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Números em queda – Por Stéfano Bruno

Cinco jogos na Libertadores, duas vitórias dois empates e uma derrota, além de sete gols marcados e cinco sofridos. Em casa são três jogos, uma vitória, um empate e uma derrota, com três gols marcados e três sofridos. Este é o desempenho do Atlético na Copa Libertadores.

Nas cinco vezes que o time entrou em campo pelo torneio continental, deixou a sensação que poderia ter conseguido algo mais. Além disso, os números do time vêm caindo a cada jogo.

O Fala Galo analisou os números do Atlético nesta Copa Libertadores e identificou alguns problemas no time, que vão desde a baixa criatividade dos jogadores à montagem do elenco, passando também pela desorganização que Levir Culpi tem promovido no time. Explicaremos com calma.

Estatísticas em queda

Na estreia na Copa Libertadores, contra o Danubio/URU, o Atlético teve 51% de posse de bola, acertou 13 finalizações e errou sete, foram 18 assistências para conclusão a gol, 411 passes certos e 37 errados.

Já na partida contra o Cerro Porteño/PAR o Atlético teve 56% de posse de bola, acertou quatro finalizações e errou 12, foram dez assistências para conclusão a gol, 468 passes certos e 47 errados.

O fato de alguns dados terem sido inferiores na partida contra o Cerro Porteño/PAR poderia não ser preocupante se não estivesse sendo sistêmico. O gráfico abaixo mostra o número de finalizações certas do Atlético nas cinco partidas em que entrou em campo pela Copa Libertadores.

As assistências para finalização também apresentaram uma queda quase constante, com um leve aumento na partida contra o Cerro Porteño/PAR.

Por outro lado, o número de passes certos do Atlético manteve uma média nos três primeiros duelos, mas aumentaram consideravelmente nos últimos dois. Isso talvez se explica pelo fato de Levir Culpi ter aumentado o número de jogadores no meio-campo, o que na teoria deixa o time mais próximo no setor e aumenta a assertividade no fundamento. Na prática tem acontecido exatamente o oposto.

Em contrapartida, o número de passes errados aumentou consideravelmente nos últimos dois jogos, justamente quando o técnico Levir Culpi optou em armar o Atlético com “três volantes” – entre aspas pois o Elias está atuando como meia pelo lado direito.

Pouca criatividade

Com mais opções no meio-campo, o Atlético fez sua média de posse de bola aumentar no setor nos últimos dois jogos. Entretanto, viu diminuir o número de finalizações certas e de assistências para finalizações.

Com Ricardo Oliveira mais isolado a frente, uma vez que o Luan tem feito quase sozinho a transição da defesa para o ataque, o Atlético demonstrou dificuldade para criar chances de gol nas partidas com o Defensor/URU e o Cerro Porteño/PAR. Contra os paraguaios o time até iniciou bem o duelo, mas caiu de produção após o Cerro se organizar defensivamente em busca de explorar os contra-ataques.

O que poderia ajudar o time a furar estas linhas defensivas que normalmente os adversários impõe ao Atlético quando atuam no Independência ou no Mineirão, seriam as jogadas individuais. Porém, o Galo explora pouco os dribles e as jogadas mano a mano.

Normalmente não gostamos de ser comparados a outra pessoa, mas no futebol é difícil evitar tal analogia. O Fala Galo escolheu alguns números dos times brasileiros que estrearam na Copa Libertadores e comparou com as estatísticas do Atlético na partida contra o Cerro Porteño/PAR. É válido ressaltar que somente o Galo atuou em casa na primeira rodada da fase de grupos do torneio continental.

Três volantes

Nas partidas contra o Defensor/URU e Cerro Porteño/PAR o técnico Levir Culpi optou em escalar o Atlético com três volantes. Contra o time uruguaio o comandante optou por Adilson, José Welison e Elias. Já contra os paraguaios, Adilson, Jair e Elias, com este último atuando mais avançado nas duas ocasiões.

Não deu certo. Com mais jogadores no meio-campo, o Atlético se mostrou perdido dentro das quatro linhas. Para se ter ideia, a média de passes errados nas três partidas anteriores pela Copa Libertadores foi de 34. Já nos duelos contra Defensor/URU e Cerro Porteño/PAR esta mediana subiu para 48.

Já a média de posse de bola do Atlético no campo defensivo caiu de 34% nos três primeiros jogos da Copa Libertadores para 24% nos dois últimos. No meio-campo este número aumentou de 43% para 50%, enquanto no ataque notamos um crescente de 24% para 26%.

A nova formação prejudicou Elias, Luan, Cazares e Ricardo Oliveira, que têm se mostrado indecisos quanto ao posicionamento em campo. Luan tem atuado como meia pela esquerda, enquanto Elias joga pelo lado direito. Porém, falta costume à ambos para exercer tais funções.

Levir Culpi também tem se mostrado perdido desde a lista de jogadores relacionados para as partidas às substituições. Na estreia do Atlético na Copa Libertadores, por exemplo, Chará fazia grande partida e já havia amarelado dois jogadores do Danubio/URU em arrancadas da defesa ao ataque.

Entretanto, apesar da boa atuação do colombiano, Levir Culpi sacou o atacante no segundo tempo e mandou à campo Maicon Bolt. Por fim, Bolt acertou um cruzamento perfeito e Ricardo Oliveira fez o segundo gol do Atlético na partida. Como o próprio treinador gosta de brincar, “um burro com sorte”.

Já na partida contra o Cerro Porteño/PAR, para citar somente a primeira e a última da Copa Libertadores, Levir Culpi relacionou três volantes para o duelo, escalando todos como titulares. Dentre os jogadores inscritos na competição, o treinador poderia ter levado Neto como opção para o banco de reservas.

Levir acabou fazendo três substituições na partida, sacando justamente os três volantes. Adilson e Elias saíram por opção técnica, já o Jair sentiu um incômodo e pediu para deixar o campo. Entraram: Vinicius, Chará e Nathan, sendo este último para atuar improvisado como volante.

Em outro momento, em sua última passagem pelo Atlético, Levir Culpi chegou a escalar Luan como volante. Um questionamento dos torcedores foi que o treinador poderia ter feito o mesmo e mandado à campo o atacante Alerrandro, que vive bom momento com a camisa alvinegra.

Inscrito para a fase de grupos da Copa Libertadores, Nathan tem contrato com o Atlético somente até junho e atualmente é reserva do chamado “time B” do Galo, que vem atuando no Campeonato Mineiro.

O que os torcedores esperam é que a falta de coerência e a teimosia do Levir Culpi, além da apatia do time em campo, tenham ficado para trás. Na terça-feira (12), às 21h30, o Atlético entrará em campo contra o Nacional/URU pela segunda rodada da Copa Libertadores. Qualquer resultado que não seja a vitória pode ser trágico para o clube.

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