Galo empata pela Libertadores: Por Jessica Silva

Galo empata pela Libertadores

Quem pensou que o Galo teria vida muito fácil por jogar contra um adversário que não havia feito nenhum jogo oficial na temporada até então, se enganou. Realmente o Danúbio não é um time tão qualificado tecnicamente falando, também não tivemos que lidar com uma torcida adversária fervorosa no Estádio “Luis Franzini”, porém, o time uruguaio não se absteve de jogar.
O fato de não ver seu time como um candidato ao título da Copa Libertadores da América não fez com que o técnico do Danúbio, Marcelo Méndez, recuasse para apenas assistir ao Galo jogando. No início da partida o dono da casa até ofereceu algumas dificuldades, fazendo com que o Atlético trocasse passes com frequência em busca de espaço. No entanto, com o passar do tempo, o Danúbio também ofereceu perigo.
Felizmente, o desempenho atleticano para buscar o ataque é muito melhor contra times que não se seguram lá atrás, o que fez o Galo ter um jogo mais desinibido, chegando com perigo frequentemente.
A primeira boa chance do Galo veio cedo, aos 10 minutos. Ricardo Oliveira e Luan chegaram bem, mandando a bola para Chará. O goleiro Cristóforo, fazendo o improvável, defendeu.
A disparidade técnica entre as equipes foi se acentuando com o desenrolar do jogo, dessa forma o Danúbio passou a dar mais espaços, já que queria também chegar ao ataque, mas quem saiu na frente foi o Galo. Aos 29 minutos, o Bom Pastor recebeu um passe na cara do gol e abriu o placar em Montevidéu, dando boa vantagem ao time atleticano.
Após sofrer o tento, o Danúbio já não chegava com tanta vontade e o Galo não se via mais tão ameaçado, podendo criar mais oportunidades e chegar com facilidade.
Mas quando tudo parecia se encaminhar para um primeiro tempo com vantagem atleticana, o Galo mostrou que vida fácil jogando fora de casa não é pra gente. Já nos acréscimos da primeira etapa o camisa 9 do lado de lá, Frederico Rodriguez, recebeu boa bola da direita e não desperdiçou, empatando a partida.
Ao voltar para o segundo tempo, o Danúbio estava disposto a virar o jogo. Pressionou o Galo, deu trabalho para a defesa atleticana (que contava com dois laterais pra lá de vulneráveis), mas não chegou ao gol.
Vendo as dificuldades atleticanas no segundo tempo, Levir optou por tirar Elias e Chará, trazendo à campo Zé Welison e Maicon Bolt, o que pareceu ser uma tentativa de recuar seu time. Será que o objetivo do treinador Galo era apenas empatar a partida, mesmo com totais condições de vencê-la? Já que optou por fazer alterações, Levir Culpi poderia ter sacado Luan do time, já que este não jogou com o mínimo de vontade que já teve em outras ocasiões.
Ricardo Oliveira teve boas chances durante o jogo, algumas desperdiçadas pelo motivo de sempre – sua falta de objetividade, e outras pela noite iluminada que vivia o goleiro Cristóforo. Gols praticamente feitos nos foram tirados pelo esforço do goleiro uruguaio, que também contou com sorte. Porém, mesmo perdendo algumas oportunidades, foi Ricardo Oliveira quem recolocou o Galo na frente. Aos 31 minutos, em novo passe da direita, nosso camisa 9 recebeu a redonda de Maicon Bolt e subiu para marcar seu segundo gol na partida. O bom desempenho de Ricardo Oliveira no Campeonato Mineiro contra equipes menos qualificadas foi questionado por todos, já que determinados jogos não servem mesmo de padrão para nada. O Danúbio também não é o mais difícil dos adversários, mas o contexto valoriza bastante a atuação do centroavante que mostrou serviço em um jogo decisivo, podendo nos dar a vitória e uma enorme vantagem. Infelizmente, a alegria por estar na frente durou muito pouco e o Galo sofreu um novo gol. Após cruzamento na área, o zagueiro Sérgio Felipe empatou a partida mais uma vez, jogando um balde de água fria em todos os atleticanos.
Entra ano, sai ano. Entra técnico, sai técnico. O que parece é que a defesa do Galo sempre falhará em lances simples, que muitas vezes só exigem o mínimo de atenção. Nosso problema com zagueiros aparentemente foi resolvido, temos defensores seguros e boas opções para variar a escalação, no entanto, os laterais nos preocupam. Fábio Santos falhou contra o Danúbio, mesmo assim sabe que seguirá no time titular, afinal, não há outra opção. Bater na tecla que jogador sem sombra não rende tudo o que pode já virou rotina por aqui, mas não deixa de ser verdade. Nosso camisa 6 é qualificado, porém, joga com comodidade, já que sabe ser a única alternativa de verdade para sua posição. Quando é que teremos no banco alguém que o peite e diga: “eu estou aqui!”?
Do lado oposto, já temos quem faça frente ao intocável Patric. Quantas vezes será necessário dizer que Guga é um lateral direito mais qualificado e infinitamente mais seguro para o time alvinegro até que Levir entenda?! Na verdade, nosso “contrato vitalício” com Patric vem muito antes de Levir Culpi. Não se sabe o porquê, mas a cadeira cativa que o lateral tem no time atleticano vem de longa data. Não é por talento, nem por atuações impecáveis, mas Patric sempre estará lá, mesmo indo contra a vontade de todos.
Fã declarada do Burro com Sorte e de sua maneira de trabalhar, confesso estar frustrada por vê-lo optar por deixar Guga no banco de reservas.
Com um empate sem gols ou em 1×1 no jogo de volta, o Galo já garante sua classificação, sendo assim, podemos ver o lado positivo de um empate fora de casa. A questão é que o Atlético teve tudo para voltar à BH com uma vitória, mas por erros simples não conseguiu mais que um empate. Como já foi dito, o Danúbio não é um adversário tão difícil assim e o Galo deve conseguir o triunfo jogando diante da Massa. O sonho da Libertadores está vivo, com uma certa dose de sofrimento, o que não surpreende. Agora nos resta tentar controlar a ansiedade até a terça-feira que vem, quando decidiremos nosso caminho na competição continental.
Antes disso, o Galo visita a Caldense no sábado, às 16:30. É importante que vença para manter o bom aproveitamento no estadual, mas a cabeça de atleticano algum estará 100% no Campeonato Mineiro. Estaremos pensando mesmo é que o jogo da volta, contra o Danúbio, poderia ser mais tranquilo. Estaremos pensando também que nem de longe queremos ver o Galo perdendo um caminhão de gols novamente e, acima de tudo, que nossa maior vontade é ver o Clube Atlético Mineiro passando por cima do time uruguaio e avançando na Copa Libertadores. Terça-feira a classificação não será o bastante, precisamos ver o Galo se impondo e jogando como uma equipe que não alivia para nenhum adversário e que sonha em não apenas competir, mas em levantar a taça da maior competição da América.

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