Ricardo Oliveira: a carreira do homem-gol – Por Stéfano Bruno
Contratado pelo Atlético no fim de 2017 para ser o homem-gol do time, Ricardo Oliveira chegou esbanjando uma forma física invejável. Fora de campo, um vídeo do centroavante plantando bananeira em seu perfil no Instagram viralizou entre os atleticanos. Aos 37 anos, seria a primeira vez que o camisa 9 atuaria no Brasil fora do estado de São Paulo.
O desafio foi bem aceito pelo atacante, mas em campo a ansiedade para marcar o primeiro gol com a camisa do Atlético perdurou por 295 minutos. A primeira vez que Ricardo Oliveira balançou a rede com a camisa alvinegra foi na partida contra a URT, pela quinta rodada do Campeonato Mineiro de 2018.
Entre críticas e elogios, Ricardo Oliveira marcaria mais três gols no Campeonato Mineiro até chegar à decisão contra o Cruzeiro. O Pastor, como é chamado pelos companheiros, anotou dois gols no superclássico, mas nem isso foi o suficiente para que o Atlético assegurasse o título da competição.
Embora sempre tenha sido um exímio finalizador, Ricardo Oliveira demonstrava dificuldade para emplacar uma sequência de gols. As críticas ficaram mais fervorosas, principalmente quanto à participação do atacante nas jogadas de frente do time atleticano. Parte dos torcedores questionavam que o camisa 9 se movimentava pouco na frente, o que dificultava o passe dos meias.
A crítica ficou mais incisiva no Campeonato Brasileiro, quando Ricardo Oliveira chegou a um jejum de sete jogos sem balançar as redes. Entretanto, o camisa 9 encerrou a temporada como vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro e artilheiro do Atlético na temporada, com 22 gols marcados em 56 jogos disputados – média de 0,39 gol por partida.
Melhor ano da carreira?
Em 2018, ainda com Alexandre Gallo como diretor de futebol do Atlético, Ricardo Oliveira viu surgir rumores de um possível interesse do Corinthians em sua contratação. A resposta aconteceu com a renovação do contrato do atacante que, antes iria até o fim de 2019, e agora se encerrará no fim de 2020.
Nas redes sociais muitos torcedores desejaram que o Atlético contratasse um atacante para fazer sombra ao Ricardo Oliveira ou até mesmo para ser titular em seu lugar. O atacante se manteve sereno com as críticas e vem dando a resposta em campo.
Sempre vencedor
A experiência de Ricardo Oliveira e o faro de títulos do atacante podem ser fundamental para a temporada atleticana. Na Espanha, por exemplo, embora o camisa 9 não tenha defendido Real Madrid ou Barcelona, conquistou títulos expressivos.
Pelo Valencia/ESP, clube em que atuou na temporada 2003/2004, Ricardo Oliveira conquistou o Campeonato Espanhol, competição em que entrou em campo 21 vezes, marcou oito gols e deu duas assistências.
Na temporada seguinte o centroavante acertou a transferência para o Betis/ESP, clube que ajudou a conquistar a Copa do Rei, competição semelhante à nossa Copa do Brasil. Ricardo Oliveira participou de apenas um jogo da competição, justamente a final contra o Osasuña. E o camisa 9 não passou em branco, marcando um dos gols da vitória por 2 a 1.
A temporada de 2004/2005 do Ricardo Oliveira talvez tenha sido uma das melhores de sua carreira. Além do título da Copa do Rei, o atacante ajudou o Betis a terminar o Campeonato Espanhol em quarto lugar, classificando-se para a Liga dos Campeões.
E mais, Ricardo Oliveira terminou em terceiro lugar na artilharia do Campeonato Espanhol, com 22 gols marcados em 37 jogos disputados. O atacante ficou atrás de Forlán, artilheiro da competição com 25 tentos anotados, e Eto’o (24). O Pastor ficou a frente de nomes como Ronaldo, que balançou as redes 21 vezes, e Fernando Torres (16).
Em 2006 o Ricardo Oliveira acertou o seu retorno ao Brasil, desta vez para defender o São Paulo. O atacante, que estava emprestado pelo Betis, ajudou o tricolor paulista a chegar à final da Copa Libertadores, porém o contrato do jogador se encerrou antes do segundo jogo da decisão e, sem conseguir prorrogar o vínculo, assistiu o clube do Morumbi ser derrotado pelo Internacional.
Com boa sequência na carreira, Ricardo Oliveira foi negociado pelo Betis/ESP com o Milan/ITA, por 15 milhões de euros. O atacante chegou ao clube italiano para substituir o ucraniano Schevchenko, um dos grandes jogadores do momento.
No Milan/ITA, Ricardo Oliveira atuaria ao lado de grandes estrelas do futebol mundial, como Dida, Cafu, Maldini, Gattuso, Inzaghi, Seedorf, Nesta, Pirlo, Kaká e Ronaldo. E o time deu liga em campo.
O quarto lugar no Campeonato Italiano não foi lembrado pelos torcedores do clube, que se recordam até hoje da última vez que ganharam a Liga dos Campeões. Ricardo Oliveira participou de seis jogos da campanha da maior competição europeia e não contribuiu com nenhum gol ou assistência.
Já pelo Campeonato Italiano o atacante marcou três gols nas 21 vezes que esteve em campo pelo Milan/ITA. Ricardo Oliveira acabou sendo negociado pelos italianos com o Zaragoza/ESP na temporada seguinte, clube que defendeu até 2009.
Na temporada de 2007/2008 o camisa 9 marcou 22 gols em 43 jogos. Já em 2008/2009 foram 15 gols em 33 partidas. Em 2009, inclusive, o Pastor acertou o retorno ao Betis, mas seis meses depois acabou sendo negociado por 14 milhões de euros com o Al-Jazira/EAU.
Em julho de 2010 o atacante acertou o retorno ao São Paulo, clube que defendeu até o fim daquela temporada. Em 2011 Ricardo Oliveira retornou ao Al-Jazira/EAU, onde permaneceu até 2014, antes de se transferir ao Al-Wasl/EAU.
Em 2015 Ricardo Oliveira acertou o retorno para o futebol brasileiro, desta vez para defender o Santos. O atacante permaneceu no Peixe até o fim de 2017, quando acertou com o Atlético.
Atualmente, Ricardo Oliveira é o artilheiro da Copa Libertadores, com quatro gols, e do Campeonato Mineiro, com cinco tentos.
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