Com falhas em sequência e questionamentos sobre sua titularidade, Tchê Tchê admite: ‘’Não está sendo fácil’’

Foto: Flickr oficial do Atlético

 

Rodolfo Simões 

Na véspera do duelo contra o Cerro Porteño, nesta terça-feira (4), no Mineirão, pela terceira rodada da Copa da Libertadores da América, o volante, Tchê Tchê, concedeu entrevista coletiva.

  • Desde a sua chegada tudo foi muito rápido, quando foi titular contra o Cruzeiro e nas quatro partidas seguintes. Como você avalia o seu início e as suas falhas capitais nos dois últimos jogos?

“Sim, tudo muito rápido. A gente não tem muito para se adaptar é chegar, se ambientar e buscar estar mais pronto o mais rápido possível. Não tenho problema nenhum em falar desses pequenos erros, mas tenho consciência de que fiz duas boas partidas. Infelizmente os erros aconteceram e tenho de trabalhar para que isso não aconteça novamente. Vou procurar entrar mais focado, mais atento, e se precisar dar um balão pra fora, eu vou fazer isso. Sobre ter atuado em todos os jogos, busco me preparar para tá preparado e defendemos uma camisa muito grande” .

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  • O Cuca disse na coletiva do último sábado que iria conversar contigo apesar dos erros. Já houve esse bate-papo? Como é ter essa confiança da comissão técnica?

“Bom, tive uma breve conversa, breve ontem, com uma pessoa da comissão. Como disse antes, não tenho problema nenhum, tenho muita personalidade, estou ali para acertar e errar. De ter errado no outro jogo e sair o gol. Sim, tenho começado as principais ações desde o nosso campo de defesa, então você tem que tomar conta do time sim. Então, o Cuca e a comissão nos dão confiança, mas eu tenho a minha própria confiança. Também tenho de agradecer meus companheiros por termos saído vitoriosos desses dois jogos, agora vou buscar melhorar até porque não estou 100% contente com meu desempenho” .

  • Quando você chegou disse que não queria atuar como ‘’camisa 5’’, mas é justamente dessa forma que você vem atuando. Como tem se sentido nessa função?

“Bom, de princípio não era algo que eu esperava realmente. O meio-campo, o plantel é muito qualificado, onde eu puder entrar, puder ajudar. Claro que consigo chegar menos à frente, tenho que tomar mais cuidados na parte defensiva, mas me considero um meio-campista” .

  • Você foi o último a chegar no grupo e já é titular. Você precisa de mais tempo para demonstrar o seu futebol?

“Bom, pergunta meio complicado! A gente não tem esse tempo, a gente não tem tempo para se ambientar. Eu também não quero ter, não quero ouvir ‘ah vamos ter paciência com ele’, não sou alguém que necessita disso, tenho consciência dos meus erros e também das minhas virtudes. Bom, nessas últimas duas partidas onde estamos discutindo, não preciso estar atento as redes sociais para saber o que estão dizendo, tenho muita autoconfiança e isso talvez tenha sido o meu pecado na Libertadores. Acho melhor corrigir quando estamos vencendo. Minha confiança tem se mantido firme e não vou cometer estes erros nos próximos jogos” .

  • Algum jogador dentro do grupo chegou a conversar com você sobre os erros? Seja para te apoiar ou para te questionar?

“A cobrança já vem dentro de mim. Eu não gosto de perder nem no par ou ímpar, seja um treino de finalizações que aposte com um amigo.  Me cobro bastante, mas temos de ter o outro lado. Eu sei quem eu sou, eu sei (o que fiz) das partidas que fiz, e não o que os outros estão dizendo sobre meus erros.  Eu sou muito consciente, se eu estivesse mal viria aqui e assumiria, sei dos meus erros e vou buscar evoluir” .

  • O que tem sido preponderante para que você seja titular desde a sua chegada?

“Bom, não me considero titular absoluto, no time não tem isso, se não, não teria essa rodagem entre Mineiro e Libertadores. Tenho de mostrar isso a cada dia, venho treinar sem saber se no próximo jogo, mas tenho de tá preparado para entrar e fazer o meu melhor, então tenho certeza de que este é o meu pensamento e dos meus companheiros” .

  • Você esperava chegar, ser titular e ter tamanha repercussão sobre o seu nome?

“Bom, sempre busquei fugir das polêmicas. Sim, sempre me imaginei com a camisa do Atlético, mas não está sendo um começo fácil pra mim, eu admito. Não tenho problema nenhum em falar sobre isso, foi até bom vir aqui para falar em coletivo, errou e ninguém fala nada, errou e tá tudo bem. Me cobro muito, vou procurar não errar nada daqui pra frente ou pelo menos minimizá-lo. A gente está numa profissão onde as falhas são mais apontadas que os acertos, mas não tem problema, sei da cobrança, sei da pressão que é vestir a camisa do Atlético. É só trabalhar porque nada vencer o trabalho” .

  • Qual é a importância de ter o Cuca ali na beira do campo?

“Ah com certeza, se tivesse a torcida não iriamos conseguir ouvi-lo. Nunca trabalhei com o Sampaoli, mas o Cuca de maneira diferente tem a sua forma de cobrar, seja individualmente ou no vestiário. Mas é de uma suma importância tê-lo ali na beira do gramado” .

  • Ano passado você encarou o Atlético pelo São Paulo e foi atropelado no Mineirão, e como é o Atlético hoje? E até que ponto aquela rusga com o Diniz trouxe mais pressão para você?

“Bom, é difícil falar de algo que eu não vivi, estava em outra instituição, jogando contra. Posso falar da qualidade da equipe que se manteve e se reforçou ainda mais. Nossa equipe ainda vive um processo de amadurecimento, mas nem sempre vamos fazer uma atuação que agrade a torcida, mas o importante é vencer. Sobre a outra questão, não tenho mais nada para comentar sobre isso, é desnecessário falar sobre este tema” .

  • Desde o ano passado o Atlético buscava uma referência no ataque, nos últimos dois jogos o Hulk se destacou nessa função. Para você qual é a importância de ter essa peça funcionando e do crescimento do Hulk?

“Então, o Hulk tem uma figura importantíssima dentro e fora de campo. Não o conhecia, fiquei impressionado com sua humildade e bom humor, fico feliz pelos gols marcados por ele nos últimos jogos. Estamos contentes com as atuações recentes e tenho certeza de que ele nos ajudará muito ao longa de toda temporada” .