Na Vila Belmiro, Galo é superado pelo Santos

 

 

Jéssica Silva

 

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Valendo a vice-liderança do Campeonato Brasileiro, o Galo mediu forças com o Santos na Vila Belmiro. A expectativa para o jogo era boa, já que o time atleticano vinha de uma ótima partida contra o próprio Peixe, pela Copa do Brasil. Infelizmente, o Galo de ontem foi muito diferente do que se classificou na competição de mata-mata.

Já nos primeiros minutos só deu Santos. É comum que a equipe comandada por Jorge Sampaoli se imponha já no início das partidas que faz em casa, sufocando o adversário. O Galo, por sua vez, adotou uma postura defensiva e mal passou do meio de campo.

Com as chegadas perigosas da equipe santista, principalmente com Soteldo, que deu trabalho a Patric, o Galo precisaria apertar a marcação para evitar que o Peixe fosse tão superior, mas não foi o que aconteceu. Em boa parte da partida, o Atlético se limitou a esperar o Santos.

A estratégia atleticana era clara; esperar o Santos se lançar em busca do gol para aproveitar as brechas e sair em contra-ataque, mas Sampaoli fez com que seus comandados atacassem com cautela, justamente para que a história da última quinta-feira não se repetisse.

Chegando insistentemente e se aproveitando da maior deficiência do Galo, a bola parada defensiva, o Santos saiu na frente e reafirmou a sua superioridade no primeiro tempo.

O Peixe ampliou ainda nos primeiros 45 minutos, em cobrança de pênalti. Levando em consideração que houve o toque de mão na bola do lateral Fábio Santos, a marcação foi correta. O que incomoda é a maneira como o árbitro fez o uso do VAR, já que o lance do pênalti foi analisado após o juíz dar escanteio ao time atleticano. Fica também a dúvida se a arbitragem se dedicaria assim a analisar um lance a favor do Atlético, mesmo que tardiamente.

O Galo ficou em grande desvantagem para o segundo tempo, mas isso foi só o reflexo de seu comportamento na primeira etapa. Sem criatividade no meio de campo, ofensividade para buscar o gol e assistindo ao Santos jogar, ser superado era o único resultado possível.

Saber se defender é importante, mas é necessário que haja um equilíbrio. Sequer tentar passar do meio de campo faz com que o adversário goste do jogo e, consequentemente, ganhe confiança para atacar. Esperar o Santos poderia ser uma boa estratégia apenas para os primeiros minutos da partida, mas o Galo acabou sendo dominado por muito tempo.

A cautela do Galo foi um tanto quanto exagerada e a dificuldade da equipe em chegar lá na frente fez com que esse Atlético não se parecesse em nada com aquele que jogou no meio da semana, contra o mesmo Santos.

É comum justificar o jejum de gols de um centroavante com a falta assistências, de possibilidades de marcar o tento. No entanto, a atual situação de Ricardo Oliveira vai muito além disso. O camisa nove vem recebendo algumas oportunidades de ajudar a equipe com seus gols, mas as desperdiça frequentemente, como aconteceu ontem.

Alerrandro vem pedindo passagem há um bom tempo, principalmente pelo bom momento que vive, atraindo gols por onde passa. Ontem, entrando no segundo tempo, assim como Geuvânio, foi essencial para uma mudança na postura do Atlético.

Mal pisou no campo e o jovem centroavante já se aproveitou da assistência de Patric para diminuir o prejuízo do Galo. Além do gol, a presença de Alerrando em campo movimentou o jogo e fez parecer que o time atleticano teria chances de chegar pelo menos ao empate.

Ficou claro que as alterações promovidas por Rodrigo Santana visaram dar um ânimo ao time, o que aconteceu com as entradas de Geuvânio e Alerrandro. O Galo passou a chegar mais tentando alcançar, no mínimo, um segundo gol.

Infelizmente, quando o momento era favorável ao Galo, indicando a possibilidade de uma igualdade no placar no finalzinho, o Santos ampliou sua vantagem com um belo gol de Carlos Sánchez e liquidou a fatura, jogando um balde de água fria no Galo e mostrando que às vezes o futebol é cruel.

