Dudamel e o 4-3-3: o técnico tem proposto um esquema de jogo com três volantes na ausência de um camisa 10
Aline Cristina e Joyce Oliveira
05/02/2020 – 09h27
Clique e siga nosso Instagram
Clique e siga nosso Twitter
Clique e siga nosso YouTube
Clique e siga nosso Facebook
Em 2020, o Atlético fez quatro jogos sob o comando do treinador. Até agora são duas vitórias e dois empates pelo Campeonato Mineiro. Dudamel tem testado as peças que tem à disposição no elenco e, para isso, está a mesclar as escalações nesse início de trabalho. Mas uma coisa ele não tem mudado, o esquema tático: um 4-3-3, sem a presença de um camisa 10.
O 4-3-3 é um esquema que consiste em uma linha de quatro na defesa, composta por dois zagueiros e pelos laterais esquerdo e direito. Mais à frente são posicionados três jogadores no meio de campo, que podem ser um volante e dois meias, dois volantes e um meia ou apenas três volantes. E no ataque, dois pontas e um centroavante.
A tática é bem vista por alguns e bastante criticada por outros. No atual momento, em que ainda não chegaram todos os reforços desejados na Cidade do Galo e com a situação do Cazares indefinida, o técnico venezuelano está escalando um time que não joga em função de um meia armador.
Dudamel tem optado por jogar com três volantes: um homem de marcação entre os zagueiros e dois mais soltos, com liberdade para armar as jogadas. Funções até então cumpridas na maior parte do tempo por Zé Welison, como o primeiro homem, e Allan e Jair como volantes mais livres para armar as jogadas.
Para o bom andamento dessa estrutura é necessário que os pontas sejam também habilidosos, e que o centroavante jogue centralizado. Porém, dentre outras questões, dois pontos cruciais têm dificultado esse esquema de jogo adotado. O primeiro ponto é a má fase dos centroavantes atleticanos, que já vêm de atuações ruins desde a temporada passada, e muita dificuldade para finalizar as jogadas. O segundo ponto é que o esquema 4-3-3 não funcionou muito bem com times mais fechados e organizados. Faltou a inteligência e o discernimento de um camisa 10.
Na prática
No primeiro jogo da temporada, fora de casa contra o Uberlândia, Jair e os novatos Allan e Hyoran contribuíram bastante na movimentação em campo, mas não foi o suficiente para garantir a fluidez. O time não foi mal, mas também não foi ótimo. O único gol da partida foi marcado por Fábio Santos, após a perspicácia de Hyoran ao forçar um pênalti. Já no segundo jogo o Atlético goleou o Tupynambás no Horto. Um jogo de jogadas trabalhadas, passes bem trocados e bom encaixe do time. Mas é válido lembrar que o lateral direito do Leão foi expulso aos 28’ do primeiro tempo, o que facilitou para o Galo.
A partida contra o Coimbra, pela terceira rodada do estadual, foi a pior atuação desde a estreia. O técnico do clube de Contagem, Diogo Giacomini, conhece muito bem o Atlético e levou ao Horto um time bem fechado e organizado. O setor de criação do alvinegro foi praticamente anulado, jogou bastante travado e sem qualidade. Colocou o 4-3-3 em evidência e a necessidade de um 10 em alerta.
No último domingo o Galo recebeu o Tombense na Arena independência com um time mais mesclado, resultado do rodízio que Dudamel propôs. A partida marcou também a estréia de Dylan Borrero, que foi escalado como meia. O 4-3-3 novamente não funcionou bem e o time se mostrou apático. O Atlético perdia por 1 a 0 e, depois de algumas alterações feitas no segundo tempo, Allan com muita visão de jogo achou Marquinhos na grande área, que marcou o gol de empate.
Cazares voltou a treinar com o grupo e o que se espera é que em breve ele esteja pronto para ajudar a equipe. Com o retorno do meia, possivelmente o 4-3-3 seja deixado de lado para um esquema em que o 10 seja responsável pela armação.
A diretoria do clube ainda trabalha para apresentar mais reforços para a temporada. A equipe mineira tem muitos compromissos ao longo do ano e, para chegar aos objetivos, será necessário definir as peças-chave para encaixar o time, além de muito trabalho e dedicação.
O Atlético volta a campo para enfrentar o Unión Santa Fé-ARG, na próxima quinta-feira (6), às 21h30, pelo horário de Brasília, no Estádio 15 de Abril. A partida é válida pela primeira fase da Copa Sul-Americana, que foi definida por sorteios em jogos eliminatórios de ida e volta. O jogo da volta será no dia 20 de fevereiro, no Estádio Independência, às 21h30 (de Brasília).