Ignorando os pedidos frequentes da torcida, Levir Culpi optou por entrar em campo com Patric mais uma vez e nós vimos Guga ficar no banco de reservas.
Também ao contrário do desejo da Massa, a formação com três volantes foi mantida. Há quem diga que entrar com Jair e Zé Welison serviria para liberar Elias e deixá-lo jogando como um meia, mas usando de sinceridade, a única liberação aceitável para Elias seria da Cidade do Galo, para bem longe, inclusive.
A fase do Nacional não é das melhores já que o time uruguaio não vem obtendo sucesso no campeonato nacional e, apesar de ter camisa e torcida que pesam em qualquer confronto em Montevidéu, o Galo tinha tudo para fazer valer sua superioridade técnica e construir um bom resultado.
Se a equipe atleticana se dedicasse a sair com velocidade e pressionar o adversário, poderia ter aberto o placar nos primeiros minutos, já que o Nacional parecia ter como objetivo esperar alguma atitude do Atlético, mesmo jogando em casa.
Cazares se posicionou um pouco mais adiantado, acompanhando Ricardo Oliveira. Foi inevitável constatar que sua presença seria melhor aproveitada caso estivesse mais centralizado, tomando conta do meio de campo.
Patric, como de costume, errou um passe e deu origem à chance mais clara de gol dos donos da casa. Para nossa sorte, o time uruguaio não teve tanta qualidade para finalizar.
O Galo teve sua melhor oportunidade com Zé Welison, que mandou a bola na trave, dando a impressão que a equipe alvinegra poderia fazer mais, caso quisesse. O gás do time vinha principalmente de Luan, mas obviamente não era o bastante. Esse parece ser o principal problema do time comandado por Levir Culpi: falta de ousadia dos jogadores, como um todo. Muitos dos resultados ruins obtidos até aqui aconteceram contra equipes inferiores, que certamente não dariam conta do ímpeto do Galo, caso ele existisse.
Na busca por velocidade e mais pressão ao adversário, o treinador atleticano poderia optar por Chará, mas preferiu voltar ao segundo tempo com a mesma formação. O dono da casa estava disposto a esperar as atitudes do Galo no primeiro tempo, mas na etapa complementar foi diferente. Vendo que os comandados de Levir Culpi não faziam tanta questão de ir atrás do resultado, o time do treinador Eduardo Domingues decidiu pressionar o Atlético, mesmo sendo uma equipe inferior, tecnicamente falando.
Foi apenas uma questão de tempo até o Nacional abrir o placar. Em mais uma falha defensiva, G. Bergessio subiu mais que Igor Rabello e mandou a bola para o fundo das redes, aos 27 minutos do 2° tempo. O pior, meu amigos, é que isso não surpreende.
Alterações feitas após o pior acontecer – Alerrandro também foi acionado nos minutos finais, como se fizesse milagres, um time que atrasava a bola de cinco em cinco minutos como se estivesse ganhando a partida e uma displicência enorme durante grande parte da etapa complementar. Com tudo isso, foi difícil acreditar em uma reação, mesmo que fosse almejando um empate.
A impressão é que o Galo não sabe o que está em jogo a cada vez que entra em campo pela Libertadores. O mínimo que se espera em uma competição continental é vontade, a começar pelo treinador. O nosso, aparentemente, não se deu conta de que sua teimosia já ultrapassou todo e qualquer limite, porque vem nos custando caro. Entrar com três volantes e adiantar Elias NÃO FUNCIONA, principalmente com o camisa 7 escalado pela esquerda. O Galo não fica mais ofensivo, não marca gols e não há nada que justifique essa formação. Patric não se posiciona melhor, não tem mais qualidade e nem mesmo mais vontade que Guga, portanto, também não há justificativa para sua permanência no time titular.
Levir só optou por acionar Chará e o próprio Guga quando o resultado já era favorável ao Nacional. O que se passa pela cabeça do nosso treinador? De que adianta prestar socorro depois que a vítima morreu?
É repetitivo, mas é sempre válido ressaltar que Elias, Patric e Fábio Santos reforçam os times adversários, nunca o Galo. À exemplo desses jogadores, Levir também está contribuindo para o sucesso dos concorrentes.
O “saco de pancadas” do grupo E seria o Zamora, fraco time venezuelano. Hoje, após ver a postura do Galo em seus dois primeiros jogos, é possível temer até mesmo este confronto que seria o mais fácil, na teoria.
O Galo não venceu o Cerro, no Mineirão, e o Nacional, no Gran Parque Central, porque não quis. Um pouco mais de esforço e já teríamos pontuado na Libertadores e a situação não estaria tão feia quanto está agora.
Falta ambição, treinamento, deixar a teimosia de lado e, acima de tudo, falta vontade de honrar essa camisa pesada que está sendo tão maltratada. Quem admira toda a trajetória de Levir Culpi no Galo está tendo bons motivos para perder o encanto, já que o treinador atleticano não está agindo como o comandante de uma grande equipe.
O início do Galo na Libertadores é triste, ver Levir esquecendo o que é ser um cara legal também. As derrotas de ontem e da quarta-feira passada têm pesos muito maiores do que parece.
Nos próximos quatro jogos que temos pela frente na fase de grupos da Libertadores, a postura deverá ser totalmente diferente, se é que o time do Atlético tem em mente se classificar.
A próxima partida acontece no Mineirão, contra o Zamora, no dia 3 de Abril. Haverá tempo para que Levir faça melhores escolhas, visando o bem de sua equipe como um todo, não para satisfazer seus caprichos. Que ele entenda que insistir nos mesmos erros após resultados extremamente ruins ultrapassa os limites da burrice. Já chega de Patric na lateral direita, Elias “liberado” pela esquerda, o que vale reforçar, não funciona e, acima de tudo, chega de esforços para perder jogos que seriam facilmente vencidos, caso houvesse algo de que sentimos falta e que sempre fez parte de nossa história: RAÇA!
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