O placar final refletiu a superioridade do Santos em grande parte do jogo e evidenciou o quanto o Galo pecou em esperar o adversário ao invés de se posicionar também no ataque, sem priorizar por completo o setor defensivo.

Levando em consideração o bom momento de Alerrandro e sua ótima movimentação em campo, não é difícil imaginar que sua presença no jogo desde o início poderia ter nos levado por um caminho diferente.

É claro que um jovem jogador não é o salvador da pátria, mas utilizar um atacante como Alerrandro em tempos de Ricardo Oliveira passando por uma má fase somente nos ajudaria.

Futebol é feito de história, mas também de momento. Considerando o momento de Alerrandro, sua titularidade é mais que merecida, por mais que a história do Bom Pastor mereça respeito. Ricardo Oliveira não marca desde a nossa estreia no Brasileirão, portanto, sua fase é ruim, o que acaba prejudicando o restante do time.

Como o jogador experiente que é, não se espera que Ricardo Oliveira se irrite frente aos torcedores e colegas de equipe por uma simples substituição, principalmente porque ao analisar seu atual momento não há razão alguma para fazer isso.

Titularidade ou a permanência em um jogo por 90 minutos são resultados de um trabalho duro, eficiente e que acrescente qualidade à equipe como um todo. Como nada disso vem de Ricardo Oliveira atualmente, o jogador deveria dar graças a Deus por ainda ter chances no time titular e nunca reclamar ao ser substituído.

No futebol, assim como em qualquer outro meio, há uma hierarquia que deve ser respeitada. O esperado é que Rodrigo Santana banque suas escolhas, opte pelo que é mais eficiente para o time e claro, tenha o respeito dos seus comandados para trabalhar com o elenco atleticano da melhor maneira possível.

Deixamos pontos importantes na Vila Belmiro, mas vale ressaltar que enfrentamos uma outra grande equipe e jogamos fora de casa, então o revés está dentre os resultados ruins aceitáveis em um Brasileirão. O problema é que o Galo não jogou como quem defendia a vice-liderança, foi inofensivo e teve a derrota como saldo. O que mais incomoda é saber que o time tinha capacidade para ser muito melhor do que foi, mas não o fez.

Visando ficar bem posicionado na tabela durante a parada para a Copa América, o
Galo enfrenta o São Paulo, em casa. Se trata de uma outra grande equipe, mas o Atlético deve se aproveitar do fator casa para vencer o jogo e pontuar novamente, a fim de permanecer dentre os primeiros colocados.

Que o jogo contra o tricolor paulista possa ser a recuperação da derrota do último domingo e que o revés contra o Santos sirva para que comissão técnica e jogadores aprendam com seus erros, a fim de não permitir o fim da nossa evolução na temporada.

FICHA TÉCNICA: SANTOS 3X1 ATLÉTICO

SANTOS
Everson; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, Felipe Aguilar e Jorge; Diego Pituca e Jean Lucas; Marinho (Carlos Sánchez, aos 20min do 2ºT), Jean Mota (Felipe Jonathan, aos 37min do 2ºT) e Soteldo; Eduardo Sasha (Uribe, aos 39min do 2ºT)
Técnico: Jorge Sampaoli

ATLÉTICO
Victor; Patric, Réver, Igor Rabello e Fábio Santos; Zé Welison (Nathan, aos 39min do 2ºT) e Elias; Luan, Cazares e Chará (Geuvânio, aos 12min do 2ºT); Ricardo Oliveira (Alerrandro, aos 22min do 2ºT)
Técnico: Rodrigo Santana

Gols: Eduardo Sasha, aos 38min, e Jean Mota, aos 49min do 1ºT; Carlos Sánchez, aos 36min do 2ºT (SAN); Alerrandro, aos 25min do 2ºT (ATL)

Cartões amarelos: Fábio Santos, aos 46min do 1ºT; Zé Welison, aos 34min do 2ºT (ATL)
Motivo: oitava rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Vila Belmiro, em Santos-SP
Data: domingo, 9 de junho de 2019
Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva (PA)
Assistentes: Eduardo Gonçalves da Cruz (MS) e Hélcio Araújo Neves (PA)
VAR: Rafael Traci (SC)
Público: 5.794
Renda: R$ 199.730,00