Colocando A Casa Em Ordem

Colocando A Casa Em Ordem

Quando Sérgio Sette Câmara assumiu a presidência do Atlético, o cenário era bastante assustador e ele deixou bem claro que além de ir em busca de títulos, iria também colocar as finanças em ordem, tarefa árdua e hercúlea esta.

Entretanto, nesse percurso inicial aconteceram algumas escolhas equivocadas. A contratação de jogadores como: Rea, Nathan, Leandrinho, Arouca, Samuel Xavier dentre outras apostas, geraram gastos e não deram o retorno esperado em campo.

O primeiro ano da gestão da atual administração foi no mínimo conturbada e as críticas de imprensa e torcida foram em tons mais exacerbados. Presidente ameaçando torcedores em redes sociais, imprensa com críticas mais ácidas e torcedores protestando na porta da Sede de Lourdes. Cenário perfeito para a instalação de mais uma crise na história do CAM.

Porém, todo este cenário parece ter sido assimilado como aprendizado, e na atual temporada enquanto tenta montar um elenco forte e competitivo, Sette Câmara corre para resolver pendências antigas envolvendo o nome do Atlético, como parte de uma estratégia para a busca de um novo patamar do clube, que possa não somente o credenciar a ser um elenco competitivo, capaz de brigar por títulos em todas as competições que participar, mas também numa visão de futuro, alçar o clube aos patamares de uma empresa bem sucedida e forte. Finanças em dia, nome limpo, créditos mais amplos e condições mais realistas de mercado, para a busca de financiamentos a juros mais condizentes.

Quando a atual gestão assumiu, o Clube Atlético Mineiro tinha várias pendências financeiras herdadas de antigas administrações. Algumas inclusive, já estavam no Conselho Arbitral da FIFA e outras ainda não.

Na FIFA o CAM tinha os seguintes processos de inadimplência:

Elias (Sporting)

André (Dínamo de Kiev)

Rafael Carioca (Spartak Moscou)

Victor (Grêmio)

Diego Tardelli (Al-Gharafa)

Maicosuel (Udinese)

Douglas Santos (Udinese)

Lucas Pratto (Vélez Sarsfield)

Júlio Cáceres (Boca Júniors)

Uma situação delicada e no mínimo constrangedora para um clube do porte e repercussão do Galo. E, para evitar maiores problemas, principalmente com a FIFA, a saída foi buscar equacionar suas dívidas. O primeiro passo foi procurar os clubes e negociar.

Ainda em 2018 o Atlético quitou seis débitos que estavam pendentes, referentes às aquisições do goleiro Victor, dos atacantes Lucas Pratto e André, do zagueiro Júlio Cáceres e dos volantes Elias e Rafael Carioca.

Segundo o diretor financeiro, Carlos Fabel, isso que o Atlético vem fazendo – procurar outros clubes para renegociar e escalonar suas dívidas, é fundamental.

“ A importância de pagar e fazer um acordo direto com o clube credor é imensa. A gente fica livre de multas e dos juros que são impostos dentro das ações pela FIFA. Tem ainda as despesas com as audiências e quando a FIFA solta a decisão final, você tem 30, 60 e 90 dias para quitar tudo. Quando ela solta a decisão, já vem a sanção prevista, podendo ser perda de pontos em campeonatos, pode ser rebaixamento, pode ser engessamento na transação de compra e venda, então é muito difícil.”

Na atual gestão, o Galo muda de postura. Segue buscando resolver todas as pendências e trata diretamente com o restante dos clubes. Segundo as informações de Fabel, existem ainda pendências parciais, mas com boa parte já resolvida. Com Al-Gharrafa (Tardelli), com a Udinese (Douglas Santos). Com o Júnior Barranquilla (Chará), neste caso em especial, o presidente Sérgio Sette Câmara teria ido para a Colômbia a fim de resolver essa situação.

Fora as negociações com esses clubes, houve também um passo importante e que precisa ser enaltecido, que foi a renegociação com o grupo de investidores WRV (dívida adquirida em 1999 com a vinda do Guilherme centroavante). Ao resolver esta pendência, além de encerrar uma questão antiga no clube que gerava altas taxas de juros, também ajudou na questão de embates judiciais que poderiam prejudicar o clube com bloqueios bancários e travar a construção da Arena.

O ano de 2018 não foi necessariamente positivo para nós torcedores, que queremos ver nosso time sempre brigando por títulos. Mas no ponto de vista de buscar equacionar suas dívidas antigas, a atual administração vem fazendo um excelente trabalho.

Junto com Marques, Sette Câmara vem trabalhando e montando o elenco para 2019 bem competitivo (embora ainda faltem algumas peças importantes para criar um forte plantel) usando de responsabilidade, com contratações pontuais e efetivas. O Atlético segue melhorando o seu elenco a fim de caminhar em busca de títulos, os quais a torcida tanto almeja. Mas o foco de manter a vida financeira do clube em um patamar saudável é um dos pontos mais importantes e positivos do trabalho da atual diretoria.

Que venham mais jogadores para que nas quatro linhas o Galo esteja mais forte e conquiste os tão sonhados títulos. Mas que essa gestão continue se destacando por honrar seus compromissos, evitar calotes e tornar o clube cada vez mais respeitado por isso.

Afinal, o Galo está desistindo da velha máxima dos caloteiros e mal pagadores que batiam no peito e bradavam: “Devo, não nego! Pago quando puder!”

Na atual gestão podemos dizer que agora usamos a expressão de que: “Devo. Reconheço! Como podemos fazer para resolver esta situação?”

Deixemos a fama de caloteiros para os que insistem na velha política de clubes inviáveis.

Saudações Alvinegras,

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Colunistas: Angel Baldo, Silas Gouveia e Wilder Marcos