Insuficiente: Galo vence mas não avança na Copa do Brasil
Por Jéssica Silva
Valeu a pena, Galo!
Valeu a pena, Galo!
(Não) vamos ser campeões…
Uma disputa de mata-mata é composta por dois jogos, 180 minutos, dois campos diferentes. Uma partida complementa a outra, entretanto, uma equipe pode se comportar de maneira distinta em cada uma das duas ocasiões.
Você com certeza já leu por aí que o Galo foi eliminado no primeiro jogo, naquele apagão geral que durou longos noventa minutos e deu ao rival uma classificação de mão beijada no Gigante da Pampulha. Qualquer um de nós já leu isso antes e não é possível discordar, pois é a mais pura verdade.
“Por que não jogou assim na primeira partida?”. Com certeza essa frase foi muito usada no jogo de ontem desde os primeiros minutos, pois foi cedo que o atleticano percebeu que o Galo em campo no Independência em nada se parecia com aquele que jogou no Mineirão. As limitações técnicas ainda estavam ali, elas não sumiram de uma hora para a outra, mas o diferencial, que é necessário em uma partida decisiva, esteve presente no Horto.
Desde o apito inicial o Atlético demonstrou que a entrega e a determinação, tão faladas durante toda a semana pelos jogadores, não seriam apenas palavras. O time atleticano precisava fazer no mínimo três gols e estava disposto a encarar a retranca de Mano Menezes com unhas e dentes para alcançar tal objetivo, se comportando como quem sabia o que estava em jogo, algo que foi muito cobrado na partida disputada no Mineirão.
Se na primeira partida já havia sido difícil lidar com o time fechado que é comumente escalado pelo técnico celeste, no jogo da volta não teria como ser diferente. Porém, dessa vez o Galo tinha uma aliada que andava meio distante da equipe ultimamente: a raça. Infelizmente, acionar esse diferencial apenas em um dos jogos da disputa por uma vaga nas semifinais da Copa do Brasil fez com que todo o esforço da noite de ontem não fosse o suficiente.

A “blitz” atleticana para cima do rival não cessava, mas a cada chegada perigosa do Galo os defensores vestidos de azul pareciam se multiplicar, impedindo a bola de morrer no fundo das redes. Maldita retranca!
Assim como no jogo da ida, o Atlético era quem mais ficava com a redonda, mas dessa vez de maneira efetiva, criando oportunidades de gol. Jair, acionado como titular para proteger o meio de campo, fez uma grande partida e distribuiu bem o jogo para a equipe atleticana, o que nos proporcionou uma postura mais organizada.
Foram muitas as chegadas atleticanas que ficaram no quase e quando a bola decidiu entrar o alívio veio, mas a preocupação também, por conta do tempo. Cazares fez um belo gol e abriu o placar no Independência somente após os trinta minutos e, apesar de imaginar que ainda teríamos toda a etapa complementar para fazer pelo menos mais dois gols, este tempo também poderia ser curto, levando em consideração a dificuldade para furar o bloqueio do adversário.
Veio a segunda etapa e o Galo não esfriou, mas a defesa do rival se manteve bem postada, competindo com a vontade atleticana de chegar ao gol novamente. Por se manter no campo de ataque em grande parte do tempo, vez ou outra o Atlético deixava alguns espaços e em um desses momentos o time adversário se aproveitou para chegar em contra-ataque e balançar as redes de Victor. O gol foi anulado de maneira acertada, já que houve falta do time de Mano Menezes no lance que originou a jogada do tento, mas esse episódio gerou uma confusão no campo que culminou nas expulsões de David e Alerrandro, sendo essa última injusta.
Precisando de gols com uma certa urgência, Rodrigo Santana trouxe Ricardo Oliveira à campo no lugar de Jair, o que fez com que a partida excelente do volante chegasse ao fim mais cedo. Com as esperanças renovadas após o gol invalidado do rival, o Galo partiu para cima e ameaçou com propriedade, mas a bola, caprichosa, teimou em não entrar.
Bola lançada bem longe do gol, batida em cima do goleiro Fábio ou até defendida por ele; o tento atleticano estava amadurecendo, mas faltava aquele capricho (dos jogadores ou do destino, não se sabe) para que as redes adversárias fossem estufadas e o Galo se aproximasse da classificação.
