Foto: Flickr oficial do Atlético
Max Pereira
12/11/2020 – 05h00
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No artigo “AGONIA, ÊXTASE, AGONIA, ÊXTASE! UMA GANGORRA EM PRETO E BRANCO” escrevi que “a irregularidade tem sido a marca dos clubes brasileiros ao longo dos tempos”. E, ainda destaquei que, “em se tratando do Galo mais famoso do mundo, essa enlouquecedora e angustiante oscilação do Glorioso também nada tem de anormal”.
Não custa repetir e lembrar que a trajetória desse clube, demarcado por um gigantismo natural e dono de uma história incrivelmente absurda de glórias, é também entremeada por altos e baixos, marcada por acertos e insight’s históricos, repleta de erros de erros dolorosos cometidos à larga por agentes internos e crivada por incontáveis ataques covardes e perversos desferidos em profusão por agentes externos.
Uma das perguntas que mais viralizou no mundo atleticano a partir da saborosa goleada imposta ao Flamengo foi a seguinte: O galo daqui para frente vai voltar a praticar aquele futebol que encantou o mundo e assustou o Brasil no inicio do campeonato?
Antes de tentar responder, faço outra pergunta que vai ajudar na reflexão que quero propor: Os 4 x 0 impostos ao temível e exaltado Flamengo funcionarão para o time atleticano como um placebo ou como uma vacina poderosa para erradicar de vez aqueles males que vinham minando a sua potência, a sua força, a sua energia e autoestima de todo o elenco?
Vai depender e muito do que acontecer daqui para frente. Por ora, torcida e jogadores experimentam uma, até então insuspeita e improvável, lua de mel. Porém, cuidado: todo casamento tem crises.
É verdade que o jogo e as circunstancias que o envolveram estiveram ao sabor dos místicos. Particularmente, não acredito que o time do Atlético tenha se curado miraculosamente em tão curto espaço de tempo.
Já vi coisas estranhas. Com o Atlético, então… . Ainda assim sou bastante refratário a acreditar em curas milagrosas. E cá prá nós: ainda acho que nem todas as feridas foram cicatrizadas e o perigo de uma recidiva ainda mais gravosa é real. Por enquanto, vale mergulhar nos fatos que aconteceram neste final de semana e que a ciência do homem não explica.
No sábado que antecedeu o duelo contra o Urubu, o Galinho, pelo campeonato brasileiro sub17 enfrentou o América que vinha fazendo uma campanha mais regular e que dependia da vitória para se classificar antecipadamente para a próxima fase. O Galinho, vindo de uma campanha bastante irregular e apenas cumprindo tabela, venceu por 4 x 1.
Já no domingo e pelo campeonato brasileiro sub20 o Atlético enfrentou o Palmeiras no Alianz Park em jogo que começou às 16h. O verdão paulista, segundo colocado na tabela até o inicio da rodada e considerado um dos bichos papões da categoria, começou a todo vapor e foi logo abrindo o marcador.
O Galinho manteve o equilíbrio e, aos poucos, foi tomando conta do jogo. No final, o placar de 4 x 1 não só garantiu a vice-liderança da competição para o Atlético, como também refletiu a melhor atuação da equipe sub20 nessa temporada.
Na sequência o Flamengo caiu de quatro no Mineirão, encerrando a serie de quatro jogos do Atlético sem vitórias. E a mística do numero quatro que encantou os jogos do Galo neste final de semana ainda perdurou na segunda feira.
As Vingadoras, time feminino do Atlético, enfrentaram o Botafogo no Rio de janeiro pelo campeonato brasileiro serie A2. Um jogo de contrastes. Enquanto o time atleticano ainda não tinha sentido o gosto da primeira vitória, a equipe botafoguense vi9nha invicta. Vinha, porque o Atlético venceu de virada por 2 x 1 e se manteve vivo na competição.
Mas o que isso tem a ver com o numero quatro? É que o arbitro deu quatro minutos além do tempo na etapa complementar e, exatamente aos 49 minutos do segundo tempo, as Vingadoras fizeram o gol da vitória. Ao todo, 4 jogos, 4 vitórias.
Mística à parte, parece que um período de bonança pode começar, de fato, a soprar pelos lados atleticanos. Mais do que nunca, sabedoria e diligência, serão necessárias para que o barco atleticano navegue com segurança e tranquilidade neste mar de aguas calmas para o qual este fim de semana parece tê-lo conduzido.
Placebo ou Vacina? Assim como no enfrentamento da pandemia a superação da doença e as possibilidades de cura dependem e muito de como cada organismo vai sentir e reagir ao vírus, continuar navegando em aguas tranquilas via depender da capacidade do Atlético de cuidar de seu corpo e das mentes de seus atletas e funcionários.
E a terça-feira já mostrou que todo o cuidado é pouco. Enquanto o sub17 se despedia do campeonato brasileiro da categoria vencendo o Sport em Pernambuco por 2 x 1, o garoto Rubens do time de transição e que vinha treinando normalmente com a equipe principal, testou positivo par o Covid-19.
As informações controversas e difusas, a despolitização, a falta de informação, os valores religiosos e culturais, o ambiente de socialização de cada um e o mau exemplo de terceiros determina o comportamento de cada um dos atletas.
Quanto mais jovens, mais susceptíveis às tentações e às aventuras. As más companhias, os falsos amigos e aqueles que se aproximam para levar alguma vantagem são fatores de risco. Cabe ao clube orientar sempre e cada vez mais. Alerta sempre e endurecer o protocolo nesse momento é essencial. Fazer testes com mais frequência é obrigação, inclusive de funcionários.
Outra medida indispensável é criar mecanismo que faça todo e qualquer atleta, também independentemente de idade, categoria, nome e status de carreira, se sentir responsável por si e pelos seus companheiros 24 horas por dia. Ou seja, faze-lo entender que, ao se proteger ele também estará protegendo os outros e, em contrapartida, sendo também protegido pelos companheiros. Trabalhar o senso de cumplicidade e de troca é o pulo do gato.
Trabalhar e estar alerta o tempo todo é o pulo do gato do sucesso do Atlético. E lembro aos místicos de plantão e a quem comanda o clube que os deuses ajudam a quem madrugar e fizer a sua parte. Os deuses do futebol, então… . Caso contrário, a bola pune. E como pune.