Tudo igual: Galo e Goiás empatam pelo Brasileirão

 

 

Por Jéssica Silva 

Vencer os times menos qualificados e não desperdiçar pontos que são alcançáveis para compensar algum possível revés contra equipes mais bem montadas deveria ser o objetivo do Galo, a fim de continuar na parte de cima tabela. Ontem, no Serra Dourada, a vitória não veio, devido à falta de objetividade do time atleticano em grande parte do jogo. Vale ressaltar que pontuar no Campeonato Brasileiro é sempre importante, mas perder pontos como os de ontem também pode fazer a diferença no decorrer da competição, embora diretoria, comissão técnica e jogadores do Atlético pareçam não ter noção disso.

No primeiro tempo foi quando o Galo mais pecou. O time de Rodrigo Santana tocava bem a bola, mas sem tanta objetividade, ou seja, os jogadores atleticanos mostraram novamente não saber mesmo o que fazer com a redonda. Apesar de jogar em casa, o Goiás não apresentou nada que pudesse surpreender o Galo, tampouco se mostrou ofensivo a ponto de chegar a balançar as redes. Justamente por isso o Atlético deveria ter sido mais efetivo ao trabalhar a bola e pressionar o time da casa, que se mostrou vulnerável e poderia ceder a qualquer momento. Mais uma vez, faltou maldade ao Atlético para se aproveitar dos pontos fracos do seu adversário.

Considerando a boa fase de Vinícius, tê-lo em campo poderia ser uma esperança de gols, já que Alerrando, responsável por comandar o ataque ontem, não vive seu melhor momento. Vina não é o que se chama de meia diferenciado, aquele que pode mudar a cara de um jogo em lances geniais, mas trabalha bem a bola e movimenta o meio de campo atleticano, além de chegar bem lá na frente e não perder oportunidades.

Ramon Martínez teve mais uma oportunidade como titular. O volante não é ofensivo, portanto, está ali para apertar a marcação, e não distribui bem a bola pelo meio como faz Jair. Ao lado de Elias fez uma partida regular, mas o diferencial que vimos na “volância” quando Jair está em campo não aconteceu. Na zaga, Igor Rabello fez uma partida pra lá de segura e soube desempenhar bem sua função ontem.

Imagem: Goiás EC

O Galo melhorou no fim do primeiro tempo, mas ainda faltava uma chegada mais efetiva do ataque atleticano. A dificuldade dos homens de frente do Atlético em desempenhar bem sua função vem comprometendo os resultados alcançados pela equipe em campo e nos rendendo partidas medíocres. O Galo de Rodrigo Santana não é o tipo de time que cria várias oportunidades em uma partida, mas quando há a possibilidade de gol não é aceitável desperdiçar, mas o Atlético desperdiça.

Marcar a saída de bola do Goiás poderia fazer com que o Atlético aproveitasse uma falha do time da casa para surpreender, como aconteceu contra o Botafogo, na última quarta-feira.
Tivemos algumas chances com Chará e Otero na primeira etapa, mas nada que fosse objetivo o bastante para fazer o time sair na frente. Tomar as rédeas da situação era a obrigação do Galo, pois o Goiás parecia satisfeito com o placar e não fazia questão de mudar o rumo do jogo, nem mesmo tinha qualidade para isso.

A postura perdida do Goiás mudou no segundo tempo. O time da casa melhorou, inclusive, em alguns lances obrigou Cleiton a fazer boas defesas. O ímpeto do Esmeraldino nos primeiros momentos da etapa complementar foram a consequência da marcação mais frouxa do Atlético, que permitiu aos comandos de Claudinei Oliveira se soltarem um pouco mais.

Rodrigo Santana promoveu algumas alterações no segundo tempo, como as entradas de Geuvânio e Luan, esse último vivendo uma fase deplorável.
O nível do jogo nos últimos quarenta e cinco minutos melhorou e o Galo teve uma chance clara após grande jogada de Chará. O camisa 08 deixou Alerrandro na cara do gol mas a bola, caprichosa, não entrou. Mais uma vez, ficamos frente a frente com a certeza de que o Atlético não tem aquele jogador que vista a camisa, chame a responsabilidade e faça a diferença.

Há pontos que não podem ser desperdiçados. Empatar com uma outra grande equipe fora de casa pode até ser considerado um resultado esperado, mas ontem se tratava do Goiás, um time inferior em termos de técnica, investimentos no elenco e em qualidade. Pode até ser que alguém diga que foram poucos pontos a menos, mas somando estes dois aos outros dois pontos perdidos contra o Fortaleza, uma equipe igualmente inferior, é possível ter noção do quanto o Atlético vem vacilando no Brasileirão.

Os jogadores atleticanos parecem não levar a sério o trabalho pelo qual são pagos e muito bem pagos, diga-se de passagem, para desempenhar. Ontem, por exemplo, quando o Galo decidiu colocar a bola no chão e jogar já era tarde demais e o Goiás também já estava melhor no jogo, chegando até mesmo a ameaçar o Atlético.

Imagem: Goiás EC

Encarar todas as partidas da mesma maneira, com comprometimento e desejo de vencer é o que falta ao Galo. Não é possível ver um trabalho com responsabilidade nos atuais representantes do Atlético e isso é inadmissível para qualquer torcedor. É preocupante e nos faz temer mais uma temporada perdida por erros que vêm de cima.

Quarta-feira, com vantagem, o Galo receberá o Botafogo, pela Copa Sul-Americana. Se a equipe atleticana se acomodar como fez ontem, não será muito difícil para o time carioca igualar o placar. Portanto, é de extrema importância que o Atlético se comporte como o grande time que é e não permita ao visitante sequer gostar do jogo. Se não for por amor à camisa, que seja pelo menos para honrar o salário que cada um ali recebe para desempenhar seu trabalho com o mínimo de consideração.

Ontem tivemos o desprazer de acompanhar um jogo decepcionante. O Galo não perdeu, assim como aconteceu nas duas últimas partidas, mas novamente deixou muito a desejar e frustrou as expectativas que nos permitimos criar. Pouco futebol, passividade e muita preguiça: o Galo foi a cara de um fim de domingo e colaborou para deixá-lo muito pior.

FICHA TÉCNICA:

GOIÁS 0 x 0 ATLÉTICO
Estádio: Serra Dourada – Goiânia (GO)
Data/hora: 28 de julho de 2019, às 19 horas
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Auxiliado por: Danilo Manis e Anderson José Coelho(SP)
Árbitro de Vídeo: Rodrigo Amaral (SP)
Cartões Amarelos: Yago Felipe
Cartões Vermelhos: não houve
Público e renda: 8.410 pagantes/10.439 presentes/R$ 176.890,00

GOIÁS: Tadeu; Daniel Guedes, Yago, Rafael Vaz e Jefferson; Geovane, Léo Sena(Yago Felipe, aos 22’-2ºT) e Marlone(Giovanni Augusto, aos 18’-2º); Michael, Kayke(Rafael Moura, aos 28’-2ºT) e Leandro Barcia. Técnico: Claudinei Oliveira

ATLÉTICO-MG: Cleiton; Patric, Igor Rabello, Réver, Fábio Santos; Ramon Martínez, Elias, Chará, Vinícius(Luan, aos 23’-2ºT) e Otero(Geuvânio, aos 15’-2ºT); Alerrandro(Papagaio, aos 35’-2º), Técnico: Rodrigo Santana

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