi do Barça.
  18. A safra de jogadores do Brasil é ruim.
  19. O Brasil vendeu a Copa Júlio César.
  20. 7 a 1 foi pouco, frase ironicamente repetida por quem mais lamenta a goleada imposta ao Brasil pela Alemanha.

Os causos abaixo são verdade ou mentira? O Portal UOL fez o teste e desafiou o conhecimento de seus assinantes e leitores.  CLICA AQUI E VEJA MAIS.