Por Lio Cardoso
Finalmente o Atlético achou uma utilidade para o campeonato regional!
Nessa temporada, além de testar jogadores menos utilizados no elenco, o Campeonato Mineiro tem sido usado, de forma muito inteligente por sinal, como momento de transição para a molecada da base.
Os garotos vão ganhando minutos de jogo importantíssimos em sua trajetória como profissionais em partidas sem tanta pressão e assim adquirem a rodagem necessária para serem úteis durante o restante da temporada. Ainda acho que essa linha de conduta poderia ser, a médio prazo, mais agressiva na medida em que os times mesclados com atletas menos utilizados e os “pratas da casa” fossem usados em todo o regional. Imaginem a experiência que esses jovens ganhariam jogando clássicos com estádio cheio e as torcidas dos rivais fazendo pressão! Isso seria absurdamente construtivo em sua formação para jogos grandes do Brasileirão, da Libertadores e da Copa do Brasil. Porém, para que isso aconteça é necessário um processo de maturação dessa linha de planejamento adotada em 2019, então cada coisa no seu tempo.
Ao ver o que tem sido feito hoje me pergunto quantos jogadores foram queimados pela falta de competência na transição e o quanto poderiam ter rendido muito retorno técnico e financeiro ao clube. Quantos não tiveram a sorte de Marcos Rocha e Mancini, que ao menos tiveram a chance de sair do clube para pegar a tal cancha, e só depois disso conseguiram vestir a camisa alvinegra da forma como ela merece ser usada?
Para trazermos a discursão para o presente, utilizemos o exemplo do Alerrandro: Foi lançado no pior momento possível, execrado pela torcida, saiu de campo chorando, o que ao meu ver foi o momento mais emblemático da falta de zelo do clube com suas “pratas da casa”. Como se não bastasse, foi castigado com um retorno ao time júnior para disputar a Taça São Paulo. Para que essa “transição” se tornasse um treinamento do BOPE, faltou somente agressão física aos gritos de: “pede pra sair, 44!”.
Se este garoto não tivesse personalidade e talento acima do comum, teria virado estatística nessa peneira maldita chamada transição, que reinou no Atlético até a temporada passada.
A nova forma de transição serviu para recuperar o jogador que ainda não é realidade, mas precisava ser tratado com mais atenção.
Jogadores que vêm da base representam investimento massivo do clube e precisam ser abraçados pela torcida. É parte fundamental da transição das jovens revelações essa acolhida por parte do maior patrimônio do clube, e a trajetória do atual artilheiro do Atlético no mineiro, que foi das lágrimas quando promovido efetivamente ao profissional ao êxtase depois do apito final do jogo contra o América, seja tomada como exemplo.
O sucesso ou o fracasso de um jogador em potencial depende do zelo com que ele é tratado pelo clube e, principalmente, pela torcida.
Que o processo de formação seja cada vez mais aperfeiçoado, da entrada do atleta no clube à sua promoção ao profissional, para que o alto investimento que tem sido feito na estrutura da base ao longo dos anos possa efetivamente valer a pena.
Que o passado tenebroso da administração passada da categoria de base sirva de exemplo para que a gestão atual continue sendo cada vez mais competente.
Transição aos moldes do BOPE nunca mais!