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Em mais um vexame, Galo é eliminado da Copa do Brasil pelo Afogados

 

 

Jéssica Silva
27/02/2020 – 02h11
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Em menos de uma semana o Galo foi eliminado de duas competições de mata-mata. Na última quinta-feira, o time atleticano se despediu da Copa Sul-Americana diante do Unión de Santa Fé. Ontem, em Pernambuco, o Galo conseguiu a proeza de ser eliminado pelo modesto Afogados, dando um dos maiores vexames de sua história.

O treinador Rafael Dudamel optou por escalar sua equipe com três zagueiros. Igor Rabello, Gabriel e Maidana, que não justifica ser jogador de futebol, compuseram a zaga. O comandante alvinegro ainda deixou Nathan no banco, o que fez o time atleticano perder muito em qualidade e foi mais um erro injustificável do venezuelano.

Mais uma vez o Atlético se mostrou uma equipe frágil, covarde e que envergonha o torcedor, o que independe da escalação. Jogando contra um time desconhecido, mal pago e pra lá de limitado tecnicamente, os comandados de Dudamel não foram capazes de fazer o que era mais que uma obrigação: alcançar a classificação com facilidade.

O Atlético não se defende bem, nada cria no meio-campo e é dono de um ataque inútil. Franco Di Santo atuou muito mal e mais uma vez escancarou o quanto o Galo está mal servido na linha de frente. Em determinados momentos do jogo, os companheiros do camisa 26 evitavam lhe passar a bola, já que é perceptível que a redonda nos pés de Di Santo ou parada no meio do gramado são equivalentes. O atacante perdeu até mesmo a confiança dos colegas, mas Dudamel, aparentemente, continua acreditando em um milagre envolvendo o argentino.

Terminar a primeira etapa com o placar em zero a zero já era ruim, mas não foi pior que a sequência da partida, o que viria a ser um vexame histórico para o Atlético. Foi o Afogados quem abriu o placar, aos 16 minutos. Levando em consideração o desempenho da equipe, não foi surpresa ver o Galo ser vazado por um time tão inexpressivo, na verdade, surpreendente foi ver o empate acontecer com Gabriel, que marcou de primeira.

O time da casa ainda teve um de seus zagueiros expulsos, o que facilitaria a vida do Atlético em busca do gol da classificação, certo? Errado. Mesmo com um homem a mais, o Galo inaceitavelmente deixou o Afogados balançar as redes de novo, dessa vez com Philip, que não teve dificuldade alguma para chegar à área alvinegra.

Dudamel ainda acionou Ricardo Oliveira, que marcou o gol de empate, mas nem mesmo o fato de o Pastor desencantar foi o bastante para diminuir o vexame atleticano. O Galo se deixou levar pelo futebol quase amador dos donos da casa e inacreditavelmente foi para a disputa de pênaltis contra o Afogados. Pior que isso, foi superado pelo time da casa e eliminado precocemente da Copa do Brasil, sacramentando o fim da temporada 2020, que ironicamente mal começou.

É inacreditável que o Atlético seja incapaz de se segurar diante de uma equipe como o Afogados da Ingazeira. Sem desrespeito pela instituição pernambucana, mas em nome do respeito que a atual gestão atleticana deveria ter pelo Clube Atlético Mineiro, uma atuação pífia como essa passará em branco? E a eliminação vexatória, será tida como mais um revés do “período de adaptação e paciência” com o novo treinador?

Não é comum que se peça a cabeça de um técnico tão cedo por aqui, mas com o pouco tempo que teve Rafael Dudamel já coleciona duas vergonhosas eliminações de competições que poderiam ser a salvação do ano e ainda faz uma campanha ruim no campeonato estadual, portanto, não há nada que justifique a permanência do treinador venezuelano. Embora tudo pareça acabado, já que nos resta só o Mineiro e o Brasileirão, o ano ainda pode piorar. Se o Atlético é sufocado por equipes que disputam as séries B, C e D, o que será desse time disputando a série A? Não dá para esperar nada além de uma luta contra o rebaixamento.

As peças atleticanas não compõem um plantel perfeito, mas temos alguns bons nomes. Talvez nas mãos de alguém mais preparado para lidar com o futebol brasileiro o Galo ainda estaria vivo na Sul-Americana e na Copa do Brasil, mas é aí que está o problema. De quem seriam essas boas mãos, se as opções no mercado são limitadas e até assustam pela falta de qualidade? Definitivamente, um ano que mal começou está acabado.

A eliminação para o Afogados foi um dos maiores vexames da história do Atlético e isso não é algo que deva ser ignorado. A mudança de atitude no clube tem que vir de cima, o que nos faz voltar ao que foi dito durante as últimas temporadas: a culpa não é do treinador, nem dos jogadores que vêm se mostrando tão inúteis. A culpa é inteiramente de quem os contrata e dá aos atletas e aos vários comandantes que por aqui passam a liberdade de manchar o nome da instituição Clube Atlético Mineiro, envergonhando o torcedor.

Sem o compromisso de honrar o Atlético, a atual gestão do Galo vai afastando o clube de sua grandeza e deixando para trás um rastro de vergonha, o que jamais será esquecido. O pior de tudo isso é ver que a esperança em dias melhores, algo que já fez parte da rotina do atleticano, já não move o torcedor, que não vê mais motivos para acreditar e tem toda razão em pensar assim.

 

AFOGADOS 2 (7) X (6) 2 ATLÉTICO

Afogados
Wallef; Jader (Rodrigo, aos 37’ do 2ºT), Heverton Luís, Márcio e Thalyson; Douglas Bomba, Eduardo Erê e Candinho (Willian Gaúcho, aos 26’ do 2ºT); Philip, Diego Teles e Diego Ceará
Técnico: Pedro Manta

Atlético
Michael; Igor Rabello, Iago Maidana (Savarino, aos 19’ do 2ºT) e Gabriel; Guga, Jair (Ricardo Oliveira, aos 32’ do 2ºT), Allan e Guilherme Arana; Hyoran, Otero e Franco Di Santo (Nathan, aos 37’ do 2ºT)
Técnico: Rafael Dudamel

Gols: Candinho, aos 16’, e Philip, aos 27’ do 2ºT (AFO); Gabriel, aos 20’, e Ricardo Oliveira, aos 33’ do 2ºT (GAB)
Cartões amarelos: Márcio, aos 26’ do 1ºT e aos 21’ do 2ºT, Willian Gaúcho, aos 42’, e Rodrigo, aos 49′ do 2ºT (AFO); Allan, aos 37’, e Gabriel, aos 44’ do 2ºT (ATL)
Cartões vermelhos: Márcio, aos 21’ do 2ºT (AFO); Hyoran, aos 47’ do 2ºT

Motivo: 2ª fase da Copa do Brasil
Local: Vianão, em Afogados da Ingazeira (PE)
Data e horário: quarta-feira, 26 de fevereiro, às 21h30

Árbitro: Sávio Pereira Sampaio (DF)
Assistentes: José Reinaldo Nascimento Júnior (DF) e Lehi Sousa Silva (DF)