Karyne Teixeira
Do Fala Galo, em Salinas-MG
23/11/2019 – 9h13
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- SUPORTAR A PRESSÃO POR RESULTADOS IMEDIATOS
Desde que a atual direção venceu as eleições e passou a comandar o clube, a distância entre discurso e prática ficou evidente. Com investimentos equivocados, a montagem do plantel evidenciou erros ao longo dos últimos dois anos (para analisarmos somente o atual mandato). Com um elenco desequilibrado, os resultados não vieram como o desejado pela torcida e, com isso, a tensão foi se acirrando. A Massa, frustrada, protestou contra tudo e todos. A direção se refugiou nas contratações e demissões de treinadores para conter os ânimos. Não é surpresa dizer que não funcionou. O time chegou a ser assombrado com a proximidade da zona de rebaixamento e não deverá conseguir se classificar nem mesmo para a Pré-Libertadores. Na verdade, nem a classificação à Sul-Americana está garantida. Diante de todo esse cenário, aquele que assumir o barco para 2020 terá dificuldades em desenvolver seu trabalho por fatores internos, externos e históricos.
- TER FORÇA PARA NÃO SERVIR DE ESCUDO
Desde que Sette Câmara assumiu a presidência passaram pelo comando técnico do clube:
– Oswaldo de Oliveira: contratado no final da gestão de Daniel Nepomuceno para livrar o time do rebaixamento, obteve êxito e “ganhou” da nova diretoria a chance de continuar no cargo em 2018. Mas não durou muito e foi demitido já na segunda semana de fevereiro.
– Thiago Larghi: ele que fazia parte da comissão de Oswaldo, foi convidado a permanecer no clube. A idéia seria trabalhar com os futuros treinadores da equipe principal, auxiliando-os e se desenvolvendo para, quem sabe, futuramente assumir o comando. Larghi nunca havia sido treinador de uma equipe do porte do Atlético. De auxiliar a interino, de interino a efetivado, de efetivado a demitido. Ganhou promoção quando vivia um bom momento e na fase ruim foi dispensado, em outubro.
– Levir Culpi: chegou para manter o time entre os que se classificariam à Pré-Libertadores. Conseguiu. Continuou em 2019 até ser demitido em abril, às vésperas das finais do Campeonato Mineiro.
– Rodrigo Santana: repetiu o filme de Thiago Larghi, com a diferença de já ter experiência treinando inúmeras equipes pelo interior, mas também teve no Atlético sua grande chance. Melhorou a equipe de início, com o decorrer do tempo o rendimento foi caindo e em outubro foi demitido.
– Vágner Mancini: chegou com contrato curto: três meses, até o final deste ano. Espera-se que não fique para o próximo ano, mas se tratando dessa diretoria…
Escolhas sem critério algum. Todos, inicialmente, melhoraram o desempenho da equipe e mascaram o real patamar do elenco. Quando o nível foi voltando ao “normal”, foram demitidos. E nesta ciranda de técnicos, o próximo terá que lidar com o risco de ser só mais um escudo de uma diretoria fraca no futebol, que planeja mal o ano, monta um plantel mediano e faz discursos irreais diante da torcida. Para não sair como o culpado pelo momento, terá que bater de frente com os homens do Galo, ter pulso e ser sincero em seus discurso e posição, tanto atrás quanto em frente às câmeras.
- CONSEGUIR DAR UMA IDENTIDADE AO TIME
O Atlético, em sua história, acostumou a jogar para frente. Tendo um time veloz, com bons pontas, um centroavante matador e esbanjando muita entrega. Não há um jeito certo ou errado de jogar, há o que é mais agradável ou não aos olhos de cada espectador. No futebol brasileiro se tem as ondas do momento determinadas pelos atuais campeões. Os outros times tendem a querer copiar somente o futebol dentro das quatro linhas, se esquecendo do extra-campo que permitiu aos campeões chegarem onde chegaram. O Atlético não sabe para onde ir, quer ganhar mas não sabe como construir o caminho para tal. Quer jogar sempre no modo “Galo Doido”, mesmo sem ter peças para isso. Ensaiou mudar o estilo de jogo adotando uma postura mais defensiva, reativa, mas o crônico problema defensivo persiste. Na verdade, há quanto tempo não sabemos qual o modelo de jogo adotado pela equipe? Nessas indecisões, a sinergia com a torcida, sempre presente nas melhores campanhas que o Galo teve nos campeonatos disputados, passou a inexistir. Fato é que o novo técnico terá sérios problemas para solucionar a crise de identidade pela qual o clube passa e a de relacionamento que se estabeleceu com seus torcedores.
- DISPENSAR QUEM JÁ NÃO ACRESCENTA OU NUNCA ACRESCENTOU NADA
Desde meados de 2015 começou-se a falar sobre a necessidade de reformular o elenco. Passaram-se os anos e o discurso permanece o mesmo. A verdade é que o Atlético finge que muda e a gente já não finge mais que acredita. Quando falamos em renovação, queremos contratações que coloque os titulares no banco, não dispensas de titulares e contratações para serem reservas dos reservas que aqui já estavam. A gestão atual trouxe Bolt, Geuvânio, Terans, Edinho, Denilson… Renovou com Leonardo Silva, Patric, Ricardo Oliveira, Lucas Cândido… Jogadores que ou já entregaram o que podiam ou nunca mereceram estar aqui. Ainda temos vínculos herdados de outras diretorias com Alex Silva, Leonan, Danilo Barcelos, Mansur, Capixaba, Hyuri, Élder Santana… Para quem prega austeridade, muito dinheiro jogado fora. Seja quem for que chegue, precisará, antes de contratar, fazer uma limpeza profunda para os lados de Vespasiano. Sem saudosismo, sem gratidão acima do desempenho atual, sem essa de que é bom de grupo. O Atlético precisa aprender a fazer futebol. Esses são os verdadeiros jogadores caros, que vão estrangulando financeiramente o clube. Que o próximo técnico consiga identificá-los e se livrar deles.
- SER MAIS CRITERIOSO PARA AS CONTRATAÇÕES, VISANDO MINIMIZAR SEUS ERROS
Quem está com a grana curta precisa ser bem mais cirúrgico em seus investimentos. A margem de erro tem de ser mínima; o inverso de tudo o que o Atlético tem feito. Desse modo, a cada ano temos um elenco mais fraco e desequilibrado, como consequência, as apresentações vão diminuindo o nível e as aspirações nas competições são cada vez mais modestas. É evidente o quanto precisamos de reforços para 2020. Já precisávamos para este ano e vieram alguns, mas não supriram as necessidades, por uma série de fatores. Que o comandante do próximo ano consiga definir o que quer implantar no time, como deseja que sua equipe se porte em campo, defina as carências do plantel e, a partir de então, elabore um planejamento com a relação dos melhores atletas que na sua visão e dentro da realidade do clube se encaixem melhor para o que ele necessita, a fim de desenvolver seu trabalho. E, imprescendivelmente, não aceite goela abaixo qualquer jogador que ele acredita que não se enquadrará.
De certo, quem assumir o posto de treinador terá muito trabalho e dificuldades a serem enfrentadas, sem qualquer garantia de suporte e permanência no cargo. 2020 nem começou, mas já promete. Resta saber se negativa ou positivamente.
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Edição: Jéssica Silva
Edição de imagem: André Cantini
Edição de texto: Angel Baldo