Lucas Tanaka
Do Fala Galo, em Viçosa
08/10/2019 – 14h
Chegamos ao mês de outubro, ou seja, falta menos de três meses para o fim da temporada. Já é hora de planejar a próxima temporada e, além disso, ver o que a diretoria fez de errado na temporada atual.
A palavra “austeridade” foi uma das mais usadas pelo presidente Sérgio Sette Câmara desde quando ele assumiu a presidência do clube, no início do ano passado. Já vimos que, na prática, não foi bem assim, como mostrado anteriormente aqui neste espaço.
Neste texto quero mostrar outra situação, que vai além de altos salários e altos investimentos em contratações. Quero tratar aqui da situação de cinco jogadores do atual elenco que tem salários altos, tempo de contrato considerado longo e desempenho ruim.
Começo pela renovação com Ricardo Oliveira. Na minha opinião, foi totalmente sem sentido terem renovado com ele naquele momento, já que nem pré contrato ele podia assinar e ainda tinha contrato até o final deste ano. A diretoria se precipitou. Além de ter prorrogado por mais um ano o contrato de um jogador com idade elevada, com a prorrogação automaticamente o salário dele, que já não era baixo, ganhou um “up”. Resultado: hoje Ricardo Oliveira está em má fase, com contrato com mais de um ano para cumprir, sem mercado e com salário maior do que quando veio. Não tivesse renovado, O Galo poderia se ver “livre” de um jogador caro, com custo benefício baixo e com idade elevada ao final do ano.
Os outros quatro jogadores são Zé Welison, David Terans, Edinho e Maicon Bolt. O primeiro citado veio no ano passado, quando Alexandre Gallo ainda era o diretor de futebol. Zé Welison veio inexplicavelmente com um contrato de cinco anos que vence em dezembro de 2023. Algo surreal para um jogador que nunca mostrou um futebol extraordinário por onde passou.
David Terans segue o mesmo exemplo e também veio na época do Gallo. A diferença é que seu contrato vai até junho de 2023. É um jogador que estava jogando um campeonato de nível bem abaixo do nosso e mesmo assim veio com um contrato longo de cinco anos.
Edinho é outro que se enquadra no mesmo perfil dos dois acima citados. Veio com tempo de contrato longo, mesmo que nunca tenha apresentado um futebol “vistoso” a ponto de justificar um contrato de cinco anos. Outro resquício de Alexandre Gallo.
E, por último, destaco a contratação de Maicon Bolt, que tem contrato com o Atlético até dezembro de 2021, ou seja, quando veio fechou um contrato de três anos.
Maicon “Bolt” tem um dos maiores salários do elenco e, desde que chegou, nunca mostrou um futebol ao menos parecido com o que praticou na melhor fase da sua carreira, quando jogava no Fluminense. É um jogador que, até aqui, teve mais custos que benefícios. Para que os leitores tenham uma ideia do problema, quando Maicon foi pretendido por outras equipes, o Atlético encontrou dificuldades na hora de liberar o atleta, pois ele recebe um salário alto e não condizente com o que as equipes que o sondaram pudessem pagar, mesmo que fosse apenas uma parte. Isso para um jogador que estava na Rússia há tempos e em final de contrato. Ao buscá-lo, o Atlético poderia ter oferecido um contrato de um ano, com cláusulas de minutos em campo, partidas disputadas, gols e assistências, etc… Cláusulas que permitiriam ou não a renovação automática desse contrato por mais um ano, caso fossem cumpridas.
É óbvio que vir aqui e criticar as contratações soa como aproveitador da minha parte, mas o ponto nem é esse. O ponto é: por que fazer contratos longos com jogadores desconhecidos e até mesmo esquecidos, vindos de mercados de pouco destaque, onde o futebol jogado é muito abaixo do que é apresentado aqui? Não existe uma análise ou um estudo, mesmo que apenas por vídeos de jogos? O treinador, seja ele qual for, foi ao menos consultado para falar se o jogador se encaixaria ou não no elenco, se realmente iria agregar? Essas são algumas das perguntas que faço.
Só de salários o Atlético tem um gasto aproximado de mais de 1 milhão e 200 mil reais por mês com estes jogadores. Cinco jogadores que hoje pouco agregam ao elenco. Edinho já nem está no clube, mas, mesmo assim, o Atlético tem custos com o jogador, pois o Fortaleza não arca com 100% do seu salário. E é isso que acontece em muitos desses casos. Muitas vezes os jogadores chegam, logo em seguida um novo técnico assume o time e o clube fica preso a um contrato mal amarrado, uma vez que não pode apenas dispensar o jogador na hora que quer, pois tem que arcar com a multa.
São situações que precisam ser observadas para que no ano que vem não se cometa os mesmos erros. Num clube que já se encontra há anos com dificuldades financeiras, o problema nem é não ter o que gastar, mas sim gastar mal o pouco que se tem!
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Edição: Ruth Martins
Edição de imagem: André Cantini