No Mineirão, Galo é derrotado pelo Palmeiras.
Assistam o nosso pós-jogo: youtu.be/FXq90IZ87RU
Quem viu as vitórias do Galo nas três primeiras rodadas do Brasileirão e ainda assim conseguiu se manter convencido de que o objetivo era alcançar os 45 pontos, não se surpreendeu com a derrota de ontem.
No Gigante da Pampulha, Galo e Palmeiras fizeram um jogo entre duas equipes que almejam objetivos totalmente diferentes no campeonato: de um lado, um time sem uma boa gestão, com um treinador que não tem sua vida definida frente ao time e um elenco limitadíssimo. Do outro, uma diretoria que entende e investe em futebol, o que resulta no bom trabalho de um treinador vitorioso e um plantel repleto de boas opções.
O trabalho de Rodrigo Santana faz a nossa caminhada no Campeonato Brasileiro não ser tão ruim. Em outros tempos, talvez as vitórias contra as equipes de menor expressão não teriam vindo e a derrota para o bom time do Palmeiras teria sido pior.
Durante o primeiro tempo o Galo teve até uma boa postura, conseguiu chegar em algumas oportunidades, mas não caprichou no último toque na bola, o que deixa claro que há muita falta de qualidade no setor ofensivo do time.
Ricardo Oliveira voltou a fazer uma péssima partida e suas atuações vêm mostrando que o Bom Pastor não tem condições de ser a principal referência do ataque atleticano. Alerrandro, por mais jovem que seja, deveria receber mais oportunidades, pois costuma fazer o que se deve um centroavante: gols.
A falta de criatividade no meio de campo, tecla na qual se bate com tanta frequência por aqui, é nítida em momentos nos quais o time precisa de algo diferente para buscar um resultado e não consegue produzir. Sendo assim, não é necessário dizer que um camisa dez é uma das nossas principais carências, pois isso é óbvio.
A facilidade do Palmeiras em chegar pelas laterais, pelo lado esquerdo, mais precisamente, mostra que a fragilidade do Galo não se limita ao meio de campo, tampouco ao ataque. Um substituto para Fábio Santos, jogador que não se cansa de atuar mal e até de maneira despreocupada, faz com que a gente também não se canse de pedir sua saída do time atleticano.
Victor, tão seguro em outros tempos, vem sendo facilmente superado por qualquer ataque adversário. Considerando a bela história que tem o arqueiro com a camisa do Galo, vê-lo tão mal não é fácil para nenhum atleticano. Há a questão do treinamento, o que parece não ser muito bem executado pelo preparador de goleiros, mas talvez algumas oportunidades para Cleiton no time titular possam fazer o camisa 1 acordar e enxergar que seu atual momento no Atlético é péssimo.
Em suas primeiras apresentações no Galo, Adilson era um volante marcador e dava trabalho aos adversários que tentavam penetrar a área atleticana. Hoje, andar em campo e ser um reforço para quem quer que jogue contra o Galo é sua especialidade, o que nos torna um time ainda mais vulnerável.
Muito se fala em trazer um treinador experiente para comandar essa barca furada que se tornou o Galo. Será que experiência é somente do que nós precisamos agora? Há grandes chances de um novo comandante chegar ao Atlético e não ter reforços pontuais para começar a trabalhar, tampouco tempo para seguir com tal projeto. Há ainda o risco de suas ideias não serem bem aceitas pelos jogadores mais experientes.
Quem garante que qualquer jogador atleticano vá escutar seu comandante, levando em consideração que eles bem sabem da bagunça que é a atual gestão do clube e parecem se aproveitar disso? Hoje não há pulso firme nem organização no Atlético e isso talvez não se adquira de uma hora para outra, apenas trazendo um senhor com 60 anos ou mais para assumir o cargo de treinador.
A derrota para o Palmeiras é aceitável. Ninguém fica feliz em perder, mas há momentos em que um revés já é esperado. A equipe de Felipão tem muita qualidade, soube se aproveitar das chances que teve e da fragilidade do Atlético, principalmente no segundo tempo.
Nosso objetivo ainda é alcançar os 45 pontos, e desses 45 talvez nenhum seja conquistado contra equipes como o Palmeiras. Sendo assim, o esperado é que o Galo continue tirando pontos de equipes que brigarão na parte de baixo da tabela, para compensar as possíveis derrotas contra times mais qualificados.
Dizer que a mudança no Atlético deve começar de cima, pela diretoria, para só então “contagiar” comissão técnica e jogadores já foi feito incansavelmente, mesmo assim não deixa de ser verdade. Caso isso aconteça, os frutos não serão colhidos tão cedo, pois um trabalho que resulte em sucesso precisa de tempo.
Há quem tenha se iludido com as vitórias contra Avaí, Vasco e Ceará, mas acompanhando as limitações do time atleticano e as dificuldades do Campeonato Brasileiro, percebe-se que não há espaço para ilusão.
Nossa meta no Brasileirão não envolve título ou classificação para a Libertadores, apenas a permanência na série A.
Seguiremos lutando para conquistar os 45 pontos, nos livrar do fantasma do rebaixamento e o que vier a mais é lucro. Não é com o que sonhamos, parece medíocre, mas é a nossa realidade agora.
Ficha técnica:
ATLÉTICO-MG 0 X 2 PALMEIRAS
Motivo: 4ª rodada do Brasileiro
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 12 de maio de 2019, domingo
Hora: às 16h (de Brasília)
Árbitro: Anderson Daronco (Fifa/RS) Assistentes: Rafael da Silva Alves (RS) e Elio Nepomuceno (RS)
Árbitro de vídeo: Daniel Nobre Bins (RS)
Cartão amarelo: Nathan (Atlético-MG); Raphael Veiga, Diogo Barbosa e Felipe Melo (Palmeiras)
Gols: Bruno Henrique – 43’/1ºT (0-1); Bruno Henrique – 7’/2ºT (0-2)
ATLÉTICO-MG: Victor; Guga, Réver, Igor Rabello e Fábio Santos; Adilson (Nathan), Elias, Luan e Chará; Geuvânio (Vinicius Goes) e Ricardo Oliveira (Alerrandro).
Técnico: Rodrigo Santana (interino).
PALMEIRAS: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Luan e Diogo Barbosa; Felipe Melo, Bruno Henrique, Zé Rafael (Hyoran), Raphael Veiga (Moisés) e Dudu (Felipe Pires); Deyverson.
Técnico: Luiz Felipe Scolari