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A depressão, o Atlético e a alegria – Lutamos e vencemos

 

 

Léo Siqueira
Do Fala Galo, em Ponte Nova
30/09/2019 – 19h

A vida é feita de momentos bons e ruins. E alguns destes momentos ruins podem nos trazer um mal estar tão grande que chega a causar depressão. Assim como na vida, no futebol tem desses momentos e com várias nuances. Em se tratando de Galo, que para nós é um estado de espírito, cada vitória nos leva ao céu, mas as derrotas podem nos levar ao pior dos infernos. Contudo, a superação nos traz de volta a alegria de viver, de comemorar vitórias e títulos. Neste final de “Setembro Amarelo”, trago para vocês a história de uma grande Atleticana, que está superando a depressão graças ao amor e às amizades que conseguiu construir (e ainda constrói) tendo como elo de ligação o Clube Atlético Mineiro.

Sede do Atlético em Lourdes / Foto: Fa rkasvölgyi Arquitetura

Com vocês, Regiane Pereira dos Santos ou, como ela gosta de ser chamada, Regiane Atleticana:

“O meu nome é Regiane e eu supero a minha depressão com um remédio chamado Clube Atlético Mineiro.

Tenho 25 anos e há muito tempo sofro de depressão, uma doença que não é frescura e muito menos um motivo para chamar atenção. Eu sofria muito com a timidez e o bullying na escola. Me sentia muito triste até que, através da minha irmã mais velha, conheci o Atlético. E não foi em um bom momento. Afinal, quem não se lembra de 2005 com grande tristeza? Eu via em minha irmã aquela paixão pelo Galo, mesmo com toda situação do clube. Então eu comecei a acompanhar o time e percebi que sempre que eu estava assistindo um jogo ou até mesmo conversando sobre o Atlético, eu me transformava em uma pessoa melhor e corajosa.

No meio de uma crise depressiva, e com o Galo disputando a segunda divisão, em 2006 tive a grande oportunidade de ir ao estádio pela primeira vez. Era uma terça-feira (12/09, às 20h30) e o Mineirão recebia um público de 32.210 pagantes. Aos cantos de “VAMOS SUBIR GALOOOOO” vi o Atlético vencer o Paulista de Jundiaí por 2×0 com dois golaços, um de Danilinho e outro de Tchô. A sensação foi incrível e é a mesma que tenho agora só de lembrar da emoção, do arrepio, do quão incrível foi ver aquele campo pela primeira vez. Para mim, ver o Atlético em campo foi umas das sensações mais indescritíveis da minha vida. Para falar a verdade, todos os jogos que eu vejo no estádio ainda me deixam com a sensação de que é a primeira vez, pois sinto a mesma emoção e o mesmo arrepio daquele dia. Em um momento ruim, meu por estar depressiva e do clube por estar na segunda divisão, eu começava a viver mais. Eu me reinventava, assim como o Galo o fazia a cada jogo. Eu vibrava e passava ali a ser feliz com o Galo, seja ganhando ou perdendo.

Um pouco da coleção de camisas que Regiane guarda com orgulho

A partir daquele momento eu comecei a ter o Atlético como uma forma de mudar minha vida. A timidez acabou, eu comecei a colecionar amigos, porque o assunto futebol envolve muito as pessoas e nessa pegada de Galo daqui, Galo dali, eu acabei me apaixonando completamente por esse time. Hoje vivo essa paixão ardentemente. Se já fiz coisas inacreditáveis por ele? Sim! E faço até hoje, pois ele está comigo sempre. O Galo está presente na minha vida todos os dias.

Regiane em sua segunda casa, o “Estádio”!

Conviver com a depressão é ter momentos difíceis. É viver uma amargura, muitas vezes, quase irreversível. E assim também é o futebol. Eu vou me reerguendo sempre, assim como o Galo me mostrou ser possível várias vezes. A Libertadores foi um dos melhores momentos vividos por mim e por grande parte da torcida alvinegra. A conquista foi uma grande cura para qualquer mal que eu sentia e cada jogo era incrivelmente fantástico. Vivi a depressão, a amargura, a tensão e a pressão: “pênalti para o Tijuana aos 48 minutos do segundo tempo”. Era o caos e veio o alívio. Victor defendeu. Veio o alívio também com o gol de Léo Silva contra o Olímpia. Depois veio a glória: bola no travessão, Galo campeão! Adeus depressão, adeus pressão! Ali eu gritava alto: “Galooooo! Você é o remédio para minha depressão”.

E eu não sou Regiane para as pessoas que convivem comigo. Todos me chamam de atleticana ou de “o Galo é lindo”. Porque essa é a fala que me dá força para viver esse amor com intensidade todos os dias. Como eu disse, meu remédio é a minha tarja preta e branca. Porque eu não tomo mais antidepressivos por causa do Galo. Ou ele me acalmava ou me deixava mais nervosa, mas, com ele do meu lado, não teve melhor remédio para minha depressão. Nosso momento hoje é meio depressivo, mas a certeza é de que com o Galo, cada grito de gol é um remédio que lava minha alma.

Depressão é triste e assim como o Galo contra o Newell’s Old Boys, contra o Olímpia, contra o Flamengo ou contra o Corinthians, não teve facilidade para virar o jogo. Tenha certeza de que com toda nossa raça pra vencer e força de vontade para lutar podemos conseguir. Vamos lutar, lutar, lutar juntos em prol dessa causa.

Eu sou Regiane Atleticana e o Galo é lindo.”

 

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Edição: Ruth Martins
Edição de imagem: André Cantini