Análise Arquibancada Feminina: Botafogo 2 x 1 Atlético
Carol Castilho
Do Fala Galo, em Belo Horizonte
10/09/2019 – 11h25
Quando me lembrei que o nosso jogo da 18° rodada do Campeonato Brasileiro 2019 seria contra o Botafogo, pensei: ”jogo fácil, mamão com açúcar”. Afinal de contas, nos últimos dois jogos, ambos disputados pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana, vencemos muito bem. O time do Botafogo é ridículo, para não falar coisa pior.
A confiança se tornou decepção. Só mineiro vai entender esta gíria, mas o alvinegro estava “panguando” em campo. Foi totalmente o contrário das nossas expectativas. Um dia destes estávamos em 4° lugar no Brasileirão, hoje já descemos para 8° (só ladeira abaixo) e não devemos nos acomodar e esquecer do Campeonato Brasileiro.
Enfim… Com a cabeça fria e depois de a raiva já ter ido embora dos nossos corações, vamos tentar entender o que aconteceu no Rio de Janeiro. Para tentar explicar esta partida, tive o prazer de trocar uma ideia com duas torcedoras apaixonadas: Angélica Sheila e Cecília Oliveira.
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A torcedora Angélica Sheila, de 31 anos, faz uma análise da partida: “Inicialmente o Galo parecia buscar mais o jogo que o time do Botafogo, apesar de poucas chances de gols, estava tudo sob controle. Com a saída de Jair e a entrada de José Welison, o meio de campo ficou vulnerável. Logo após o pênalti e a expulsão de Igor Rabello o time desandou, passou a jogar com medo em certos momentos e de maneira displicente em outros. O Botafogo não veio com sangue nos olhos, mas veio disposto a vencer. Não achei que jogou tanto ao ponto de demonstrar raiva pela eliminação, aliás, a história do jogo poderia ter sido outra se o juiz não tivesse expulsado o Igor Rabello e marcado um pênalti que, ao meu ver, foi inexistente”.
MELHORES EM CAMPO: “Réver e Wilson”
PIORES EM CAMPO: “Cazares e José Welison”
A atleticana Cecília Oliveira, de 34 anos, também opina sobre a partida: “O Galo começou bem o jogo, mas… É interessante como essa frase está repetitiva em análises de jogos do Galo. Realmente, mais uma vez vimos o time dominando o início do jogo, com mais posse de bola, mais finalizações, melhores jogadas, anulando completamente o adversário, mas então acontece algo que muda o jogo completamente para o Galo. Ontem foi a entrada do Zé Welison. A dinâmica do jogo se alterou completamente e ele entrou desligado, em outro ritmo. Começou a dar tudo errado exatamente em um lance dele, onde ele perdeu a bola no ataque e, na sequência, aconteceram os lances que resultaram nos cartões para os dois zagueiros, além do pênalti para o Botafogo. Não achei pênalti, mas não vou dizer que a derrota do Galo foi culpa desse erro da arbitragem. Por mais que tenha criado chances e tido boas oportunidades, o time do Galo não merecia fazer um gol no primeiro tempo. Foi um time desinteressado em campo, sem pegada e sem raça.
Por mais que a fase não seja boa e o jogador pareça desinteressado, Cazares é o jogador que mais tenta e é quem pode fazer a diferença numa jogada. Vina também tentou bastante, como sempre. Jair, pra variar, era o melhor enquanto esteve em campo. No mais, todos abaixo da média”.
A professora acredita que o Galo se esqueceu completamente do Brasileirão 2019: “Infelizmente. Poderíamos estar brigando no G4 se o Galo não tivesse tido esses tropeços tão questionáveis. Acho realmente que o time deixou, mesmo que não oficialmente, o Brasileirão em segundo plano. Acredito que seja arriscado, pois temos pela frente um time argentino pela semifinal da Sul-Americana e time argentino nunca é fácil. A final é em jogo único, ou seja, não se pode errar. Então, acho que desnecessariamente o time colocou um peso maior na Sul-Americana” finalizou.
ESTREIA DO GOLEIRO WILSON

Angélica: “Muito boa, fez ótimas defesas e não comprometeu o time, mostrou-se seguro”.
Cecilia: “Não achei ruim, apesar dos dois gols. Antes do pênalti ele tinha feito uma ou duas boas defesas, mas não veio pra disputar posição, isso é claro. Veio apenas pra fechar um buraco com a lesão do Victor”.
Carol Castilho: O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) determinou que atitudes homofóbicas em estádios, como o grito de “bicha” no tiro de meta, são passíveis de punição e podem custar três pontos na tabela . Vocês acham que o futebol está ficando chato?
Cecilia: “Sim, o futebol está ficando chato. Vi alguém no Twitter dizer que daqui a pouco será proibido fazer gol, pois isso ‘machuca’ o adversário. Vejo essa ‘lei’ como uma linha muito tênue e perigosa. Será que quando os torcedores se irritarem com o árbitro e o mandarem tomar no ** será algo considerado homofobia?! E com a CBF?! E quando falam mal de veado?! É realmente esse tipo de ação que vai combater a homofobia?! Realmente acho que existam medidas muito mais eficazes para tal. E outra, quem define que tipo de grito é homofóbico?! O juiz?! Porque o que apitava o jogo do Vasco parou a partida, mas outros, não. Não existe um padrão, parece ser interpretativo pelo árbitro. Ou seja, uma linha tênue e perigosa.”
Angélica: “Polêmico isso. Se analisarmos pelo politicamente correto seria certo, querendo ou não, gritos homofóbicos denigrem e atingem a imagem de quem sofre, a questão é o clube perder pontos em razão de torcedores que não respeitam, é uma punição que atinge a todos, infelizmente.
Isso é o de menos para dizer que o futebol está ficando chato, acho que primeiramente passa pelas federações que proíbem coisas como bandeira, mascote, crianças entrando com jogadores, etc. O chato vem de proibir espetáculos, proibir preconceitos acho justo, somente a punição que não sei se está sendo feita do modo correto.”
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Revisão: Jéssica Silva
Edição: André Cantini