Levir, o teimoso sem sorte! – Por Lucas Tanaka

Na última quarta feira, o Galo foi derrotado pelo Cerro Porteño em casa na estreia da fase de grupos da Libertadores. Mas a minha intenção com esse texto nem é fazer um pós-jogo dessa derrota, mas sim analisar o trabalho do Levir até aqui e analisar também um pouco o elenco que a diretoria montou até então. Então vamos lá!

Primeiro, gostaria de fazer uma “defesa” ao técnico, pois vejo muitas pessoas dizendo: “O Galo está jogando com três volantes”. Pois bem, não é isso que acontece, Elias não é volante, nem quando jogava ao lado de Adilson, pois vez ou outra, o Galo alternava do 4-2-3-1 para o 4-1-4-1 e o Elias avançava formando a segunda linha de quatro atuando por dentro e o Adilson sim era o único volante do time e, muitas vezes, para não falar sempre, ficava totalmente sobrecarregado na marcação.

Além disso, contra o Defensor, no Independência, e contra o Cerro, o Elias mudou de posição e continuou sem a função de volante. Nesses dois jogos ele atuou pelo lado do campo. No primeiro pela esquerda e no segundo pela direita. Contra o Defensor a dupla de volantes foram o Welison e Adilson e contra o Cerro, foram o Adilson e o Jair, sendo assim, nos dois o Galo jogou com dois volantes e não três como muita gente vem falando, inclusive gente da imprensa. Nesses dois jogos, o time atuou nitidamente no 4-2-3-1.

Contra o Defensor, foi até aceitável o Levir ter entrado com o Elias fechando o lado esquerdo e com dois volantes mais presos, visto que tínhamos um 2 a 0 a favor, construído fora de casa e ele jogou pela classificação. Mas contra o Cerro, ao meu ver, foi um grande erro ele ter entrado com a formação quase idêntica à última citada, trocando apenas Welison, expulso no último jogo, por Jair. No momento que saiu a escalação, imaginei que Levir colocaria o Elias como terceiro homem de meio campo, mais pela direita e Cazares caindo da esquerda e vindo por dentro, com Luan mais próximo do Pastor, pela direita, no 4-3-3, mas mais uma vez, Elias foi deslocado pra um lado do campo.

Ao meu ver, a única posição em que o Elias desempenharia um bom futebol seria se fosse deslocado como terceiro homem de meio campo, como citado no último parágrafo. Tanto como ponta, independente do lado, ou como segundo volante ao lado do Adilson, ele será queimado, pois hoje não é onde ele consegue desempenhar um bom futebol. Além de queimar o jogador, Levir joga contra si mesmo.

O Galo perde muito com essa insistência do Levir em manter esse esquema com Luan e Elias nas pontas, pois os dois são mais meias que atacantes e com isso instintivamente puxam as jogadas mais para o meio, assim, o time fica fácil de ser marcado e previsível. Ambos não têm a velocidade como característica e com isso perdemos em amplitude. Além disso, o Cazares fica sobrecarregado nas armações, pois o time fica espaçado e dependente de uma noite inspirada de seu camisa 10 e de um dia bom do Ricardo Oliveira.

Dito isso, tem ainda o fato de que não vejo triangulações, o time joga espaçado, não tem coletivo, e consegue criar com facilidade quando muitas vezes nos contra-ataques encontra os espaços cedidos, porque não tem condições de criar as jogadas envolvendo o adversário. O Galo do Levir está sendo o famoso Galo Doido que ele tanto cita em suas coletivas. O time joga sem obediência tática nenhuma, defende mal, ataca com pouca gente. O Galo não é um time mecânico, é previsível e fácil de ser marcado, basta o adversário fechar em uma linha de quatro seguida por uma de cinco a frente que o Galo encontra dificuldades em achar os espaços. Ademais, com esse estilo de jogo mais preso, precisaríamos de laterais que apoiassem bem no setor ofensivo, que é totalmente o contrário das características dos atuais titulares Fábio Santos e Patric.

Sobre Patric, nem vou falar nada, nem o critico mais, a crítica fica para quem o escala. Ele não obriga niguém a colocá-lo de titular. Quem me conhece sabe que se dependesse de mim, ele já estaria no banco há muito tempo. É bom deixar claro que contra o Cerro ele não teve culpa nenhuma pelo resultado, longe disso, mas as vaias destinadas a ele criaram mais uma situação promovida pelo próprio Levir que insiste em o escalar, mesmo já estando totalmente queimado com a torcida, e mesmo que o Guga tenha aproveitado as chances que teve.
Uma outra crítica ao técnico é a falta de capacidade de mudar o esquema, inclusive durante os jogos. As substituições, na minha opinião, também vêm sendo mal feitas, e a última foi a entrada do Nathan como volante, sendo que o mesmo até então era reserva do time B. Essa foi uma que realmente não entendi.

Finalizo esse texto abordando também a falta de opção que temos no elenco, ainda falta a tão sonhada “sombra” para o Fábio Santos, um reserva para o Cazares, pois não tenho confiança no Vinícius e acho a disparidade técnica entre os dois enorme, e não dá para saber se o Geuvânio será o cara de lado com velocidade que tanto precisamos. Um segundo volante também é uma posição carente, visto que, com a lesão do Blanco, ficamos apenas com o Jair com essas características.

Fica a expectativa também do Levir mudar a maneira do time jogar, reconhecer os erros e parar de insistir em coisas que todos sabemos que não estão dando certo. Gostaria de ver o Galo saindo do 4-2-3-1 e migrando para o 4-3-3 com Victor, Guga, Rever, Rabello, Fábio Santos, Adilson/Welison e Jair, Luan ou Elias sendo o terceiro homem de meio, Cazares mais pela esquerda vindo pelo meio, Chará/Bolt/Geuvânio pela direita e Ricardo Oliveira à frente.

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