O momento do Clube Atlético Mineiro

 

Opinião do Torcedor com Caio Thumé

 

Não é surpresa para nenhum torcedor a péssima fase que vive o Atlético. O momento do clube abrange tanto as quatro linhas quanto o setor administrativo. A falta de ambição de ambas as partes desencadeiam situações conturbadoras, gerando mal-estar entre torcida e clube.

A gestão atual, presidida por Sérgio Sette Câmara, apoiado por aliados de Alexandre Kalil, chegou à presidência do clube em 2018 com o discurso de que o momento do Atlético seria de austeridade e repensar suas dívidas. Seu braço direito escolhido foi Alexandre Gallo, que ocupou o cargo de diretor de futebol por apenas 10 meses.

Tal diretor trouxe diversos jogadores por empréstimos, jogadores que em suma não possuíam jogos por seus clubes, fazendo do Atlético uma espécie de “refúgio dos jogadores”. Com o passar do tempo, foram vendidas peças principais do elenco atleticano, como: Róger Guedes (estava emprestado ao clube), Bremer e Otero. Com as vendas, não trouxe nenhum jogador a altura dos vendidos e com isso o clube caiu de rendimento nas mãos de Thiago Larghi, que acabou demitido pela má fase de resultados. O clube estava disputando o título antes da parada para a Copa, com as vendas o time caiu de rendimento. A culpa era mesmo do treinador ou dos dirigentes?

O discurso de austeridade não caiu nas graças da torcida, já que somos uma torcida que espera disputa por títulos após os anos inesquecíveis de 2013 e 2014, sem falar dos outros anos que contaram com vários jogadores de renomes e qualidade, porém, não conquistaram títulos quando estavam com contrato com o Atlético. Com vários jogadores de qualidade nos anos anteriores, se contentar com pouco não seria o esperado. Muitos refúgios vieram e os resultados saíram da Cidade do Galo, era o momento de ligar o sinal de alerta.

As contratações nesse método de austeridade não deram resultados, enfurecendo a torcida que, em prática, apoia seu clube de forma incontestável em qualquer situação, porém, a situação atingiu seu estopim. Jogadores sem o DNA do clube e sem meras qualidades chegaram para compôr o elenco atleticano. Mais uma pergunta para você, leitor: com o preço que se paga em vários jogadores como esses, não seria mais vantajoso contratar um ou dois bons jogadores? É só fazer as contas que você terá uma reflexão.

A famosa situação que persegue os atleticanos e, principalmente os jogadores, é a troca constante de treinadores no clube. Nos últimos anos é perceptível a falta de entrosamento do Atlético, devido a essas trocas.
Jogadores como Elias e Ricardo Oliveira mantém discursos de preferência de um trabalho com duração mais longa, para maior entendimento da filosofia de trabalho do técnico e para que os resultados venham. Mas a palavra “resultado” não é mais propícia para se usar, já que todos os que passaram pelas direções de Daniel Nepomuceno e Sette Câmara não o obtiveram.

A torcida tenta fazer sua parte nas arquibancadas, lota estádio, canta, empurra, mas o time não faz por onde para que esse apoio tão famoso por veículos de imprensa seja presente. Protestos atrás de protestos contra a direção e jogadores considerados ídolos sendo cobrados. Virou rotina do torcedor xingar virtualmente e deixar de ir ao estádio. Alexandre Kalil já disse: “a torcida do Atlético é muito chata”. Torcedores atleticanos buscam nas suas idas ao estádio um time ofensivo, com raça e sede de vencer. Isso nos últimos anos não vem sendo encontrado.

Mineirão ou Independência? Essa é a pergunta que todo atleticano se faz. Uns preferem o Mineirão pela sua história, conquistas e maiores públicos e rendas. Outros preferem o Independência pela força que a torcida ganha nas arquibancadas, porque a pressão aumenta sobre os adversários e o lema “caiu no horto, tá morto” ainda cai nas graças de alguns torcedores. O estádio vira um verdadeiro caldeirão.
O Atlético e os torcedores deviam deixar esse questionamento de lado e se perguntarem: “como andam os processos de licenciamento da Arena MRV?”. A Arena, que será construída por fundos capitais do clube, será a verdadeira casa do Galo e assim será por muitos anos. O foco deve totalmente a Arena MRV.

Todos esses problemas estimulam uma série de conflitos e crises. O momento do Atlético é de reflexão e de ser humilde em reconhecer os erros e buscar uma resposta positiva rapidamente.
A vinda de um novo diretor de futebol foi uma bola acertada pelo presidente, e com o tempo, as derrotas se tornarão vitórias, os erros se tornarão acertos e assim será o Clube Atlético Mineiro.

 

Revisado por: Jéssica Silva