Foto: Flickr Atlético / Pedro Souza
Por: Jéssica Silva / @Jeatleticana
Atlético e América empataram em zero a zero no primeiro confronto da final do Campeonato Mineiro. Como o Galo fez uma melhor campanha na primeira fase, a vantagem ainda é atleticana, porém, o futebol apresentado pela equipe de Cuca passou longe de encher os olhos.
O comandante alvinegro optou por poupar Jair e Keno, o que era esperado para prevenir os atletas de um maior desgaste físico e evitar lesões. O que surpreendeu, na verdade, foi a mudança na parte tática.
A equipe foi escalada com três zagueiros, mas na maior parte do tempo Réver atuou como primeiro volante. Não dá para afirmar que foi necessariamente pela maneira que a equipe se posicionou em campo, mas o respeito de Cuca pelo adversário foi tanto que chegou a comprometer a atuação atleticana. O Galo não parecia interessado em levar perigo ao gol americano, tanto é que Cavichioli quase não trabalhou. O time alvinegro até anulou as ações americanas, mas não envolveu o adversário a ponto de deixá-lo mais frágil e, consequentemente, balançar as redes.
Por outro lado, o América também não ameaçou o Galo, que foi levemente melhor na etapa inicial, mas nada que concretizasse sua superioridade técnica ou mudasse o placar. Houve equilíbrio durante o jogo, muito disso porque ambas as equipes não se propuseram a assumir o controle da situação.
Lisca parecia ter como objetivo manter sua equipe fechada, o que fez com que o Atlético não conseguisse furar a defesa alviverde. Chutes de fora da área foram a válvula de escape do Galo, mas não acabaram em gols, apenas fizeram com que o América retomasse a posse de bola facilmente.
No segundo tempo, Cuca promoveu mudanças que fizeram com que o posicionamento tático da equipe voltasse ao dito “normal”, no entanto, Lisca também apostou em alterações e obteve mais sucesso, pois apostou em atacantes e assumiu o controle da partida, se desvencilhando da anulação que sofreu na primeira etapa.
Pelo lado do Atlético, Allan, que entrou no lugar de Réver, foi expulso e deixou o Galo com um a menos. Mesmo assim, o América não conseguiu superar o goleiro Everson e a vantagem atleticana se manteve.
Aparentemente o Galo optou por jogar com o regulamento debaixo do braço. Fez melhor campanha na primeira fase e entendeu que seu desgaste era maior, devido aos compromissos da Copa Libertadores.
A escalação não fez muito sentido e não ficou muito claro o porquê de não usar os jogadores reservas em suas legítimas posições, já que um dos objetivos era poupar aqueles que se desgastaram na competição continental. Afinal, o motivo de haver um plantel tão recheado é justamente esse.
No fim das contas, o Atlético acabou transferindo as obrigações da final para o jogo da volta, o que pode ser perigoso.
Definitivamente não acompanhamos um belo jogo, nenhuma das equipes apresentou um futebol vistoso, mas a estratégia atleticana funcionou, pois ainda estamos em vantagem. Muito provavelmente o Galo está esgotado, já que vem se entregando nas partidas da competição continental que, obviamente, são muito importantes.
No próximo sábado teremos o jogo da volta e provavelmente ainda haverá desgaste, mas é perfeitamente possível conseguir uma vitória simples para garantir mais um título estadual sem sufoco. O América de Lisca é bem treinado e sabe se organizar, sendo assim, não deve ser subestimado. Apesar disso, a obrigação de conquistar a taça é inteiramente do Atlético, que tem uma equipe superior, um elenco milionário e a necessidade de começar a conquistar títulos o quanto antes, para fazer jus aos investimentos que foram feitos para a temporada.
AMÉRICA 0 X 0 ATLÉTICO
América
Matheus Cavichioli; Diego Ferreira, Anderson, Eduardo Bauermann e Marlon; Zé Ricardo (Ramon, 43/2°T), Juninho (Leandro Carvalho, 31/2°T) e Alê; Bruno Nazário (Ademir, 18/2°T), Felipe Azevedo (Ribamar, 18/2°T) e Rodolfo (Lohan, 43/2°T)
Técnico: Lisca
Atlético
Everson; Guga, Igor Rabello, Junior Alonso e Dodô (Eduardo Sasha, 9/2°T); Réver (Allan, no intervalo), Tchê Tchê, Guilherme Arana e Nacho Fernández (Hyoran, 30/2°T); Savarino (Diego Tardelli, 22/2°T) e Hulk (Alan Franco, 30/2°T)
Técnico: Cuca
Cartões amarelos: Junior Alonso (21/2°T); Guilherme Arana (46/2°T); Guga (48/2°T); Everson (49/2°T); Diego Tardelli (após o apito final)
Cartão vermelho: Allan (27/2°)
Motivo: jogo de ida da final do Campeonato Mineiro
Local: estádio Independência
Data: domingo, 16 de maio
Horário: 16h
Árbitro: Wanderson Alves de Souza
Assistentes: Ricardo Junio de Souza e Frederico Soares Vilarinho
VAR: Emerson de Almeida Ferreira