Quando criança, eu me sentava em frente à televisão todas as tardes para assistir ao seriado “Chapolin Colorado”, o meu super-herói favorito. Quando o “polegar vermelho” era chamado, logo aparecia para resolver os problemas. Ele estava lá, pronto para ajudar quem estivesse precisando de ajuda para combater o crime.
Eu quis usar este bordão no título do texto porque é esta a pergunta que estamos nos fazendo: “E AGORA? ”
Desde o final da partida que culminou na eliminação da Copa Libertadores da América, aconteceram muitas coisas em muito pouco tempo: confusão entre polícia e torcida, jogador tentando justificar o injustificável, afastamento de presidente do clube, e o NÃO de Rogério Ceni.
A que ponto chegamos?! Ficamos ansiosos com Ceni mesmo sabendo que ele ainda é novo no ramo, e que está em um time menor. Sinceramente, nem sei o que pensar, é uma mistura de sentimentos e de emoções que às vezes podem até nos deixar sem fala, em silêncio. Silêncio que, no fim das contas, pode significar muita coisa.
Enfim… Eu não estou dando conta de processar tudo sozinha, por isso precisei da ajuda de mais três mulheres atleticanas para tentar entender isso, em mais uma edição da ARQUIBANCADA FEMININA. CONFERE AÍ!
Mariana Capachi, 38 anos, Arquiteta Urbanista:
“O time é o espelho de sua direção: está uma verdadeira bagunça e nós vimos isso em campo. O jogo de terça-feira foi muito diferente das finais do mineiro”. Torcedora fervorosa, Mariana analisa o primeiro tempo: “Contra o Nacional, o time entrou em campo com um esquema que desde o início vimos que não ia dar certo. Não tinha um armador, Rodrigo Santana colocou o Luan nesta função, com Adilson e Elias fazendo a marcação, mas na prática, o Luan recuou para cobrir os volantes que não estavam marcando ninguém, e então foi aquela correria para tudo quanto é lado. Guga foi mal no apoio e na cobertura, até senti falta do Patric. Chará errou tudo, mas pelo menos tentou 150 dribles, só não foi pior que o Bolt, que ficou escondidinho no cantinho dele. Ontem era ganhar ou ganhar, tinha que arriscar, já era para começar pressionando a saída de bola. O Galo entrou com todo mundo atrás do meio de campo, esperando o Nacional, sem armador, cadenciando um jogo onde a ideia era golear. No intervalo, o Santana ainda disse em entrevista que nós fomos melhores, que tivemos mais chances, que o time estava evoluindo. Um time que precisa ganhar com um resultado largo, ter DUAS chances de gol em 45 minutos chega a ser piada! ”.
PONTO NEGATIVO
Um ponto negativo da noite de terça foi a torcida do Galo, que choramingou pedindo para levar jogos para o Mineirão, e mais de 10 mil torcedores com ingresso na mão não compareceram, torcer quando o time está em alta é fácil. Mas dizem que são nas horas difíceis que a gente vê de verdade com quem a gente pode contar, não é? Então, aplausos para aqueles que compareceram e não vaiaram. #SeÉPraVaiarFicaNoSofá
MELHOR EM CAMPO: Luan
PIOR EM CAMPO: Bolt
Remanescentes da conquista de 2013 estão sendo questionados pela torcida, será que já é hora de se aposentar? Mariana explica: “Victor tem apoio de grande parte da torcida, que é grata pelo que ele fez em 2013, mas não podemos viver do milagre da conquista da Libertadores. Ele não é santo e é fato que vem falhando mais do que acertando. E não é uma exclusividade de 2019, isso vem de muitos anos. Ele não é regular, faz tempo que não passa confiança. Antigamente, a desculpa para as falhas era a zaga, diziam que com aquela zaga não havia goleiro que aguentasse, mas a verdade é que ele não se posiciona bem, prova disso é que o único chute a gol do Nacional entrou. O Victor participou pouco do jogo, e no que participou, saiu errado e passou susto na gente!
Léo Silva tem o peso da idade, o condicionamento físico, como titular realmente não tem como. Como quarto reserva, acredito que não comprometa, dá para levar até o final do ano. Mas acho que o reserva direto é Maidana (talvez até titular ao lado do Rever, porque o Igor Rabello tem ido mal, perdendo toda bola aérea). Não tem que insistir com o Léo, ele é a última opção. Porém, agora com os titulares lesionados, vai ter que ser ele mesmo”.
