Foto: Flickr oficial do Atlético
Jéssica Silva
09/09/2020 – 23h58
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Reencontrando seus antigos clubes, Sampaoli e Cuca se enfrentaram na Vila Belmiro, em partida válida pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro. No jogo que parecia ser mais um triunfo garantido para o Galo, o time atleticano foi do céu ao inferno em poucos minutos e fez jus ao clichê “não existe justiça no futebol”.
O início atleticano na Vila foi avassalador. Quem ligou a TV com dois minutos de atraso já perdeu lances que geralmente só acontecem na metade de uma partida de futebol. O Galo não se comportou como visitante, tampouco esperou o Peixe fazer as honras da casa e buscou o gol desde o momento em que o juíz deu o apito inicial.
O bom reflexo do goleiro santista e a falta de objetividade do ataque atleticano fizeram com que o Galo não abrisse o placar logo de cara, mesmo que tenha feito por merecer. Quando os gols e a vitória atleticana pareciam apenas questão de tempo, Mariano deu início ao que seria uma triste e injusta noite. Recuando uma bola de maneira medonha para Rafael, o lateral praticamente deu uma assistência para Marinho e fez com que o goleiro atleticano cometesse uma falta dura, o que causou sua expulsão.
A questão é que ainda que não houvesse a intervenção de Rafael, ainda haveria uma disputa pela bola. Claramente era uma boa chance para o time santista, mas não é unanimidade que tenha havido justiça na expulsão. Mesmo assim, Rafael deixou o campo e Victor voltou ao gol atleticano após seis meses sem disputar uma partida.
Mesmo com todos os lances duvidosos avaliados por um juíz aparentemente perdido e despreparado, ou até mesmo o fato de o Galo não ter alcançado o placar que merecia, nada se compara a tristeza de ver a atuação de Victor. O ídolo atleticano já entrou em campo cometendo uma falha bisonha, praticamente entregando ao Santos um gol que não seria feito apenas por méritos do time da casa. Além disso, todas as finalizações do Peixe acabaram em gols. Victor não parecia ser mais que um goleiro amador, o que incomoda muito a qualquer um que tenha acompanhado sua trajetória com essa camisa.
Indiscutivelmente o maior goleiro da história do Atlético, Victor sempre foi um gigante debaixo das traves, mas seu ciclo chegou ao fim, por mais doloroso que isso seja. Ao exigir um outro goleiro para compôr o plantel, Sampaoli mostrou mais uma vez que vê além do que se espera, sabe exatamente como desempenhar seu trabalho e ficou claro que o recém-chegado Everson será muito útil daqui pra frente, talvez já no domingo.
Mesmo com um homem a menos e a desvantagem no placar, Jorge Sampaoli simplesmente não se conforma com um revés e não permite que ninguém sob seu comando faça isso. Durante o primeiro tempo a atuação atleticana foi heróica e a busca do Galo pelo resultado positivo não foi freada por estar com um jogador a menos.
Na etapa complementar o ritmo diminuiu, mas ainda assim o Santos não se atreveu a jogar de igual para igual. Mesmo estando em vantagem numérica e com o placar favorável, a equipe comandada por Cuca não se comportou como quem queria jogo. Além disso, muito do sucesso santista nas conclusões de suas jogadas deve-se ao despreparo do goleiro Victor.
A arbitragem também tem sua porcentagem de culpa no placar final. A expulsão de Rafael não foi o que se chama de justa, o pênalti que originou o terceiro gol do Santos não existiu e um árbitro que precisa parar a partida de dois em dois minutos para avaliar lances inúteis a fim de favorecer apenas uma das equipes é de um despreparo tão grande que chega a ser revoltante.
O critério do Sr. Wagner do Nascimento Magalhães mudava dependendo de quem seria favorecido pelo lance e, apesar de suas credenciais, o árbitro se mostrou extremamente bairrista e injusto, o que culminou em uma partida que perdeu muito em qualidade.
Avaliando desempenho o Atlético não teve uma atuação ruim, mas sofreu com falhas individuais, seja de seus jogadores ou do árbitro da partida. Quanto ao resultado, foi injusto e intragável, mas serve como aprendizado para o que virá pela frente.
Mais uma vez, é impossível ignorar a tristeza de ver o ciclo de Victor chegando ao fim, mas devemos ser gratos pelos momentos proporcionados por este grande profissional que será eternamente o principal responsável pela virada na história do Atlético em 2013.
O Galo soma quinze pontos, ainda figura na parte de cima da tabela e tem um jogo a menos, o que não deve ser esquecido. Logicamente um placar que não corresponde à partida e que foi construído por circunstâncias atípicas incomoda, mas o caminho a ser trilhado é longo e a recuperação deve vir no domingo, contra o Red Bull Bragantino, no Mineirão.
Sem imediatismo, o que só atrapalha um trabalho em desenvolvimento, a postura atleticana deve sim ser valorizada, já que apesar das chances desperdiçadas e de tantos pontos desfavoráveis, houve coragem e busca por uma virada no placar até o final.
SANTOS 3 X 1 ATLÉTICO
Santos
João Paulo; Madson (Derick, aos 43′ do 2ºT), Jobson, Alex (Wagner Leonardo, aos 23′ do 2ºT) e Felipe Jonatan; Diego Pituca, Carlos Sánchez (Ivonei, aos 29′ do 2ºT) e Arthur Gomes; Marinho, Soteldo e Lucas Braga
Técnico: Cuca
Atlético
Rafael; Mariano, Igor Rabello, Junior Alonso e Guilherme Arana; Allan (Hyoran, aos 30′ do 2ºT), Jair (Marquinhos, aos 12’ do 2ºT) e Alan Franco; Savarino (Keno, no intervalo), Marrony (Victor, expulsão do Rafael) e Eduardo Sasha
Técnico: Jorge Sampaoli
Motivo: 9ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Data e horário: quarta-feira, 9 de setembro de 2020, às 21h30 (de Brasília)
Gols: Arthur Gomes, aos 21’, e Marinho, aos 38’ do 1ºT e aos 54′ do 2ºT (SAN); Allan Franco, aos 34’ do 1ºT (ATL)
Cartões amarelos: Felipe Jonatan, aos 5’ do 2ºT (SAN); Jair, aos 23’ do 1ºT, Keno, a 1’ , e Jorge Sampaoli, aos 31′ do 2ºT (ATL)
Cartões vermelhos: O preparador físico Arzul, aos 32′ do 2ºT (SAN); Rafael, aos 15′ do 1ºT, e o preparador físico Pablo Fernández, aos 32′ do 2ºT (ATL)
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (FIFA-RJ)
Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa (FIFA-RJ) e Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha (RJ)
VAR: Carlos Eduardo Nunes Braga (RJ)