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Convicções

 

 

 

Por Professor Denílson Rocha

Segundo o dicionário, convicção é a crença ou opinião firme a respeito de algo. O clássico na Copa do Brasil mostrou uma série de coisas que a maioria da torcida já sabe e reforçou nossas convicções.

A primeira das convicções é que futebol se ganha em campo. Por mais que o ambiente no adversário esteja conturbado, em campo foram melhores. Enquanto isso, o ambiente calmo no Atlético transformou um clássico em treino ou uma brincadeira entre amigos. Esperavam o que? A Polícia não entraria em campo para nos defender ou marcar gols. Já estão fazendo sua função. Em campo, vimos um time focado e ciente do quanto era importante uma vitória, enquanto outro estava disperso, achando que continuava em jogo amistoso.

Temos a convicção que perder dói. Perder para um rival dói ainda mais. Perder quando o rival está em crise e poderíamos colocar a tampa no caixão aumenta o tamanho da dor. Mas o que mais dói é perceber que a derrota veio por falta de coragem, de dedicação, de brios, de vontade, de raça, de gana. O Atleticano entende que perder ou ganhar é parte do jogo – mas perder por falta do querer, é inaceitável! Por muitas vezes vimos times inferiores vencendo clássicos porque tiveram mais vontade. Mas, nos últimos anos, o time do Atlético se faz menor do que realmente é, se mostra sem interesse, passivo, derrotado.

Temos a convicção de que nos falta liderança dentro e fora de campo. Fora, as coisas parecem começar a ter um rumo. Ainda assim, faltou demonstrar indignação. Técnico, diretor, presidente… todos aceitaram passivamente uma derrota humilhante – não pelo placar, que poderia ser até mais amplo, mas pela falta de atitude. E dentro de campo é absolutamente inexplicável como atletas experientes se omitem, se escondem e aceitam passivamente a derrota. Réver, experiente e vencedor, deveria se lembrar que estava presente no maldito 6 a 1 e ver a oportunidade de vingança.

Temos a convicção de que este time não compreende o que é jogar no Atlético e jogar um clássico. Sem nenhum estímulo à violência, mas como é possível um clássico com uma derrota vergonhosa, com o adversário gritando “olé” e terminar o jogo sem um único cartão amarelo? Diretoria, comissão técnica e atletas não sabem o significado do hino ou do mascote? Não sabem o que é “Galo forte, vingador”?

A indignação do Atleticano não está na derrota, está na falta de atitude, de vontade, de vergonha na cara.

(Aos que acham que só pode ter cobrança, sugiro interromper a leitura por aqui porque vem o que será chamado de “passar pano”).

Com toda raiva depois do jogo, ainda temos a convicção de que os problemas do Atlético não se resumem ao que foi mostrado em campo e não são de fácil solução. Atolado em dívidas e pessimamente gerido por muitos anos, o Clube esteve (e talvez ainda esteja) próximo do colapso, como já acontece com outros clubes brasileiros, inclusive o adversário local.

Temos a convicção de que o Clube precisa se reestruturar, se reorganizar e colocar a casa em ordem. Não é um trabalho que dê resultados em um mês, mas parece que a atual diretoria entendeu a gravidade da situação e vem tomando medidas necessárias, pagando dívidas, contratando profissionais qualificados e recuperando a credibilidade da Instituição.

Nas mudanças necessárias, temos a convicção de que não dá para mudar um elenco – profissional ou da base – em pouco tempo. Não dá para liberar jogadores e trazer outros de forma tão simples. Há contratos que precisam ser honrados. Para sair ou chegar alguém é necessário ter recursos (dinheiro!) e, atualmente, o Galo não tem. Então, as mudanças não são feitas no ritmo que gostaríamos, mas o importante é que sejam feitas. Só não podemos nos esquecer que há atletas que não merecem vestir o Manto, inclusive alguns que estão “deitados em berço esplêndido”, vivendo de glórias do passado.

Temos a convicção de sermos bipolares e incoerentes. Pelo segundo ano consecutivo, começamos a temporada questionando a qualidade do time (e também acho abaixo do que gostaríamos), fazendo contagem regressiva para os 45 pontos no Campeonato Brasileiro e, logo depois, empolgados por resultados improváveis (vice-líder no ano passado ou a classificação sobre o Santos neste ano), e, enfim, frustrados por desclassificações ou derrotas. Temos um time que luta contra o rebaixamento e não nos surpreende em ser desclassificado na Copa do Brasil? Se for assim, não há porque sofrer com o resultado (só com a falta de atitude). Ou temos um time que mostra melhora e organização e pode brigar pelos títulos?

A derrota na Copa do Brasil tem um viés estranho… esperávamos uma derrota assim na final do Campeonato Mineiro e nos surpreendemos com um time organizado, competitivo e que, mesmo derrotado, teve atitude e jogo muito melhores do que imaginávamos. O adversário na Copa do Brasil era o mesmo – e que continuo entendendo ter um time mais qualificado que o nosso – e, agora, ficamos p. da vida com a derrota. Incoerente? Não. Nossa frustração está no como foi a derrota.

E como já tratamos em uma live recente, é preciso que a diretoria tenha a convicção no trabalho, especialmente quanto a implementar uma filosofia de jogo e estruturar o departamento de futebol. Muito do que passamos vem das fraquezas de nossos diretores quanto a condução do Atlético – especialmente no futebol. Que tenham firmeza e persistência neste momento de pressão. Que não voltem a fazer trocas de técnicos, “fritando” treinadores a cada semestre sem ter ideia do perfil que desejam. Com a efetivação do Rodrigo Santana, este momento de derrota vai exigir que a diretoria dê segurança ao técnico e que exista persistência, se realmente tem certeza quanto às próprias decisões. É preciso ter convicção.

 

VEXAME: PÓS-JOGO COM WILDER MAECOS E BETINHO MARQUES 

 

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