Foto: Internet/WEB
Bruna Vargas
11/04/2020 – 17h
Clique e siga nosso Instagram
Clique e siga nosso Twitter
Clique e siga nosso YouTube
Clique e siga nosso Facebook
GRUPO DE NOTÍCIAS DO FALA GALO, CLIQUE AQUI:
O ex ponta-direita de família alviverde que chegou ao Atlético para fazer história e entrar na história. Conhecido e elogiado por ser um excelente comunicador e amigo dos jogadores, lembrado por lançar promessas e escalar sempre quem estava no seu melhor momento. Além de apreciador do “futebol arte” e do talento que muitas vezes sobrepunha a tática. O treinador chegou para mudar os rumos do alvinegro. “O Atlético precisava de uma explosão e eu apenas acendi o pavio” – disse Telê ao Jornal dos Sports, em 1970.
PASSAGENS PELO ATLÉTICO
Esse mês a chegada do treinador no comando do Atlético completou 50 anos e após 3 passagens, colecionou 434 jogos a frente da área técnica do alvinegro e é até hoje o treinador com mais jogos a frente do clube.
A CONQUISTA DO CAMPEONATO BRASILEIRO DE 71 (1970-72)
Após conquistar o Campeonato Carioca, pelo Fluminense, em 1969, o Telê Santana foi chamado para voltar ao seu estado natal, Minas Gerais. Recebeu o convite de Nelson Campos para comandar o Atlético enquanto Zagalo substituía João Saldanha na seleção brasileira. O alvinegro buscava um treinador com uma nova metodologia, para quebrar, acima de tudo, a hegemonia do arquirrival Cruzeiro. Apesar de um início desanimador, o Atlético, de repente, deu uma bela arrancada com taças consecutivas. Foi Campeão Mineiro, no Mineirão, pela primeira vez em 1970. Com 22 jogos, 20 vitórias, um empate e uma derrota, o Galo se consagrava novamente campeão do estadual, competição que não conquistava desde 1963.
“Com Telê, o Atlético reencontra a glória” – manchete do Diário de Minas no dia seguinte ao título mineiro.
Em 1971, a CDB (Confederação Brasileira de Desportos), antecessora da CBF criou o primeiro Campeonato Brasileiro. O Galo iniciou com um empate contra o América e Grêmio. Após duas vitórias consecutivas contra Flamengo e Bahia, se classificou para o triangular final com antecedência e venceu o São Paulo por 1 a 0.
Após o tricolor paulista vencer o Botafogo por 3 a 0, o Galo só dependia de um empate contra o time carioca no Maracanã, mas uma vitória por 1 a 0 decretou a conquista do primeiro Campeonato Brasileiro pelo Atlético.
Em 1972, com uma campanha sem sucesso na Libertadores e abaixo do esperado no Brasileirão, além de perder o Campeonato Mineiro pro Cruzeiro, o primeiro ciclo do treinador no Galo chegou ao fim.
“Quem ganhou este campeonato para o Atlético, mais do que nunca, foi a humildade de Telê” – Osvaldo Faria na coluna “Coragem para dizer a verdade” no Diário de Minas.
A SEGUNDA PASSAGEM (1973-1975)
Após 8 meses no São Paulo, em agosto de 1973, Telê voltou ao Galo. Apesar de encontrar jogadores como Reinaldo, na época com 16 anos, o técnico não conquistou nenhum grande troféu e viu o rival Cruzeiro voltar com força total para o cenário esportivo. Enquanto o arquirrival brigava na cabeça, no Atlético, o clima era de reconstrução. Balançando no cargo e muito pressionado após o fim do mandato de Nelson Campos, Telê pediu demissão em 1975 após resultados ruins no Brasileirão.
A ÚLTIMA PASSAGEM (1987-1988)
12 anos depois, Telê voltou para sua terceira passagem no alvinegro, após Nelson Campos ser eleito para o lugar de Elias Kalil. E encontrou o alvinegro no fim da sua geração dourada após venda de Cerezo em 83, despedida de Reinaldo em 85 e no ano seguinte, e a de Éder Aleixo.
No Brasileirão, invicto, líder de grupo em duas fases, o alvinegro foi eliminado pelo Flamengo nas semifinais de 87. Telê Santana encerrou sua passagem pelo Atlético com o título do Campeonato Mineiro em 88.
No dia do aniversário do Galo (25 de março), de 2006, com 74 anos, o ex-treinador foi internado e morreu em 21 de abril de 2006, por falência múltipla dos órgãos.
CURIOSIDADES
Após a conquista do título brasileiro, Telê revelou sobre sua promessa de ir a pé de Belo Horizonte até Congonhas (67 km), que não foi cumprida em sua totalidade. Escoltado por uma radiopatrulha da PM, o treinador parou antes do destino final, entrou em uma igrejinha a beira da estrada, e lá mesmo, agradeceu.
Um nome mais que relevante no cenário esportivo mineiro, Telê foi lembrado pela TV Alterosa, em 2002. A emissora criou o Troféu Telê Santana que homenageia, além do ex-jogador e treinador do Atlético e Seleção Brasileira, os melhores jogadores, treinadores e esportistas de Minas Gerais.
Na década de 90, após sofrer um AVC, o treinador deixou os gramados. Em entrevista ao Programa Gente da TV Horizonte, foi perguntado de qual clube tinha mais saudade e a resposta foi o Atlético. Justo Telê, que vinha de uma família de torcedores do América-MG, e assumiu, em entrevista ao programa Roda Viva, que não tinha muita simpatia pelo alvinegro quando menino, e que como torcedor, o odiava, era o clube que deixou saudades no ex-treinador. Uma raiva que virou relação de amor e uma história memorável que há 50 anos começava a ser escrita.