Angel Baldo e Ruth Martins
Do Fala Galo, em Uberlândia e Belo Horizonte
12/09/2019 – 06h
Não é novidade para ninguém que as categorias de base do Atlético foram deixadas de lado por vários anos. Envolvida em escândalos e acusações de propinas por pais e familiares de vários jogadores, a categoria viveu anos tenebrosos e, pior, sem grandes revelações. Atletas sem nenhuma capacidade técnica chegavam aos montes e isso refletia diretamente no baixo número de revelações para a equipe profissional.
Critério? Nunca existiu!
O melhor centro de treinamento do Brasil nada mais era do que uma “baladinha” para empresários, que colocavam atletas como Cláudio Leleu, Paulo Henrique, Sheslon, Edson e deixavam escapar nomes como Bruno Henrique, hoje selecionável e um dos melhores atacantes atuando no país. O lateral Guga passou pelo Galo anos atrás e só retornou no início desta temporada com ajuda de investidores. Bernard foi dispensado por diversas vezes e Wesley Moraes, que foi a sensação do futebol belga, acabou sendo vendido pelo Club Brugge ao Aston Villa por 22 milhões de libras (R$ 110 milhões de reais).
Por falta de critério e profissionalismo perdemos nomes como Fred, hoje no Manchester United, e Bruno Tábata, meia da seleção olímpica que atua no Portimonense, de Portugal, e despertou o interesse dos gigantes Porto e Benfica.
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ERA JÚNIOR CHÁVARE – O RENASCIMENTO DA ESPERANÇA
Chávare chegou ao Atlético no dia 22 de maio deste ano por indicação de Rui Costa, diretor de futebol do clube. Com experiência internacional (Juventus-ITA) e trabalhos de excelência no Brasil, em clubes como São Paulo e Grêmio, o atual diretor das categorias de base mudou completamente o modo de captação na categoria, que antes era passiva e dependente de empresários. Hoje a base do Galo é agressiva e tem um corpo de observadores técnicos (olheiros) trabalhando em todo o Brasil.
Com perfil revelador, em menos de quatro meses as mudanças foram significativas, principalmente nas categorias sub-17 e sub-20. Fazendo um levantamento em todas as categorias, mais de 35 atletas chegaram ao Atlético, a grande maioria por empréstimo e com o valor do passe fixado.
O alvo na captação foi alterado. Hoje o Galo está buscando atletas semiprontos, com passagens pelo profissional de outras equipes, com experiência em competições como Libertadores, Sul-Americana, campeonatos estaduais, campeonatos europeus e asiáticos, além do Brasileirão das séries A, B, C e D. O clube está atento ao mercado estrangeiro e já tem a possibilidade de apresentar novidades para o início de 2020, quando o mercado abre a janela para contratações desse porte.
A prova disso é que na última semana o Atlético contratou o jovem Bruno Michel, que disputava a Liga Profissional da Arábia Saudita defendendo as cores do Ohod Al-Medina.
Além da preocupação com a captação, outro ponto importante do trabalho de Chávare está na criação do projeto DNA Alvinegro, que prevê uma série de trabalhos técnicos, táticos, físicos, nutricional e emocional por posição. Essa metodologia é muito comum nos grandes clubes reveladores, principalmente os europeus. O novo método fará com que os atletas evoluam e cheguem ao profissional com um nível técnico, tático e psicológico bem próximo do ideal.
REVELAR X GANHAR TÍTULOS NA BASE
Com um perfil “revelador”, Júnior Chávare foi bem claro quando questionado recentemente em entrevista à Rádio 98 FM sobre vencer na base. “Conquistas serão sempre bem-vindas, só que ela é consequência, não pode ser prioridade. Eu formando bem e tendo qualidade nos atletas, naturalmente ganharei os títulos. Só que não tenham dúvidas, entre ganhar um título e colocar um ou dois jogadores no profissional ao final do ano, nós vamos colocar esses atletas no profissional.”
Chávare tem um histórico grande em revelações por São Paulo e Grêmio. Nomes como David Neves, Éder Militão, Tetê, Pedro Rocha, Arthur, Walace, Alex Telles, Wendell, Jaílson, Ramiro, Luan, Pepê e Everton Cebolinha passaram pela gestão do diretor.
EQUIPE DE TRANSIÇÃO
Outro ponto importante na era Chávare é a volta da equipe de transição ou sub-23, como muitos preferem chamar. Diferente da temporada 2017, quando empresários abarrotaram a equipe “B” do Atlético com atletas sem nenhuma condição, hoje essa equipe será composta em grande parte pelos jogadores semi-prontos que chegaram.
Para comandar essa equipe, o Atlético contratou James Freitas, ex-integrante da comissão técnica do Cruzeiro, e que soma passagens por Grêmio e Palmeiras.
Como informado por @LeoGomide, o Atlético acertou com o técnico James Freitas p/ a equipe de transição. Falamos no dia 22/08 na @aradiodamassa sobre, e a equipe de transição poderá ser usada no Estadual
Vários atletas recém-chegados p/ o Sub-20 já estouram os 20 anos.#FalaGalo pic.twitter.com/MYjZtAgAZ9
— falagalo.com.br (@Falagalo13) September 8, 2019
Assim como acontece no Grêmio, em projeto semelhante implantado pelo próprio Chávare, a equipe de transição servirá para dar rodagem aos jogadores que estourarem a idade limite para atuar na equipe sub-20. Chávare não confirma, mas provavelmente teremos essa equipe de transição já atuando em vários jogos do Campeonato Mineiro de 2020.
A chegada do diretor é considerada promissora, uma vez que, de acordo com a afirmação dele, o modelo de base que está se construindo no Atlético possibilitará trazer o atleta e prepará-lo para compor a equipe principal.
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Edição: Ruth Martins
Edição de imagem: André Cantini