Quando o Atlético finalmente conseguiu um novo gol, o jogo já estava nos acréscimos. Com um belo chute, Patric pegou a bola na veia, marcou para o Galo e esquentou ainda mais a disputa de maneira emocionante, nos fazendo acreditar que um novo gol seria possível em pouquíssimos minutos, que era tudo o que nós tínhamos.
Ao mesmo tempo em que o placar necessário para levar a partida aos pênaltis ainda parecia possível, o ponteiro do relógio, que não para por nada, nos distanciava da classificação. O rival ainda teve tempo para encaixar um contra-ataque, desarmado por Luan com falta, o que é perfeitamente compreensível.

Quando o árbitro decidiu que não havia tempo para mais nada, ficou a sensação do quase, do insuficiente, do que ficou por um triz. Apesar de não ter feito uma partida perfeita, a entrega atleticana na noite de ontem foi digna de aplausos e dos cantos inflamados da Massa, mas não foi o bastante para nos levar às semifinais da Copa do Brasil. A incompetência da equipe em entregar de bandeja um placar elástico a um adversário que joga apenas se defendendo foi o principal fator que colocou o Galo bem longe das chances de vencer o torneio.
Há quem diga que parabenizar a raça do Atlético como equipe no jogo da volta é como premiar a incompetência, que foi nosso algoz no jogo da ida, mas não funciona bem assim. Foram partidas totalmente diferentes, o time decidiu correr atrás do prejuízo tarde demais, é verdade, mas o empenho apresentado no Independência deixou claro que ainda corre algum sangue nas veias do atual time do Galo. Como já foi dito, um time pode se comportar de maneira totalmente diferente em duas partidas com igual importância.
É difícil elogiar um time pelo esforço, pela pegada, não pela classificação. A maneira como a vaga nas semifinais da Copa do Brasil escapou pelos dedos do Galo mostram que um apagão geral, como o que aconteceu no Mineirão, jamais será bem-vindo, pois pode custar muito caro.
Que sirva de lição para que cada um dos jogadores atleticanos saiba que o futebol deve ser jogado de igual para igual durante toda uma disputa, não apenas na metade dela. O time atleticano mostrou ser capaz de jogar com aquele diferencial, a Massa tem o apoio incondicional para incendiar a arquibancada e a equipe ainda tem uma competição que traz chances reais de título: a Copa Sul-Americana. Se a pegada for a mesma do jogo de ontem, ninguém pode parar o Galo. Isso, é claro, se o time que jogou no Mineirão não voltar a se apresentar novamente diante dos nossos olhos.
Valeu a pena, Galo! Não seremos campeões, pelo menos não da Copa do Brasil, não este ano, mas ainda há a esperança de dias melhores, pois a raça nós já provamos ter, falta apenas que ela seja mesclada com a técnica e faça do Atlético uma equipe com bom desempenho, mas também com resultados.
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO-MG 2×0 CRUZEIRO
Motivo: Quartas de final da Copa do Brasil (volta)
Data/Hora: 17/07/2019, às 19h15 (de Brasília)
Local: Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP)
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (SP) e Alex Ang Ribeiro (SP)
VAR: Thiago Duarte Peixoto
GOLS: Cazares, 34’1ºT (1-0), Patric, 47’2ºT (2-0)
Cartões amarelos: Jair, Cazares, Ricardo Oliveira, Luan (CAM), Egídio, Robinho, Pedro Rocha, Fábio (CRU)
Cartões vermelhos: Alerrandro (CAM), David (CRU)
ATLÉTICO: Victor; Patric, Igor Rabello, Réver e Fábio Santos; Jair (Ricardo Oliveira), Elias (Luan); Cazares, Chará e Otero (Geuvânio); Alerrandro. Técnico: Rodrigo Santana.
CRUZEIRO: Fábio; Orejuela, Dedé, Léo e Egídio; Henrique e Lucas Romero; Robinho (Jadson), Marquinhos Gabriel e Pedro Rocha (Dodô); Fred (David). Técnico: Mano Menezes.
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