A César o que é de César

 

 

Por Alberto Castelli / Revisado por Jéssica Silva

Essa frase milenar, citada pelo cristianismo em um contexto histórico, pode ser aplicada também a esse momento atual que vive o Atlético e o seu torcedor, uma vez que entendo ser pertinente que os papéis devam ser bem definidos e compreendidos por ambas as partes aqui envolvidas; clube e torcida, cuja relação tentarei explicar melhor a seguir.

Ao clube, cabe o planejamento, a estruturação e profissionalismo adequados ao tamanho da instituição, bem como o devido respeito para com o seu torcedor, que incansavelmente insiste em nunca abandonar o seu “Galão Querido”, como por tantas vezes é carinhosamente chamado. Ao torcedor, cabe a postura de apoiar sim quando necessário, mas também de cobrar quando é merecido. De fato, essa colocação parece um pouco óbvia, é verdade, mas por vezes parece estar perdida em meio a essas ditas responsabilidades e nem sempre “César” tem recebido aquilo que lhe é apropriado. Esse mesmo “César”, a quem cito como exemplo, também não tem cumprido com o seu devido papel nessa relação clube/torcida.

E por que então não podemos afirmar que a frase que diz “a César o que é de César” tem sido bem empregada por parte do clube e da diretoria do Atlético? E a torcida, também tem a sua parcela de culpa ou responsabilidade nesse contexto? Bom, na verdade, sim. Todo esse contexto parece estar de ponta-cabeça, por inúmeros motivos. Dentre eles estão alguns que serão aqui expostos.

O CLUBE:
Por que em tempos de austeridade (expressão usada pela diretoria), contratamos tantos jogadores tidos como apostas, medianos ou fracos, cuja soma de salários e encargos acabam por “inchar” os cofres do clube e, assim, deixam de investir em atletas melhores e mais caros, mas que darão a resposta imediata em campo?

Por que continuamos com jogadores (heróis) que sim, foram importantes no passado, têm seu nome escrito na história do clube, mas que hoje só oneram os cofres da instituição e nada mais acrescentam em campo?

Por que damos tanto espaço para aqueles jogadores e funcionários que não teriam sequer a chance de tentar mais uma vez em algum outro clube, mas que aqui têm os seus erros, falhas e condutas sempre diminuídos e que, inúmeras vezes, nem são levados em conta?

Por que temporada após temporada insistimos, a diretoria insiste, em percorrer pela mesma estrada que sabemos onde vai terminar, mesmo assim decidimos por não pegar um atalho ou uma nova estrada que possa nos levar a um caminho diferente daquele já percorrido por tantas vezes?

A TORCIDA:
Por que decidimos aplaudir um time que perdeu de forma bisonha, por 3 a 0, para o seu maior rival no estado, diante do país inteiro em um mata-mata nacional, após o mesmo vencer uma partida por 2 a 0, quando decidiu correr atrás do prejuízo enorme, não fazendo nada mais que a obrigação de dar uma resposta ao seu torcedor pela atuação tão displicente no primeiro jogo?

Imagem: Pedro Souza

Por que não podemos criticar um “santo”, que outrora fez seus milagres, mas que hoje não passa mais confiança para a sua própria defesa, falha em momentos cruciais e parece não acompanhar a evolução que pede a sua posição no futebol moderno?

Por que insistimos em pedir a contratação de um certo atacante caríssimo, que colecionou idas e vindas do clube, jurou amores ao mesmo, e quando confrontado com sua própria história e palavras ditas ao seu torcedor, decidiu por assinar com outro clube, pondo em xeque tudo o que ele mesmo havia por aqui conquistado?

Por que continuamos achando que certos jogadores que fizeram algo grande no passado, deram carrinho na beirada do gramado, levantaram a torcida com gestos eufóricos, falaram aos quatro ventos quando convidados a usar o microfone, provocaram o rival com certas brincadeiras, ou vestiram a camisa com a tão falada raça, parecem estar acima do clube?

Essas e muitas outras prerrogativas parecem estar completamente desconexas, em um cenário que tanto o clube quanto a torcida, por mais apaixonada que seja, demonstram estar totalmente fora de sintonia com as suas verdadeiras atribuições e responsabilidades…

E o “César”? Bem, esse continua a esperar o que lhe é devido e, tendo dito isso, só consigo imaginar um caminho mais claro ao Clube Atlético Mineiro quando ambos, clube e torcida, entenderem de fato o seu verdadeiro papel dentro desse tão enigmático e ao mesmo tempo simples mundo do futebol.

 

JOGADORES DISPLICENTES – ATLÉTICO 2 X 2 FORTALEZA

 

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