Ô Crides, fala pra mãe que eu vou ao Clássico Mineiro! – Por Carol Castilho
“Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo” o bordão é de Fiori Giglioti, um dos principais narradores esportivos da história do rádio brasileiro, resume bem a tradição do Clássico entre Cruzeiro e Atlético . Os fanáticos de plantão afirmam que é um campeonato à parte, os nervos ficam à flor da pele, as provocações começam desde o início da semana e vai até a hora da bola rolar. Quando criança eu não entendia muito bem a grandeza desse espetáculo, eu me lembro que ligava a TV meio dia para assistir ao Alterosa esporte ( não entendia nada, só assistia mesmo) e via o Dudu Galo doido nervoso retrucando quem estava na arquibancada e o Toledo rindo no meio daquela situação. No dia do jogo mesmo meu tio ficava uma pilha de nervos, ficava velho de raiva, gritava com a TV , xingava juiz e jogador e, fumava que nem uma chaleira de tanto nervosismo. E gritava, se o lance dava certo ou errado. Hoje eu o entendo! Por que sou exatamente assim, até pior .
Eu só pisei em um estádio de futebol com 18 anos, pra nunca mais sair , não posso contar histórias do antigo Mineirão , eu não vivi elas, minha família não gostava e ainda não gosta de assistir os jogos nas arquibancadas, preferem assistir no sofá da sala. Eu contei pra minha mãe que vou no Clássico neste domingo, no Gigante da Pampulha, só 10% da torcida Atleticana poderá curtir o jogo e eu quero estar junto a essa minoria, mas sabe quem não queria que eu fosse? A minha mãe! Nesses últimos anos, os Clássicos entre Cruzeiro e Atlético foram marcados por muita violência. Ao fim de cada jogo você vê, ouve nos rádios e assisti pela TV as estatísticas da brutal violência, tudo isso só porque torce pra um time diferente e não entram em um acordo de respeitar ao próximo. Ela está preocupada, tem medo que eu entre nas estatísticas. Fala sério, nenhuma mãe ou pai, gosta de saber que seu filho foi agredido ou até mesmo morto.
Os últimos clássicos foram mornos, tanta gritaria pra pouco futebol , diretoria dificultando a ida do visitante, incerteza da segurança ao longo do trajeto de ida e volta e claro, o futebol, pois queremos raça e muita bola do time todo.
Esse texto eu estou direcionando para a minha mãe , para que ela não se preocupe , vou estar com os meus amigos acreditando e acompanhando minha paixão, pois é ela quem me move .
Ô Crides, fala pra mãe que eu vou ao Clássico Mineiro e vai da tudo certo para o meu Galão da Massa !
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