Superando arbitragem mal intencionada, Galo vence o Corinthians de virada e reassume a liderança do Brasileirão

Foto: Flickr oficial do Atlético

Jéssica Silva
14/11/2020 – 22h29
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O objetivo do Galo era quebrar um tabu ao vencer o Corinthians na Neo Química Arena para emplacar sua segunda vitória consecutiva no Campeonato Brasileiro.
Além disso, o ideal era se aproveitar do tropeço do Internacional contra o Santos para reassumir a liderança da competição, o que não parecia tarefa muito difícil, já que o time paulista vive uma fase ruim. Porém, a vida do Atlético não foi fácil em Itaquera, muito disso graças aos erros da arbitragem. Felizmente, o time de Sampaoli soube se adaptar às dificuldades do jogo, saiu vitorioso e somou 38 pontos, voltando a ser o líder do Brasileirão.

Logo no início da partida, quando o Galo ensaiava um jogo de intensidade, o senhor Rodrigo Dalonso Ferreira ignorou um pênalti de Gil no estreante Vargas. O lance foi tão claro que não seria necessário acionar o VAR para confirmar a infração, no entanto, o árbitro não só fingiu não ver a penalidade máxima, como também não solicitou uma análise do lance. Ano após ano, com VAR ou sem VAR, os beneficiados pelos erros de arbitragem são sempre os mesmos e é preciso muita inocência para acreditar que isso aconteça por acaso.

Para piorar a situação, no lance seguinte ao pênalti ignorado, o Corinthians abriu o placar com Davó e o Galo precisou correr atrás do prejuízo. Como é de conhecimento de todos, o time treinado por Vagner Mancini vive um momento delicado, justamente por não ter tanta qualidade. Sendo assim, estava claro que um pouco de esforço e o Atlético seria perfeitamente capaz de virar o placar.

O problema é que durante boa parte do jogo, principalmente após o gol corintiano, o Galo não conseguiu ameaçar os donos da casa, pouco oferecia perigo e se mostrou uma equipe sem poder de criação. Keno, que vem sendo nossa esperança de gols, fez uma apresentação apagada no primeiro tempo. Além disso, o estreante Vargas também foi discreto na primeira etapa da partida, tendo como lance principal somente o pênalti sofrido e não marcado.

Após o intervalo, Sampaoli promoveu uma troca de posições: Keno foi para a ponta-direita e Vargas se moveu para o lado esquerdo do campo. A mudança não só de posições, mas também a mudança de atitude fez com que o Galo fosse mais intenso e se esforçasse para converter sua superioridade técnica em um bom resultado. Com quinze minutos de etapa complementar, Vargas tocou lindamente a bola para Guilherme Arana, que fez valer a lei do ex e deixou tudo igual em Itaquera.

Como a intensidade do Galo aumentou, o Corinthians simplesmente se segurava lá atrás para não correr o risco de aumentar o prejuízo. O time da casa não ameaçava o Atlético com propriedade, portanto, mesmo com todas as adversidades, os comandados de Sampaoli tinham condições de virar o placar e o fizeram. Marrony, que havia entrado no lugar de Eduardo Sasha, recebeu um belo cruzamento de Keno para marcar o segundo tento atleticano. Foi o gol do alívio, da justiça, da vitória!

Ainda que o time atleticano tenha conseguido se superar durante os noventa minutos, não se pode esquecer que a história do jogo poderia ter sido outra, caso houvesse responsabilidade por parte da arbitragem. Não é admissível que nem mesmo com uma tecnologia como o VAR ainda haja tanta sujeira no futebol brasileiro. Como um clube que já foi prejudicado durante toda a sua história, o Galo faz bem em chamar a atenção para o que poderia ter sido um desastre na capital paulista.

Se há um lado bom neste erro absurdo, é ter visto que o Atlético vem voltando a ser aquela equipe que se adapta ao cenário do jogo para garantir o melhor resultado possível, não por acaso reassumiu a liderança do campeonato, mesmo tendo disputado um jogo a menos. Mesmo que não tenha havido brilhantismo nesta partida, o time atleticano alcançou seu objetivo de vencer e seguir firme na briga pelo título de campeão brasileiro. Contra tudo e contra todos, o Galo está nas cabeças!

CORINTHIANS 1X2 ATLÉTICO

CORINTHIANS
Cássio; Fagner, Marllon, Gil e Lucas Piton; Gabriel e Roni (Éderson, aos 31min do 2ºT); Ramiro, Luan e Everaldo (Léo Natel, aos 20min do 2ºT); Matheus Davó (Jonathan Cafu, aos 31min do 2ºT)
Técnico: Vagner Mancini

ATLÉTICO
Everson; Guga, Réver, Igor Rabello e Guilherme Arana; Allan, Jair e Matías Zaracho (Nathan, aos 24min do 2ºT); Eduardo Vargas (Bueno, aos 43min do 2ºT), Keno e Eduardo Sasha (Marrony, aos 24min do 2ºT)
Técnico: Jorge Sampaoli

Gols: Matheus Davó, aos 6min do 1ºT (Corinthians); Guilherme Arana, aos 15min do 2ºT; Marrony, aos 37min do 2ºT (Atlético)

Cartões amarelos: Roni, aos 32min do 1ºT; Matheus Davó, aos 10min do 2ºT (Corinthians); Keno, aos 30min, Victor, aos 42min do 1ºT; Jair, aos 22min, Eduardo Vargas, aos 43min do 2ºT (Atlético)

Motivo: 21ª rodada do Campeonato Brasileiro

Estádio: Neo Química Arena, em São Paulo (SP)

Data: sábado, 14 de novembro de 2020

Árbitro: Rodrigo Dalonso Ferreira (SC)

Assistentes: Alex dos Santos e Henrique Neu Ribeiro (SC)

VAR: Pathrice Wallace Corrêa Maia (RJ)