Raça: Galo vence o “VARmengo”
Pós-jogo FalaGalo: www.youtube.com/watch?v=9lBkhBpqxQM
POR: Jéssica Silva
O badalado time do Flamengo era dado como favorito para a partida contra o Galo, no Independência. No entanto, as principais ações do time carioca não foram feitas pelos jogadores rubro-negros, mas pelos senhores responsáveis pela arbitragem.
Não fossem a raça e a entrega do time de Rodrigo Santana, o prejuízo nos dado pela arbitragem poderia ser grande agora.
O primeiro tempo foi muito movimentado. Bruno Henrique se destacou pelo lado do Flamengo, já que o time jogava para deixá-lo no mano a mano com Guga, sufocando o lateral.
O time de Abel Braga se adiantava ao ataque e, muitas vezes, o Galo não conseguia acompanhar o ritmo de jogo.
Vendo suas dificuldades, o time atleticano passou também a adiantar sua marcação e tentava recuperar a posse de bola. Mesmo com um time tecnicamente inferior ao do Flamengo, o Galo igualou o jogo na vontade e foi quem inaugurou o placar.
Cazares, em uma bela jogada, mandou a bola para o fundo das redes e colocou o Galo na frente. O camisa 10, como sempre, joga quando quer e querendo jogo soube desconcertar a defesa adversária, deixar os zagueiros flamenguistas na saudade e fazer explodir o Independência.

Infelizmente não houve muito tempo para comemorar, já que o Flamengo igualou o marcador logo em seguida. Bruno Henrique fez o gol dos visitantes, o que preocupou no momento, já que o rubro-negro era melhor no jogo e não se abateu com o gol sofrido.
Para completar as dificuldades atleticanas, Elias cometeu dura falta em Renê. O volante recebeu cartão amarelo, mas com o auxílio do VAR, o árbitro revisou o lance e expulsou o camisa 7. A falta cometida por Elias foi realmente displicente, portanto, a expulsão não deve ser encarada como injusta. O problema é a disponibilidade do árbitro para revisar somente lances que favoreciam ao Flamengo, o que ficaria explícito momentos mais tarde.
Com um a menos para o segundo tempo e o placar empatado, o cenário era pra lá de favorável ao Flamengo. Rodrigo Santana optou por sacar Ricardo Oliveira e trazer Adilson à campo, em busca de mais proteção.
Logo no início da etapa complementar, Chará marcou um golaço tão por acaso que talvez até ele não estivesse esperando que a bola entrasse. Galo na frente novamente, Independência em festa, mas apesar da vantagem, ainda havia uma pontinha de preocupação por estarmos com um jogador a menos.
O Galo do segundo tempo foi muito melhor que o do primeiro. É claro que na técnica o bom time do Flamengo se sairia melhor, mas os jogadores atleticanos compensaram suas limitações com algo que não era visto pela Massa há um bom tempo: raça.
Buscando o resultado no Horto, Abel Braga acionou mais três atacantes, porém, a vontade de cada jogador do Galo fez a diferença para que o placar não fosse alterado.
Ao mesmo tempo em que o Flamengo pressionava o Galo, que se segurava na vontade, a arbitragem saía em defesa do time carioca em todo e qualquer lance. Agonia: isso foi o que cada atleticano sentiu vendo o time ter que lutar não só contra o adversário nem contra suas próprias dificuldades, mas também contra toda a comissão de arbitragem.
Tão questionado ultimamente, Victor fez uma baita partida. As defesas difíceis não foram poucas, o Flamengo ofereceu muito perigo ao Atlético e o Santo ontem fez jus ao apelido e nos salvou não uma, mas várias vezes.
Chará também foi destaque positivo, não só pelo “gol quase sem querer”, mas por se apresentar bem no ataque e ainda ter fôlego para voltar e ajudar na marcação.
O algo a mais entregue pelos jogadores atleticanos foi o que nos garantiu a vitória, pois as circunstâncias foram totalmente contrárias às nossas expectativas. Não é surpreendente ver o Flamengo recebendo “ajudinhas externas”, mas nunca deixa de incomodar.
A chamada “seleção” montada pela diretoria flamenguista tinha tudo para vencer a partida, mas esbarrou em um time aguerrido, que não aceitou sequer a possibilidade da derrota. Vendo que o rubro-negro sofria com os jogadores atleticanos, a arbitragem – incluindo as análises do VAR, trataram de tornar a vida do Galo muito mais difícil.
Ver o Atlético sendo prejudicado por terceiros não é algo estranho, mas ontem houve algo que assumiu o protagonismo apesar de toda interferência interna: a capacidade do Galo em crescer durante um momento difícil.
O Flamengo hoje é mais time que o Atlético. Abel Braga lançou seu time ao ataque, enquanto que o Galo jamais poderia fazer o mesmo com um jogador a menos. Mesmo assim, venceu quem jogou melhor, quem não abaixou a cabeça para o adversário e quem foi valente, atacando com inteligência e sabendo se defender, apesar de todas as limitações.
Ver o Galo se comportando bem dá até uma pontinha de esperança. O trabalho da comissão técnica é bem feito, por isso deve ter sequência, claro, ajudado por reforços pontuais ao time. Ainda não é normal que Patric faça melhores partidas como lateral esquerdo que Fábio Santos, titular da posição e esse é apenas um dos nossos problemas.
Apesar de tudo isso, o Galo conquistou uma vitória maiúscula com um jogador a menos, contra tudo e contra todos, munido de apenas uma coisa que faz toda a diferença em uma partida de futebol: RAÇA!
Seguimos.
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO-MG 2 X 1 FLAMENGO
Local: Independência, em Belo Horizonte (BH)
Árbitro: Paulo Roberto Alves Júnior (PR) Auxiliares: Ivan Carlos Bohn (PR) e Victor Hugo Imazu dos Santos (PR)
Cartões amarelos: Victor, Luan, Leonardo Silva (Atlético-MG); Hugo Moura (Flamengo) Cartão vermelho: Elias (Atlético-MG)
Gols: Cazares, aos 27min do primeiro tempo; Bruno Henrique, aos 30min do primeiro tempo; Chará, a 1min do segundo tempo
Atlético-MG: Victor; Guga, Réver (Leonardo Silva), Igor Rabello e Patric; Zé Welison e Elias; Cazares (Vinicius), Chará e Luan; Ricardo Oliveira (Adilson)
Técnico: Rodrigo Santana
Flamengo: Diego Alves; Pará, Léo Duarte (Vitinho), Rodrigo Caio e Renê; Cuéllar, Willian Arão e Arrascaeta (Lincoln); Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabigol (Berrío)
Técnico: Abel Braga