Após mais um vexame, Rodrigo Santana é demitido
Jéssica Silva
Do Fala Galo, em Montes Claros
13/10/2019 – 22h22
Recebendo o bom time do Grêmio no Independência, o Galo voltou a jogar mal e perdeu mais uma vez no Campeonato Brasileiro. Dos últimos 33 pontos disputados na competição nacional, o Atlético conquistou apenas quatro. A ineficiência do time comandado por Rodrigo Santana mostra que o péssimo aproveitamento nos coloca cara a cara com uma realidade que vem sendo ignorada por comissão técnica e jogadores há algum tempo: a nossa luta é contra o rebaixamento.

Nos primeiros momentos da partida o Atlético chegou a se apresentar bem, fez boas jogadas e até criou algumas oportunidades. Porém, não surpreendendo a absolutamente ninguém, o Galo foi infeliz em um lance individual do goleiro Wilson e o Grêmio abriu a porteira para a goleada humilhante no Independência com Galhardo. Maicon, Pepê e Alisson completaram o massacre e Di Santo, de pênalti, foi quem diminuiu para o Atlético.
Jogar bola por pouquíssimos minutos e logo depois dar total liberdade aos adversários é comum para o Atlético de hoje em dia. Derrotas, desempenho pífio e literalmente andar em campo enquanto os rivais correm não é algo que incomode o plantel do Galo. A falta de respeito com a instituição já passou dos limites e nos faz lembrar de tempos difíceis, mas com uma ressalva: nem em anos de brigas constantes contra o rebaixamento e poucos recursos houve um Galo tão covarde e omisso.
Seja armado para atacar ou jogando defensivamente o Atlético não consegue encaixar um padrão. Qualquer adversário, seja ele um dos líderes do campeonato ou um habitante da zona de rebaixamento, será capaz de superar o Galo pelo simples fato de saber que em nenhum jogador atleticano há o incômodo com a derrota nem a vontade de vencer. O discurso de “fazer diferente” na próxima partida já está batido, pois de derrota em derrota nós nos aproximamos cada vez mais da parte de baixo da tabela e nos afastamos cada vez mais do respeito.
Defesa composta por jogadores que vivem levando bolas nas costas, meio de campo inútil e ataque que não funciona são ingredientes de um time sem perspectiva, respeito pelo trabalho e chances de fazer uma temporada digna. Sendo comandado por quem é, o Atlético já anunciava um 2019 vexatório desde o início. Os poucos bons momentos vividos por esse time neste ano serviram apenas para iludir o torcedor por poucos meses, mas a situação atual é a cara do comando atleticano.
Não é surpreendente que um jogador como Cazares faça o que quiser e dê declarações de desrespeito ao Atlético, além de protagonizar lances infantis e deixar a equipe na mão quando seria necessária sua presença em campo. É normal que os jogadores andem dentro das quatro linhas e o comando técnico aja como se o esquema tático do time (mesmo após uma série derrotas) seja o ideal para alcançar alguma coisa. O presidente do Clube Atlético Mineiro não dá a cara para bater, não tem pulso firme e não há hierarquia que seja respeitada assim.
A demissão de Rodrigo Santana não surpreende e a culpa dele também não deve ser ignorada, porém, é muito difícil acreditar que quem quer que chegue ao Atlético hoje vá fazer alguma diferença. A verdade é que o treinador não deveria sair sozinho, muito pelo contrário, pois quase ninguém ali se salva. Quando uma equipe se acostuma com o fracasso é difícil reencontrar o caminho das vitórias e independente de quem assuma o time, o grupo de preguiçosos ainda estará lá para dificultar qualquer trabalho. Há a chance de o fato novo nos fazer conquistar um ponto ou outro, mas nada que apague essa temporada deprimente, e isso mesmo que não haja rebaixamento.
Jogadores “acampando” no centro de treinamento e trabalhando duro não deveria ser promessa de um pós-jogo, deveria ser a intenção desde o início. Buscar um desempenho melhor não é favor para a torcida, é obrigação. O Galo está onde está graças aos erros recorrentes de diretoria, comissão técnica e de quem entra em campo para representar a instituição. Um time como o Atlético deveria decidir campeonatos, lutar por classificações importantes, não contra o fantasma do rebaixamento. O alto padrão que Alexandre Kalil devolveu ao Galo há alguns anos está indo pelo ralo graças a um comando medíocre e isso contagia o torcedor, que já não aguenta mais do mesmo.
Nunca houve um Galo tão covarde, nunca houve tanta falta de esperança. Mais uma vez o Atlético estará com um novo treinador, provando que seu mau planejamento é seu pior adversário. Qualquer trabalho implantado no clube vem sendo inoperante, seguimos com um grupo de jogadores que jamais deveria ter cruzado a porta de entrada e tudo isso é um círculo vicioso que só nos traz derrotas e desânimo.
É quase impossível ser otimista, mas cabe a nós torcer para que quem tiver coragem de encarar essa “furada” que se tornou o Atlético nos livre de um novo rebaixamento e nos dê a chance de pensar em dias melhores.
FICHA TÉCNICA
ATLÉTICO-MG 1 X 4 GRÊMIO
Data: 13/10/2019 (Domingo)
Local: estádio Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira
Auxiliares: Danilo Simon Manis e Neuza Inês Back
Cartões amarelos: Cazares, Geuvânio, Luan, Natan (CAM);
Cartões vermelhos: Cazares (CAM)
Gols: Galhardo, do Grêmio, aos 33 minutos do primeiro tempo; Maicon, do Grêmio, aos 43 minutos do primeiro tempo; Di Santos, do Atlético-MG, aos 48 minutos do primeiro tempo; Pepê, do Grêmio, com um minuto de segundo tempo; Alisson, do Grêmio, aos 50 minutos do segundo tempo;
ATLÉTICO-MG
Wilson; Patrick, Réver, Igor Rabello e Hulk; Natan, Elias (Geuvânio), Marquinhos (Vinícius), Cazares e Luan; Di Santo (Alerrandro).
Técnico: Rodrigo Santana
GRÊMIO
Paulo Victor; Galhardo (Paulo Miranda), David Braz, Geromel e Cortez; Michel, Maicon (Luciano), Alisson, Luan e Pepê; André (Thaciano).
Técnico: Renato Gaúcho
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Edição: Jéssica Silva
Edição de imagem: André Cantini