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Que venha o Defensor (que nem defende tão bem assim)

Há exatos 22 anos, no dia 20/02/1997, o Galo fez sua primeira e única partida contra a equipe do Defensor do Uruguai, em um amistoso realizado no Mineirão, jogo que o Galo venceu por 2 x1 com gols de Valdeir, aos 29 minutos do primeiro tempo e Evair aos 23 da etapa final. O gol do Defensor foi marcado por Da Silva, aos 30 minutos do primeiro tempo. Nesta ocasião o Galo se apresentou com os seguintes jogadores: Taffarel, Marcos Adriano, Ademir, Márcio Santos e Dedê. Doriva, Gutemberg, Leandro (depois Nilo), e Valdeir (depois Juninho), Alex e Evair. O técnico era o Eduardo Amorim.

Depois disto não houve sequer um outro confronto entre as duas equipes e de fato não conhecemos muito bem o adversário do Galo nesta terceira fase da Libertadores. Por isso mesmo resolvemos buscar informações sobre o que podemos encontrar no jogo desta quarta-feira, dia 20/02/19, no Uruguai. Esperamos que o CAM e sua comissão técnica tenham feito o mesmo, para evitarmos sustos como os que aconteceram nos jogos anteriores do Galo.

A imprensa tem dado muita ênfase ao fato de que o Defensor não ainda venceu este ano jogando em sua casa. Perdeu para o Bolivar-BOL por 3×2 no jogo de volta da primeira fase da Libertadores 2019, para o Barcelona-EQU por 2×1 no primeiro jogo da segunda fase da Libertadores 2019 e, neste final de semana, com time misto, perdeu de 1×0 para o Peñarol, pelo Campeonato Uruguaio. Perdeu ainda por 1×0 no jogo de volta, para o Barcelona-QUE. Entretanto, eles venceram seu primeiro confronto do ano jogando fora de casa contra o Bolivar-BOL, por 4×2, resultado que lhe garantiu passar para a segunda fase da Libertadores 2019.

Mas analisando todos os jogos de uma forma mais objetiva, o Defensor é uma equipe que se defende mal, deixa espaços para o adversário e a bola aérea tem sido um grande problema. Contudo, é um time reativo, que espera o erro do adversário e está sempre pronto para os contra-ataques. E para isto, a equipe conta com o veloz e habilidoso Pablo Lopez e o “cérebro” da equipe, Martín Rabuña, uma das grandes promessas do futebol uruguaio, volante forte na marcação e que também é responsável pela criação de jogadas.

Na frente o Defensor conta ainda com um camisa 9 perigoso. Álvaro “El Chino” Navarro é um centroavante que briga muito, não muito habilidoso, mas com faro de gol. Desde que chegou ao Defensor, já marcou 13 gols em 19 jogos. Na Libertadores já marcou 3 gols e distribuiu 3 assistências. É bom nosso sistema defensivo não dar muitos espaços para ele.

O técnico do Defensor, Jorge da Silva, gosta do esquema 4-1-4-1 com Cristobal fixo na frente da zaga, um volante que articula bem o jogo, uma linha de 4 no meio, com dois pontas de muita velocidade, o habilidoso Pablo Lopez que deve cair nas costas do Patric e o jovem Laquintana.

Na temporada, o Defensor fez 5 jogos, sofrendo 9 gols e marcando 7, 4 deles com Navarro. Porém, se tratando de Libertadores todo cuidado é pouco e o time de Levir Culpi terá de jogar um futebol sério, comprometido com a marcação e fazendo uso de boas triangulações no ataque, pra tentar furar as linhas defensivas do adversário que, sabedor das dificuldades que terá frente ao Galo, deverá armar seu time com as linhas de marcação muito próximas umas das outras, dificultando assim a armação de jogadas por nosso camisa 10, Juanito Cazares.

Por sua vez, Levir Culpi deverá mandar à campo o mesmo time das duas partidas anteriores da Libertadores, repetindo também seu esquema tático que varia do 4-1-4-1 ofensivamente, com Luan e Chará jogando mais abertos, Cazares e Elias mais centralizados e Pastor à frente. Para defender é que o Galo vem demonstrando dificuldades na recomposição, fazendo com que o tradicional 4-4-2 muitas vezes não seja bem montado, propiciando muito mais um quase 4-3-3, que tem causado muitas dores de cabeça ao técnico e fragilidade na marcação. E isto se deve à dificuldade que Cazares e Elias vêm tendo para montar as linhas defensivas, facilitando a abertura de espaços entre as duas linhas que deveriam ser de 4 homens, contudo, sem favorecer um combate mais avançado dos três homens que acabam tentando fechar o meio. No último jogo contra o Danúbio, no Independência, foi visível esta fragmentação das linhas defensivas e a baixa intensidade de marcação do meio de campo e ataque adversários. O segundo gol do Danúbio deixou claro e visível este buraco entre as linhas de marcação, propiciando o jogador do meio de campo adversário avançar com a bola dominada pela intermediária, sem que houvesse sequer um primeiro combate dos homens deveriam ter esta função. Se repetirmos isto contra o Defensor, podemos complicar muito o jogo pro nosso time.

As laterais devem também ser motivo de atenção por parte de nosso treinador. Os dois lados terão a presença de atacantes velocistas adversários, sendo que o lado do Patric terá o mais perigoso jogador do time adversário, o Pablo Lopez. As subidas ao ataque dos dois laterais, deverão ser cobertas imediatamente pelos volantes, ou mesmo por um atacante. Se deixarem desguarnecidas as laterais, com a velocidade dos dois ponteiros atacantes que eles têm, poderemos correr sérios riscos nos contra-ataques. É bom que o Levir tenha advertido todos do sistema defensivo. Nossos zagueiros não são de velocidade e precisarão, mais que nunca, do apoio de laterais e volantes para se evitar um mano-a-mano.

Enfim, apesar de todas as afirmações da imprensa brasileira, em especial a mineira, não esperem um jogo fácil contra o Defensor. Já dizia o filósofo: “jogo mata-mata fácil foi só um: a final da Copa do Brasil de 2014”. O resto é sempre pedreira. Mas apesar de tudo, vamos confiantes em uma boa apresentação do Galo e a busca de um resultado positivo neste primeiro jogo da terceira fase da Libertadores 2019.
Vamos, Galo. Vamos ser CAMpeões!

Por: Silas Gouveia e Angel Baldo
Twitter: @Sgalo17 e @AngelBaldo13
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