Tudo igual: Galo e Santos empatam no Independência.

 

 

Por fazer a primeira partida do confronto em casa, a obrigação de vencer era toda do Atlético. Jogando em seus domínios e com o apoio de sua torcida, o Galo tinha a missão de superar o Santos e seu bom futebol, em Belo Horizonte, visando levar uma vantagem para o jogo da volta. No entanto, não surpreendentemente, não foi o que aconteceu.

Logo no início da partida, Fábio Santos sentiu um desconforto e foi substituído por Patric. Seria uma preocupação? Que nada, o reserva imediato de Guga se deu bem na lateral esquerda e soube como segurar as pontas, por fazer em campo o que o titular da posição não vem fazendo: jogar com vontade.

Do outro lado, Guga fez mais uma boa partida, o que deve ser destacado, já que o adversário da vez demonstrou muita qualidade e facilmente ofereceria perigo ao Atlético pelos lados do campo.

O Santos é uma equipe organizada, que vem dando trabalho aos seus adversários. O Galo, em contrapartida, melhorou muito nos últimos jogos, mas ainda não tem o fôlego necessário para fazer frente aos times mais qualificados.

Em boa parte do jogo, o Peixe foi quem ficou com a bola. Mesmo jogando fora de casa, o time de Jorge Sampaoli não se absteve de propôr as ações da partida. Não balançou as redes, mas o empate também foi um bom resultado para a equipe santista, justamente por estar jogando longe de São Paulo.

Sabendo de suas limitações e da falta de criatividade com que sofre o time, o Galo tentou se aproveitar de chutões de fora da área para surpreender o goleiro adversário. Por faltar aquela caprichada no último toque na bola, isso não nos rendeu bons frutos e o placar não foi inaugurado.

É claro que sem a famosa cabeça pensante no meio de campo a vida do centroavante fica mais difícil, porém, é impossível usar qualquer argumento para defender as atuações de Ricardo Oliveira. O camisa 9 seria a esperança atleticana de balançar as redes, mas contra o Santos – e contra todas as outras equipes que vem enfrentando, o atacante não acertou nenhuma.

Rodrigo Santana diz que Ricardo Oliveira é o “soberano” da posição, no entanto, para ter tanta confiança assim, o mínimo que um jogador deve fazer é aproveitar as oportunidades que recebe, já que não se pode viver de passado.
Alerrandro merecia mais oportunidades para fazer os gols que o soberano da posição não vem fazendo há bastante tempo, já que a única função do Bom Pastor vem sendo assistir aos jogos de dentro do campo.

Geuvânio fez uma partida ruim, errou muitos passes e não vem dando sequência ao bom início que teve quando assumiu a titularidade. Por sua má atuação e por ter sentido em um determinado momento do jogo, um velho conhecido da Massa Atleticana voltou aos gramados.

Cazares foi acionado no segundo tempo e entrou muito bem.
O meia diferenciado de quem tanto precisamos às vezes é Cazares, mas às vezes não é, e o problema é justamente esse. Nós não só precisamos de alguém que pense o jogo e construa jogadas, mas que também tenha respeito pela camisa do Galo.

Que o camisa 10 atleticano tem qualidade de sobra ninguém duvida, mas depender de sua boa vontade para acrescentar qualidade ao time só de vez em quando ainda é muito pouco. Se o compromisso de Cazares em jogar futebol fosse tão grande quanto seu talento, sem dúvidas nós já teríamos a solução para um dos nossos problemas.

O Santos gosta de se aproveitar dos momentos em que fica com a bola nos pés, troca passes no meio de campo e tem qualidade para construir jogadas, já o Galo tem as limitações que todo mundo conhece. Portanto, por mais que um empate dentro de casa não seja o resultado ideal em uma competição de mata-mata, o fato de o Atlético não ter se lançado desesperadamente ao ataque mostra uma maturidade maior do time e isso é um ponto positivo.

Em outros tempos, veríamos a equipe atleticana atacando de maneira desorganizada, proporcionando mais espaço ao Santos, sem respeitar suas limitações. Hoje, por mais que ainda não tenhamos um time digno de ser chamado de bom, há uma organização maior sob o comando de Rodrigo Santana, o que fica nítido mesmo quando a vitória não vem.

Houve também a polêmica com a arbitragem quando Elias recebeu a bola de Chará e chutou de primeira, mas ela foi parada ao bater na mão de Lucas Veríssimo. A questão de que bola na mão e mão na bola não faz diferença e sempre origina pênalti foi ignorada e o lance foi decidido pela interpretação do árbitro, que não assinalou a penalidade máxima.

Com o placar em 0x0 ficou tudo para o jogo da volta, que só acontecerá no dia seis do mês que vem. Considerando a qualidade técnica de ambos os times e o campo onde a partida será disputada, o Santos é favorito. Mesmo assim, um empate nos dá a oportunidade de disputar por pênaltis e uma vitória simples nos classifica para a próxima fase da Copa do Brasil. Não é difícil imaginar a classificação, talvez vá além das nossas ambições, mas pode acontecer.

O melhor para o Atlético agora é pensar jogo a jogo. As dificuldades serão muitas em todas as competições, e é importante estar ciente disso. O time precisa de reforços, isso já foi dito incansavelmente e, mesmo que eles venham, os frutos não serão colhidos tão cedo, portanto, paciência.

Nossa vida não vem sendo fácil em 2019 e a tendência é que não mude de uma hora para outra. Cabe a nós manter o apoio à instituição Clube Atlético Mineiro, independente de quem comande, treine e represente o time em campo, mas claro, sem deixar de cobrar a tão necessária mudança.

FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-MG 0 x 0 SANTOS
Motivo: jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil
Local: Arena Independência, em Belo Horizonte (MG)
Data: 15 de maio de 2019 (quarta-feira) Horário: às 19h15 (de Brasília)
Árbitro: Rodrigo D’alonso Ferreira (SC) Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva (GO) e Kléber Lúcio Gil (SC)
Árbitro de vídeo: Héber Roberto Lopes (SC) Cartão amarelo: José Welison, Elias (Atlético-MG)

Atlético-MG: Victor; Guga, Réver, Igor Rabello e Fábio Santos (Patric); José Welison, Elias, Geuvânio (Juan Cazares), Luan (Nathan) e Yimmi Chará; Ricardo Oliveira.
Técnico: Rodrigo Santana (interino).

Santos: Éverson; Lucas Veríssimo, Felipe Aguilar e Gustavo Henrique; Victor Ferraz, Jean Lucas, Diego Pituca e Jorge; Rodrygo (Cueva), Jean Mota (Eduardo Sasha) e Derlis González (Soteldo).
Técnico: Jorge Sampaoli.

 

Por: Jéssica Silva

Roger Guedes no Atlético? Assista nosso pós-jogo: www.youtube.com/watch?v=4Ud7JdtEKQY