Foto: Flickr oficial do Atlético
Por: Jéssica Silva
O Galo recebeu o América de Cali, no Mineirão, em busca de sua primeira vitória na Copa Libertadores. Com alterações na escalação, Cuca e Cuquinha deram a torcida o prazer de ver Zaracho como titular, acompanhado de Tchê Tchê e Nacho no meio-campo. Mariano assumiu a vaga de Guga e Igor Rabello entrou no lugar de Réver. Lá na frente, Savarino Keno e Vargas compuseram o trio de ataque. Com uma apresentação muito melhor que as anteriores, o time atleticano alcançou o triunfo, embora tenha sofrido em determinados momentos.
Nos primeiros minutos de jogo, a equipe colombiana foi quem ofereceu perigo. Diferente dos adversários que o Atlético tem enfrentado até aqui nesta temporada, o América de Cali não tinha como intenção apenas se defender. Com jogadores fortes, o time visitante não se absteve do jogo e tocou bem a bola, jogando livremente, muito disso porque o Galo permitia. Felizmente, o time atleticano melhorou bastante ainda na primeira etapa e começou a mostrar a que veio.
Como se trata de Atlético na Libertadores, o Galo experimentou muitos “quases”. O goleiro Joel Graterol estava com sorte e viu a bola teimar em não entrar várias vezes, mesmo após bater na trave, no travessão e ficar pra fora da rede por poucos centímetros. O time atleticano apertava, sufocava o América de Cali e adotou a postura ofensiva que o torcedor tanto pede.
Tanta demora para balançar as redes deixou bem claro que um matador é essencial para compor essa equipe. O Atlético não tinha tantas possibilidades de trabalhar a bola no chão, então apostava nos cruzamentos para a grande área – cruzamentos muito bons, é importante dizer. Porém, o homem que seria o último a tocar na redonda antes que ela beijasse o fundo do gol não estava em campo no primeiro tempo, pois ficou no banco.
Após a polêmica do final de semana, Hulk queria mostrar serviço e aproveitou bem sua oportunidade na etapa complementar. No momento em que pisou no gramado, substituindo Vargas, o atacante desequilibrou a partida e levou perigo ao gol colombiano.
A boa postura adotada pelo Atlético no primeiro tempo conseguiu ser ainda melhor na segunda etapa e foi aí que o placar se construiu. Após sofrer pênalti, Hulk fez a cobrança e guardou o primeiro gol. Poucos minutos depois, uma bela jogada protagonizada pelos três homens de frente aumentaram a vantagem atleticana. Keno tocou para Savarino, que não fez um bom primeiro tempo, mas melhorou na etapa complementar, e deu lindo passe para Hulk marcar o segundo tento e começar a fazer seu nome com a camisa alvinegra.
Ofensividade e pressão não faltavam ao Galo neste momento do jogo, porém, uma falha individual fez com que o time atleticano abaixasse a bola e ficasse mais vulnerável. Tchê Tchê, em um erro juvenil, perdeu a bola para o adversário quando tinha dois zagueiros alvinegros disponíveis para receber a bola, o que originou o gol do América de Cali. Como tínhamos longos minutos pela frente, a equipe de Juan Cruz Real foi para o tudo ou nada em busca do empate, o que trouxe o típico sofrimento que o Atlético sempre nos proporciona.
Com direito a expulsão de Nathan e falta perigosíssima no final, o Galo alcançou seu primeiro triunfo na Libertadores 2021 com uma boa atuação de maneira geral, mas foi por pouco. No fim das contas, a parte ruim foi a substituição forçada de Zaracho, que saiu lesionado aos 11 minutos do 2° tempo. Felizmente, parece se tratar de algo simples e logo o meia estará disponível para ser utilizado pelo treinador.
A vitória no torneio continental traz um alívio, já que a Libertadores é uma das obsessões para a atual temporada. Mesmo com a boa postura de hoje, ainda sabemos que é necessário melhorar. Está na hora de definir uma equipe titular e, principalmente, o homem de frente que será responsável por não desperdiçar chances de gol. É claro que um sistema tático não é implementado da noite para o dia, mas o que se espera é que Cuca saiba trabalhar de maneira ágil, a fim de fazer com que a equipe consiga se classificar para a próxima fase da competição e continuar sonhando com a taça.
ATLÉTICO 2 X 1 AMÉRICA DE CÁLI-COL
Atlético
Everson; Mariano, Igor Rabello, Junior Alonso e Guilherme Arana; Tchê Tchê, Matías Zaracho (Nathan, aos 11’ minutos) e Nacho Fernández (Marrony, aos 45′ do 2ºT); Savarino (Dodô, aos 37’ do 2ºT), Keno (Alan Franco, aos 45′ do 2ºT) e Eduardo Vargas (Hulk, no intervalo)
Técnico: Cuquinha
América de Cáli-COL
Joel Graterol; Cristian Arrieta, Kevin Andrade, Pablo Ortiz e Héctor Quiñones; Luis Paz, Yesus Cabrera (Rodrigo Ureña, aos 19’ do 2ºT) e Rafael Carrascal (Luis Sánchez, aos 20’ do 2ºT); Guillermo Murillo (Santiago Moreno, aos 8’ do 2ºT), Duván Vergara e Aldair Rodríguez (Dimber Cambindo, aos 19’ do 2ºT)
Técnico: Juan Cruz Real
Motivo: segunda rodada do Grupo H da Copa Libertadores
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data e horário: terça-feira, 27 de abril de 2021, às 19h15 (de Brasília)
Gols: Hulk, aos 13’ e aos 17’ do 2ºT (ATL); Luis Sánchez, aos 31’ do 2ºT (AME)
Cartões amarelos: Junior Alonso, a 1’, Hulk, aos 39’, e Alan Franco, aos 51′ do 2ºT (ATL); Carrascal, aos 35’, Kevin Andrade, aos 45’ do 1ºT, e Arrieta, aos 49′ do 2ºT (AME)
Cartão vermelho: Nathan, aos 48′ do 2ºT (ATL)
Árbitro: Daniel Fedorczuk (URU)
Assistentes: Richard Trinindad (URU) e Martín Soppi (URU)