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Afogados x Atlético –  Defenestração ou Convicção

 

 

 

Betinho Marques
26/02/2020 – 10h15
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O Agreste é uma faixa estreita, paralela à costa do Atlântico de transição entre a Zona da Mata e o Sertão do Nordeste. Neste cenário, numa cidade sertaneja com cerca de 35 mil habitantes, o Atlético levará seu nome ao famoso estado do Pernambuco. Apesar do sertão remeter à falta de recursos, Afogados tem um bom Índice de Desenvolvimento Humano para as comparações regionais (0,657). Afogados é próspera, com destaque na pecuária de corte, serviços, construção civil e ramo automobilístico. A cidade tem ainda uma faculdade que atende a região e um instituto federal de formação técnica.

Afogados x Galo se enfrentarão nesta quarta-feira (26). O jogo é válido pela 2ª fase da Copa do Brasil de 2020. A partida está marcada para iniciar às 21h30 (horário de Brasília) e será realizada no Estádio Valdemar Viana de Araújo, que fica localizado em Afogados de Ingazeira, Pernambuco.

 

Retrospecto do Afogados

Ao adentrar no interior pernambucano, fugindo dos adversários tradicionais da região, como Náutico, Sport ou Santa Cruz, a realidade passará por um confronto perigoso (empate leva aos tiros da marca do pênalti – jogo eliminatório) contra um clube de seis anos de idade, mas que é terceiro colocado do campeonato estadual com nove pontos.

Na temporada, o Afogados tem o seguinte retrospecto: 7J – 3V – 3E – 1D. Três confrontos da coruja merecem destaque no ano:

 

Artilheiro do Campeonato Pernambucano – Perigo!

Diego Ceará, 26 anos, é o destaque do Afogados na temporada. Com seis gols em 2020, o atacante é o principal artilheiro do campeonato pernambucano com quatro tentos. Na Copa do Brasil marcou duas vezes contra o Atlético-AC e é esperança do Afogados para o embate com o Atlético.

Com uma folha salarial de cerca de R$128 mil/mês, ou pouco mais de R$1,5 milhão/ano, a realidade do futebol é bem diferente e o time atleticano viverá um confronto com a cara da diversidade e cultura heterogênea do Brasil. Um clube do sertão contra uma nação. De um lado o Galo, que com um atleta mediano (excetuando a base), paga toda a folha salarial do time do interior do Pernambuco, do outro lado, a empolgação da cidade, a arquibancada móvel para receber mais torcedores (podendo chegar a cinco mil) e a chance de ser falado no país inteiro. O Galo chega com seus poderes e suas grandes responsabilidades.

Hoje tem festa no interior. Ao Atlético, cabe a maestria de encantar o povo nordestino da caatinga, alegrias e esperanças com uma boa apresentação. Para quem vai além, há oportunidades para marcar território, divulgar a marca, apaixonar crianças e deixar uma boa impressão. Além de tudo, é um grande compromisso de fortalecer a bandeira atleticana no sertão do Brasil.

O time de Dudamel embarca para seu décimo jogo, com curva ascendente. Paradoxalmente o Galo melhorou em números nos dois últimos jogos, apesar dos fracassos contra Caldense (1×2) e Unión (desclassificação). O treinador atleticano parece ajustar as peças para seu melhor rendimento colocando os jogadores nas posições de melhor potencial (estatístico), como exemplo, citamos o volante Jair que desempenhou melhor seu jogo nas recentes apresentações.

Entretanto, o comandante atleticano ainda “teima” em utilizar atacantes centrais que não funcionaram bem em 2019 e que engessam o setor ofensivo ainda em 2020. Além disso, as substituições não têm funcionado, e por vezes, não são entendidas pelo torcedor.

De qualquer forma, há jogadores que não atuaram e o elenco atleticano ainda é deficitário tecnicamente para o ano. É preciso dar subsídios e recursos ao treinador para que o seu trabalho seja satisfatório. Neste momento, é fundamental que a diretoria banque suas convicções e faça um ano de peito firme, oferecendo “matéria-prima” e auxiliando o treinador para que seus métodos sejam implementados. COMUNICAR, COMUNICAR E COMUNICAR!

A única opção por ora é ajudar Dudamel a crescer. Não permitir defenestrar mais um técnico será lutar contra a “obsolescência programada” de fingir resolver as certezas que nunca foram certas atirando mais um pela janela. Acreditar em planejamento passa por ver como protegerão seu comandante. Material humano, repetição e tempo é disso que o SUCESSO aproxima, ESTE É O TRIPÉ.

Repetindo: SUCESSO = Material humano (recursos) + Repetição (treinar e repetir equipe + comunicação interna constante) + Tempo (período para montar um projeto)

As cobranças existirão e devem ocorrer, inclusive para o técnico, mas as convicções precisam entender onde se deve ou não mexer. A prova da existência de um planejamento está na palavra CONVICÇÃO. Algumas ações deverão ter um SIM, outras um veemente: “AQUI, neste? Defenestrar? Este ano? Não! O inimigo agora é outro”.

 

Hoje tem Galo x Coruja no Sertão! Viva a CONVICÇÃO!