Quebra de tabu e triunfo no Rio: Galo vence o Botafogo pela Sul-Americana
Em mata-matas, o Galo não costuma ter sucesso contra o Botafogo. Na atual temporada, nas competições deste mesmo formato, o Atlético também não foi muito feliz até aqui. Deixou a Libertadores precocemente e acaba de se despedir da Copa do Brasil.

POR JÉSSICA SILVA
Considerando que o Campeonato Brasileiro exige uma regularidade muito grande e um elenco que seja capaz de suprir as necessidades do time em uma longa competição, a Sul-Americana é a real chance de título do Atlético atualmente. Ontem, no Rio de Janeiro, o Galo deu um passo importante para a classificação às quartas de finais do torneio, ao vencer o Botafogo por um a zero.
Vencer fora de casa um adversário que costuma nos dar um certo trabalho é, sem dúvidas, um bom resultado. Porém, é impossível ignorar o fato de que o placar poderia ser mais elástico e a vantagem maior, caso aquele que deveria ser o principal responsável pelos gols atleticanos – Ricardo Oliveira – tivesse feito a sua parte.
Logo nos primeiros momentos do jogo, o Bom Pastor perdeu uma boa chance de abrir o placar, o que era um presságio do que seria a sua partida no Estádio Nilton Santos. Felizmente, de uma maneira geral o time atleticano se comportou bem diante do Botafogo e o Galo foi capaz de construir sua vantagem.
O jogo era truncado no primeiro tempo. Obviamente, o Botafogo tinha interesse em sair na frente a mantinha uma maior posse de bola, mas chegava com ineficiência e muito receio, já que sair para o jogo daria ao Galo espaços para contra-atacar. Sendo assim, o time de Barroca não tinha muito o que fazer. Jogando com as linhas muito espaçadas, a equipe carioca não fazia um jogo envolvente o suficiente para intimidar o Atlético, mesmo tendo essa obrigação, por ser o mandante da partida.
As ações do time botafoguense eram concentradas no meio de campo, o que fez com que os volantes do Atlético se destacassem. Jair, mais uma vez, e Elias fizeram uma excelente partida e foram muito bem nos desarmes. Quando o dono da casa conseguiu fazer uma partida mais equilibrada, a marcação adiantada do Galo foi eficiente e se aproveitou de uma falha da defesa carioca.
Após uma bobeira botafoguense na saída de bola, Elias resvalou na redonda e a deixou em condição para Vinícius, que marcou o gol da partida e esfriou o ânimo que havia se criado na equipe mandante.
É o segundo gol de Vina em três jogos como titular, o que deixa claro que ele vem sabendo aproveitar as oportunidades que recebe, diferente de alguns outros jogadores do elenco atleticano, que preferem concentrar seus esforços em reclamações desnecessárias.
Estar vencendo o jogo poderia ser motivo para o Galo agir de maneira mais cautelosa, sem dar chances ao Botafogo de empatar o placar. Mesmo assim, saber valorizar a vantagem já construída não quer dizer que as chances desperdiçadas não farão falta.
A oportunidade perdida por Ricardo Oliveira no segundo tempo foi inacreditável. Respeito a opinião de quem defende que sua experiência pode fazer a diferença em uma partida decisiva, mas continuo vendo como inadmissível que um jogador em uma fase tão ruim esteja entre os onze titulares. Passado experiente e conquistas importantes não entram em campo, portanto, defender a permanência de Alerrando no time principal, mesmo após atuações não muito boas nos últimos jogos, é o mais sensato a se fazer.