ÁNALISE: SEGUNDO TEMPO
Ana Flávia Rodrigues, 25 anos, autônoma:
A “guerreira de arquibancada” fez uma lista dos principais pontos negativos do segundo tempo:
- Falta de entrosamento
- Moleza em campo, parecia que o time estava vencendo de goleada, não que isso fosse motivo para haver
- Não havia ligação do meio com o ataque
- Time entrou aceitando a eliminação
- Houveram oportunidades que não foram aproveitadas
MELHOR EM CAMPO: Luan
PIORES EM CAMPO: Com a exceção do Luan, todo mundo foi mal
Nathália de Queiroz, 20 anos, estudante:
“No segundo tempo, o Galo precisava do resultado e partiu para o desespero. Não conseguiu nenhuma jogada que levasse perigo ao gol adversário, pois falta “o cara” que faz as jogadas de criação. Nisso abriu espaço no meio e nas laterais, e o time adversário em uma roubada de bola conseguiu matar o jogo, contando com o mau posicionamento do goleiro Victor”.
ARQUIBANCADA FEMININA
Para muitos, o Clube Atlético Mineiro está sem comando (o que é FATO), mas parece que alguns jogadores estão fazendo o que querem, corpo mole sem compromisso. Vocês concordam com isso, meninas?
ANA FLÁVIA:
“Os jogadores estão fazendo o que querem, sem comando, não há uma pressão interna, treinam no melhor CT, comem e dormem, ninguém faz nada para mudar. Na realidade, o Galo precisa de uma reformulação geral, desde a diretoria aos jogadores, tanto titulares quanto suplentes”.
NATHÁLIA:
“Na minha opinião, há alguns jogadores que estão acomodados e sim, fazendo o que querem, pois diretoria e comissão técnica não fazem cobranças, tampouco têm pulso firme. Precisamos urgentemente de uma reformulação, começando da diretoria, pois é de lá que tem que vir o respeito. Jogadores e comissão técnica têm que respeitar e fazer valer a história do grande time que é o Atlético”.
MARIANA, CÁ ENTRE NÓS, FOI MIGUÉ DO CAZARES, NÃO FOI NÃO?
“Com essa história do Cazares nos bastidores (que a gente quer acreditar que realmente está lesionado, mas no fundo a gente sabe que não está), para mim pode ser o Cristiano Ronaldo, se não tem comprometimento, não pode ficar e isso serve para qualquer profissão. Antes de ser a nossa paixão, o Galo é também uma empresa, e se o funcionário dessa empresa não cumpre as regras, é rua! Mas no caso de jogador é mais complicado, porque envolve valores de venda, daí não se pode ‘sujar a imagem’ do jogador para o passe não cair. Já tivemos propostas boas pelo Cazares e não o vendemos, depois ele fez um péssimo ano e as propostas sumiram. Tem que aproveitar os momentos de alta para vender, já que também está claro que ele é irregular”.
ROGÉRIO CENI DISSE NÃO. E AGORA, MARIANA?
“Eu manteria o Rodrigo Santana, ele conhece o time. Eu não acho q o problema do Galo seja técnico, não acredito que os sete técnicos que passaram por aqui sejam ruins. Róger, Aguirre, Larghi, o próprio Levir, são bons nomes. Tiveram os ‘tapa-buracos’ que realmente foram uma burrice tremenda, mas os bons não tiveram continuidade. Acredito que o que não pode é ficar indo atrás de técnico que já está empregado e levar porta na cara o tempo todo e ainda sair com fama de antiético. Sem contar que a cada não a torcida vai ficando mais impaciente com a diretoria, o que só agrava a crise. A visão que temos é que nenhum técnico vai querer vir para cá e ser derrubado daqui a seis meses. Estamos em meio a uma crise, isso é fato, portanto, é preciso ter cautela em cada passo que for dado agora, porque tudo vai tomar uma proporção muito maior do que realmente tem”.
Quero agradecer a colaboração de Mariana Capachi, Ana Flávia Rodrigues e Nathália de Queiroz.
Meninas, muito obrigada pelo tempo reservado e análises feitas.
Então, torcedora, curtiu a participação das atleticanas? Você também pode fazer parte da nossa ARQUIBANCADA FEMININA, basta entrar em contato pelas redes sociais do Fala Galo.
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Por: Carol Castilho
Revisado: Jéssica Silva