Por Ramón Parrô / Revisado por Jéssica Silva
Era sexta-feira, dia 26 de julho. Dois dias após uma importante vitória sobre o Botafogo, no Rio, por uma competição internacional. Jogando bem ou não, era um resultado bastante importante, pois o clube carioca costuma ser uma pedra no sapato do Galo em confrontos mata-mata. O torcedor atleticano não é bobo, mesmo sabendo que o rendimento poderia ser melhor, comemorou o fato de o time ter conseguido trazer um resultado favorável e a vantagem para casa.
Por que estou falando especificamente deste dia?
Porque foi nele que os torcedores souberam os valores que precisariam desembolsar para acompanhar mais um clássico diante do Cruzeiro. Poderia ser um dia de euforia, ansiedade, aquele famoso “libera a venda logo” e por aí vai…
Infelizmente não foi bem assim. Se tratando principalmente de um final de mês e da oscilação de atuações do time, o sentimento foi de frustração, pois a diretoria define o valor que ela quer e não podemos fazer muito sobre isso. Mas ela deveria ter pensado com um pouco mais de carinho na situação do torcedor e tudo que envolve o confronto. Para um jogo que será transmitido em grade aberta, às 19 horas de um domingo (inédito!), e muita gente ainda com a corda no pescoço para pagar suas contas, poderia haver um bom senso em relação aos valores. Até acredito que deva ter entre 15 e 20 mil pessoas no Horto hoje (o que é muito pouco para um clássico desse tamanho), que aqueles que lá estarão irão empurrar o Galo do início ao fim e farão uma bonita festa nas arquibancadas, mas olha o quanto nos chateamos quando vimos os preços. Quantas pessoas devem ter dito “eu queria muito ir, mas o ingresso está caro”? Quantas pessoas se sentiram deixadas de lado por uma diretoria que, desde quando assumiu, não conquistou a empatia de sua apaixonada torcida?
Chega um momento em que é preciso desacelerar um pouco. Parar, pensar. Colocar a razão acima da emoção. Não estou aqui cobrando ingressos de graça para a torcida, tampouco quero impor o que penso como verdade absoluta. Escrevo, acima de tudo, como um torcedor que vive do Galo, sofre, faz amizades nas arquibancadas, fica feliz com o simples fato de sua existência. Espero de coração que ele prospere, que volte a ser uma potência no âmbito nacional e internacional. E, se Deus quiser, a torcida terá um papel primordial nisso. Valorizem-na. Ela jamais abandonará este clube!