Apesar da ineficiência do camisa 9, o Galo conseguiu ampliar a vantagem com um homem de meio campo. Jair marcou após assistência de Fábio Santos que, surpreendentemente, não fez uma partida ruim ontem.
Com o auxílio do VAR, o árbitro viu falta de Igor Rabello no lance e anulou o gol atleticano. Lance interpretativo, já que houve apenas uma disputa mais dura, algo comum em uma partida de futebol. A questão é que o tento anulado pode vir a fazer falta no fim das contas, mas não apaga a bela partida de Jair, tanto no meio de campo quanto chegando lá na frente quando necessário.
O Galo seguiu criando chances para atacar e parecia poder chegar a pelo menos mais um gol a qualquer momento, principalmente com a expulsão de Joel Carli após lance com Papagaio, que entrou para substituir Ricardo Oliveira, mas não fez muito pelo time. Com o apito final, balançar as redes do Botafogo novamente é uma missão que ficou para ser cumprida na Arena Independência.
O placar mínimo não nos permite dar como certa a classificação. O Botafogo não vive uma boa fase, nem mesmo apresentou um futebol vistoso jogando em seus domínios, mas as chances desperdiçadas pelo Galo podem vir a prejudicar o resultado final dessa disputa, principalmente porque a equipe atleticana finalizou mais e deu trabalho ao goleiro Gatito, enquanto Cleiton praticamente assistiu ao jogo de dentro do campo.
Futebol é bola na casinha, e se o responsável por fazer isso não desempenha tal função com o mínimo de sucesso, talvez não deva continuar a ter as oportunidades que tem.

O que se espera é que o Atlético não chegue ao ponto de lamentar na semana que vem os gols que não foram feitos no Rio. Como o critério do gol qualificado ainda é válido na Copa Sul-Americana, um empate simples classifica o Galo, mas é óbvio que pode ser feito mais que isso, pois o time é capaz de confirmar sua superioridade com uma nova vitória. Que Rodrigo Santana e seus comandados se lembrem que nem sempre é preciso ser sofrido e talvez o jogo da volta não seja, já que o treinador admitiu após a partida no Rio que a vantagem poderia ser muito maior.
Fica como saldo positivo a vitória, as boas atuações dos volantes Jair e Elias, a vantagem construída fora de casa e o tabu quebrado, já que foi a primeira vez na história que o Galo venceu o Botafogo no Rio de Janeiro em uma disputa de mata-mata. Está mais do que na hora de o Galo tirar do seu sapato essa pedra que se tornou o time carioca ao longo dos anos para seguir firme na busca do título da Copa Sul-Americana, a fim de não deixar a temporada passar em branco, conseguir uma vaga na próxima Libertadores e uma boa quantia em dinheiro, algo que fará muito bem aos cofres do clube.
FICHA TÉCNICA: BOTAFOGO 0 x 1 ATLÉTICO-MG
Data/Hora: 24/07/2019, às 21h30 (horário de Brasília)
Local: Estádio Nilton Santos, em Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Raphael Claus (BRA)
Auxiliares: Alessandro Rocha (BRA) e Fabrício Vilarinho (BRA)
VAR: Anderson Daronco (BRA)
Auxiliares VAR: Luiz Flavio De Oliveira (BRA) / Danilo Manis (BRA)
Público / Renda: 15.774 presentes / R$ 496.450,50
Cartão Amarelo: Alex Santana, Gustavo Bochecha (BOT)
Cartão Vermelho: Joel Carli (BOT)
GOL: Vinicius (34’/1ºT)
BOTAFOGO:
Gatito Fernández; Marcinho, Carli, Marcelo Benevenuto e Gilson; Cícero, Alex Santana, João Paulo (Igor Cássio; intervalo); Erik (Leonardo Valencia; 26’/2ºT), Diego Souza e Luiz Fernando (Gustavo Bochecha; intervalo).
Técnico: Eduardo Barroca
ATLÉTICO-MG:
Cleiton; Patric, Igor Rabello, Réver e Fábio Santos; Jair, Elias, Vinicius Goes (Nathan; 46’/2ºT), Otero (Maicon Bolt; 31’/2ºT); Chará e Ricardo Oliveira (Papagaio; 26’/2ºT).
Técnico: Rodrigo Santana
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