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Por que o ataque do Galo não vinga?

 

 

Ruth Martins
Do Fala Galo, de Belo Horizonte
21/08/2019 – 23h15

Nos últimos dias temos falado muito sobre o ataque do Galo, principalmente, sobre a falta de efetividade nas finalizações da equipe. Desde que Rodrigo Santana assumiu, às vésperas da decisão do Campeonato Mineiro, o time só marcou mais de dois gols na partida contra o CSA, pelo Campeonato Brasileiro. Seria essa uma deficiência do estilo de jogo implantado pelo jovem treinador, má fase dos nossos atacantes ou falta de treinamento? Difícil cravar uma resposta.

Analisando o desempenho do ataque do Galo nas três competições nas quais Rodrigo Santana comandou o time, o placar mais folgado (exceto o do confronto contra o CSA) em todas as partidas que venceu foi de 2×0. No Campeonato Brasileiro o Atlético ocupa a quarta posição no ranking dos melhores ataques, com 22 gols, ficando atrás somente de Flamengo, Santos e Palmeiras, respectivamente. Mas engana-se quem pensa que os três clubes à frente da equipe alvinegra na tabela têm número de gols muito superior. Apenas Flamengo se destaca em primeiro, com 32 gols. É importante frisar que somente no jogo contra o Goiás o time rubro-negro marcou 6 gols. Santos figura na segunda posição com 25 gols e Palmeiras na terceira, com 24 gols. 

Foto: Bruno Cantini

A grande discussão sobre esse ataque “pouco efetivo” é que o time tem criado muitas chances de gol, mas não consegue marcar em muitas delas. Rodrigo Santana conseguiu arrumar a defesa e fazer com que o meio-campo crie muitas oportunidades, no entanto, ainda não acertou a linha de frente. Ora, mas se o clube está conseguindo as vitórias, por que é tão importante fazer mais gols? Porque em competições de mata-mata, como a Copa do Brasil e a Copa Sul-Americana, o desempenho do time é medido em gols. 

No Brasileirão, ganhar de 1×0 ou de 10×0 vale os mesmos três pontos. Nas copas não. No jogo em que o Galo foi eliminado pelo Cruzeiro, por exemplo, no segundo tempo a equipe perdeu chances que teriam mudado o rumo da história. O mesmo vale para o jogo de ida das quartas de final da Sul-Americana. O gol marcado pelo La Equidad, somado ao baixo desempenho do ataque alvinegro, pode dificultar a classificação para a próxima fase, já que o adversário colombiano pode vencer o jogo da volta por 1×0 e se classificar com esse resultado.

O atacante Ricardo Oliveira ficou 15 jogos sem estufar as redes e Alerrandro, o reserva imediato da posição, também vive seu momento de jejum. O que podemos perceber em relação aos dois atletas é que a ansiedade para marcar dificulta ainda mais a saída de ambos dessa situação desconfortável. O esquema tático adotado pelo técnico Rodrigo Santana até pode influenciar no desempenho dos atacantes, mas a falta de mobilidade do time como um todo contribui para o baixo rendimento do ataque. O time perde velocidade quando nenhum jogador se apresenta para receber a bola e dar sequência na jogada. Consequentemente os atacantes ficam isolados lá na frente. É por esse motivo que os gols têm saído dos pés dos volantes. As muitas jogadas criadas no meio-campo se perdem antes de chegarem na grande área. O resultado dessa deficiência é o arremate mal feito, a ineficiência dos atacantes. 

Foto: Bruno Cantini

Uma vez li em algum lugar que o futebol evolui nas pequenas ideias. Acredito que o time do Galo pode evoluir muito ainda com Rodrigo Santana. E para dar certo é preciso equilíbrio. Certamente ele vai precisar variar seu esquema tático para encontrar o meio termo. Ficar entre o estilo arrojado do Fernando Diniz e o pragmático do Mano Menezes. Talvez utilizar um falso camisa 9 para preencher o espaço vazio na frente seja a solução. Um centroavante que saia mais da área para buscar a bola. Pelo que li sobre Franco Di Santo, essa é uma característica do jogador. O atacante Clayton também atuava dessa forma quando se destacou no Figueirense. Quem sabe essa mudança dá resultado? O certo é que algo precisa ser feito, e rápido. É vital para o restante da temporada que o técnico resolva esse problema. Que seja por variações táticas ou cobrando mais dos jogadores, não importa. O que queremos é bola na casinha.

 

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Edição de imagem: André Cantini