Vamos à Sul-Americana: Galo vence o Zamora!
Muitos dos planos do Galo durante a temporada não deram certo, mas a escolha de mandar um time suplente para a Venezuela, visando a classificação para a Copa Sul-Americana sem desgastar o time titular para o Campeonato Brasileiro, acabou como o esperado.
O dedo de Rodrigo Santana no time do Atlético, de uma maneira geral, vem sendo importantíssimo para uma mudança na postura dos jogadores durante as partidas, mesmo com todas as limitações que temos.
Contra o Zamora o Galo começou bem o jogo, se aproveitando da fragilidade do adversário e conseguiu sair na frente rapidamente. É claro que as dificuldades aconteceram, muitas delas até desnecessárias, mas o objetivo final foi alcançado.
O considerado time reserva nos trouxe algumas afirmações positivas, como a segurança de Cleiton. O jovem goleiro fez boas defesas, sofreu o gol de pênalti após a batida calculada do capitão do Zamora, mas nada que apagasse sua boa atuação.
Outro ponto positivo foi ver Alerrandro agindo de fato como um centroavante, se aproveitando das chances que vieram – seja dos pés de Fábio Santos ou de Patric, e fazendo o oposto do que faz o titular da posição.
Ricardo Oliveira perde muitas oportunidades, isso quando não desaparece em campo. Com isso, pensar em uma chance para o atacante da base entre os onze titulares não parece loucura.
Apesar do passe para o primeiro gol, mais uma vez Fábio Santos não atuou bem, afinal, ficar na média não é o bastante. É desesperador que seja ele quem sempre ocupa a posição, em qualquer circunstância. Isso só reforça o que é dito há muito tempo: um lateral esquerdo talvez seja a nossa principal necessidade.
Réver não fez uma apresentação muito proveitosa, sendo até irrelevante em campo.
Igor Rabello mais uma vez não fez uma partida correspondente ao que esperávamos dele, agiu sem muita segurança e foi imprudente no lance do pênalti. Qualidade nós sabemos que o zagueiro tem, mas com a camisa do Galo ela ainda não se fez presente, mesmo que já tenha passado da hora de o camisa 16 mostrar a que veio.
Completando a defesa, Patric também deu um passe para gol e se esforçou como sempre, mas qualidade é algo que sempre faltou ao lateral e que aparentemente ele não vai adquirir com o tempo.
De uma maneira geral, o Atlético se organizou bem no primeiro tempo, mas perdeu o fôlego na etapa complementar. Talvez isso se deva ao fato de Rodrigo Santana ter optado por recuar o time, priorizando o resultado já construído, não a ampliação do mesmo.
Recuar a equipe é o mesmo que chamar o adversário para cima, sendo assim, até mesmo o fraco time do Zamora cria confiança em uma situação como essa. O Galo foi sufocado em determinados momentos, perdeu as ações no meio de campo, o que reforça que um camisa dez faz muita falta, e sofreu quando não havia necessidade, o que nos faz pensar que apesar de toda sua competência, Rodrigo Santana também comete alguns erros, o que é perfeitamente normal, mas pode não ser perdoado pelo imediatismo com o qual trabalha a diretoria alvinegra.
Cada vez mais a efetivação do então técnico interino se mostra ser uma boa opção. O problema é que conhecendo a diretoria que temos e o trabalho que a mesma desempenha, o jovem treinador, por mais qualificado que seja, pode ser “queimado” pela gestão do Atlético.
O time precisa de reforços, para quem quer que seja o comandante, e é importante saber que os resultados ruins vão acontecer.
A permanência do comandante no cargo, seja ele Rodrigo Santana ou não, será fruto da confiança da diretoria em seus próprios projetos, o que não aconteceu em toda a gestão de Sérgio Sette Câmara. Talvez justamente por isso seja tão complicado fazer campanha para a efetivação do atual técnico que é um bom profissional, íntegro e dedicado e talvez não mereça assumir tamanha bronca.
Se a diretoria atleticana passar a enxergar que tempo de trabalho é a chave para o sucesso, vale dizer que o investimento precisa acontecer no elenco, pois o comandante já está aí, pronto para desempenhar muito bem a sua função.
A classificação para a Copa Sul-Americana jamais deve ser desprezada. É uma disputa internacional que, se vencida, trará prestígio ao clube, uma boa premiação e uma vaga direta na Copa Libertadores do ano que vem.
Ao contrário do que foi dito por Sette Câmara há pouco tempo, é uma competição da qual se deve fazer questão de participar, principalmente levando em consideração a situação em que se encontra o Atlético.
Por não ter elenco nem fôlego até então para conquistar o Campeonato Brasileiro, com alguns reforços pontuais o Galo pode chegar a brigar por uma competição de mata-mata, considerando que é um tiro mais curto.
É mais provável que nosso possível sucesso venha nas próximas temporadas, mas para isso a mudança na postura dos profissionais responsáveis pela gestão do Atlético deve acontecer de imediato.
Hoje, graças ao trabalho de Rodrigo Santana, acompanhar o Galo está mais fácil, já que os resultados estão vindo.
O que falta agora é que um bom desempenho e atuações regulares acompanhem os resultados positivos e os objetivos alcançados, para que possamos sonhar com algo melhor daqui para frente.
FICHA TÉCNICA:
ZAMORA 1 x 2 ATLÉTICO-MG
Motivo: 6ª rodada do Grupo E da Copa Libertadores
Local: Estádio Agustín Tovar, em Barinas (Venezuela)
Data: 7 de maio de 2019 (de Brasília)
Árbitro: Carlos Maria Herrera Bernal (COL) Assistentes: Alexander Guzman (COL) e Dionisio Ruiz (COL)
Gols: Alerrandro – 24’/1ºT (0-1); Alerrandro – 35’/1ºT (0-2); Ignacio González – 15’/2ºT (1-2)
Cartão amarelo: Kevin de La Hoz, Maiker González (Zamora); Adilson, Nathan (Atlético-MG)
Zamora: Joel Graterol; Kevin de La Hoz, Ignacio González, Carlos Castro e Maiker González (Edixon Mena); Oscar Hernandez, Erickson Gallardo, Pedro Ramírez e Jader Maza; Antonio Romero e Guillermo Paiva (Gustavo Rojas).
Técnico: José Alí Cañas
Atlético-MG: Cleiton; Patric, Réver, Igor Rabello e Fábio Santos; Adilson, Jair, Nathan (Zé Welison) e Vinicius Goes; Maicon Bolt e Alerrandro (Luan).
Técnico: Rodrigo Santana (interino)