Sem emoção: Galo avança na Libertadores – Por Jéssica Silva
A tão esperada quarta-feira chegou e o Galo recebeu o Defensor, no Horto, para confirmar sua classificação para a fase de grupos da Copa Libertadores da América. Muitos eram os palpites sobre a partida no pré-jogo da torcida e a expectativa era consolidar a vaga na próxima fase com um grande placar e um futebol vistoso. Que ilusão, meus amigos!
Levir Culpi optou por sacar Chará do time titular e acionar Zé Welison, indo à campo com três volantes. Com Adilson e o próprio Zé segurando as pontas lá atrás, Elias poderia ficar mais solto e se adiantar, mas também poderia ser uma mudança negativa. Entrar no jogo “se segurando” não faria o Defensor acreditar que o Galo se deu por satisfeito com a vitória no Uruguai? E o Galo, estaria mesmo satisfeito em jogar com o regulamento debaixo do braço? Felizmente, independente da postura atleticana a qualidade passou muito longe do time do técnico Jorge da Silva e a disparidade técnica entre as equipes se mostrou grande demais desde o primeiro confronto.
Durante o primeiro tempo o Galo conseguiu controlar bem o ritmo do jogo e até criou algumas oportunidades. Cazares, como vem sendo comum na atual temporada, começou a partida a todo vapor e assustou o Defensor logo de cara. Luan também se destacou positivamente e foi o responsável pela maior movimentação do Galo em campo abafando os adversários, buscando servir aos companheiros e jogando em ritmo acelerado.
Precisando de um verdadeiro milagre, o time uruguaio não ameaçou a meta de Victor e nem mesmo chegou perto de demonstrar que poderia igualar o resultado acumulado e compensar a derrota que sofreu em casa.
No finalzinho da primeira etapa o Galo teve boa falta ao seu favor, cobrada por Cazares, que mandou pra fora. Nos acréscimos, Luan fez um baita lançamento para Fábio Santos, mas o lateral desperdiçou no momento em que o juiz deu fim ao primeiro tempo. Galo ainda em vantagem mas o grito de gol não foi dado no Independência.
Imediatamente na volta do intervalo o Atlético já não se comportou muito bem. Aos 10 minutos, Zé Welison foi expulso após cometer uma falta dura.
Jogar com um a menos sempre é uma preocupação, porém, com a péssima partida que fazia Adilson, perder o camisa 14 deixaria o meio de campo atleticano pra lá de vulnerável, o que fez Elias deixar de jogar adiantado e voltar a ser volante. Mais do mesmo.
Com a desvantagem numérica, o sofrimento, nosso velho conhecido, poderia dar o ar da graça. Sabendo que o Galo gosta de complicar o que é simples, se preocupar para a sequência da partida não foi exagero da parte de nenhum atleticano.
A quantidade de erros cometidos pela equipe alvinegra no segundo tempo poderia nos custar a classificação, caso o Defensor fosse um pouco mais qualificado. Jogando com um a mais, o time uruguaio soube se posicionar e só não chegou a dar trabalho por falta de recursos.
Com uma folha de papel (graças ao amadorismo da Conmebol), a substituição de Luan por Jair foi anunciada e o Galo voltou a estar com três volantes. Aparentemente, a ideia inicial de Levir em se segurar passou a ser realmente necessária após a expulsão de Zé Welison e com isso teríamos tudo, menos um jogo bonito.
Ricardo Oliveira ainda foi substituído por Chará, o que foi anunciado também pela folhinha da competição mais importante do continente. Sinalizador não pode, bandeirão também não, mas papelão pode, hein?!
Uma meia tentativa ou outra, o Galo segurou sua classificação até o fim do segundo tempo e chegou à fase de grupos sem muita emoção.
Seis partidas sem vencer, um time limitadíssimo e jogadores medianos: esse é o Defensor, nosso adversário da noite de ontem. Como o Galo conseguiu uma vantagem de dois gols de diferença no Uruguai, o mínimo que se esperava era que o Atlético proporcionasse a todos nós um bom jogo em Belo Horizonte e conseguisse a classificação com propriedade. O objetivo foi alcançado, voltamos a disputar a Copa Libertadores, mas a nossa tão esperada volta à fase de grupos merecia um time jogando com mais sangue nos olhos.
A apatia do Atlético em campo não fez jus ao entusiasmo da torcida apaixonada que tem. A Massa lotou o Horto, fez rua de fogo, gritou aos quatro cantos que o continente é atleticano e com certeza deixou um frio na espinha dos adversários, o que também deveria ter sido feito pelo Galo.
Desde a escalação com a famosa retranca, a noite foi infeliz. Apesar da alegria da classificação, o sentimento é o mesmo que tomou conta de todos nós após o jogo contra o Danubio na fase anterior: frustração.
O fato de o Galo ter se classificado simplesmente por seguir o regulamento e empurrar com a barriga o resultado construído anteriormente é preocupante. Se contra um time desqualificado, adversário perfeito para golear e mostrar a que veio, o time de Levir Culpi se acovardou e fez uma apresentação pífia, o que esperar da sequência da competição, contra equipes que com certeza não facilitarão a vida do Galo? Na fase de grupos pode até ser que o time não sofra, levando em consideração os adversários. No entanto, a ideia é ir muito mais longe, mas com essa postura fica difícil sonhar.
A esperança é que tudo seja diferente a partir de agora, já que estamos de fato na Libertadores.
O ideal seria estar somente feliz com o objetivo alcançado, mas infelizmente a atuação do Atlético fez com que o brilho se apagasse e nenhum atleticano deixa de estar preocupado após o jogo de ontem.
Estreando (de verdade) na Libertadores, encaramos o Cerro Porteno-PAR, às 19:15, na quarta-feira de cinzas. Que o Galo possa jogar o futebol que faltou hoje, e consiga sua primeira vitória na fase de grupos merecendo o resultado para que nós, atleticanos, possamos ficar felizes em paz.
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