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Uma dose: o Galo x Flamengo com atuação memorável de Dátolo e reviravolta

Foto: Bruno Cantini / Rodrigo Mayrink

Por: Vinícius França / @FrancaVns

O confronto entre Galo e Flamengo marca muito a vida de todo atleticano. Alguns mais, outros menos, mas sempre marca. Hoje, este confronto referido marca também a estreia da nova série de matérias do FalaGalo, que conta com o apoio da Cachaçaria Nacional, e relatará, sempre, algum duelo marcante com algum adversário do Clube Atlético Mineiro.

Para a leitura desta crônica, o autor que vos escreve, recomendará sempre Uma dose – aliás, nome dado à série. Hoje, nada melhor que a excepcional Cachaça Legítima de Minas para acompanhar uma história com reviravolta e um show de Dátolo na Arena Independência.

Ainda disputando o título do Campeonato Brasileiro de 2015 contra o Corinthians, que infelizmente não foi como gostaríamos, o Galo voltou a destruir o Flamengo naquela sequência mais que espetacular, com direito a três goleadas em três confrontos no Horto. Aliás, vencer o Flamengo tem sempre um gostinho mais que especial, ainda mais para quem fora tão prejudicado contra tal time.

Para a fatídica partida de 2015, o Atlético entrou em campo, escalado pelo técnico Levir Culpi com a seguinte equipe: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Rafael Carioca, Leandro Donizete e Dátolo; Luan, Thiago Ribeiro e Lucas Pratto. Os 11 iniciais davam indícios de que o Galo iria fazer o que mais gosta: bicar!

O início, todavia, foi terrível. Antes dos dez minutos da primeira etapa, o Flamengo tinha um pênalti para cobrar. Parecia que tudo iria desandar. Porém, como é de conhecimento geral, nós acreditamos sempre. Victor também. O maior goleiro da história do Clube defendeu a penalidade aos nove minutos e reviveu o Galo – aí, caro leitor, sabemos o que ocorre nestes casos.

O estilo “Galo Doido” entrou na ativa, incorporado no corpo de Jesus… Dátolo. A primeira participação do argentino foi aos 15, com o cruzamento, que seria perfeito para Luan, mas foi para Marcelo, do Flamengo, fazer contra e abrir o placar. Três minutos depois, levamos o empate, mas nada abalou e fomos para cima. Com 25, Dátolo, mais uma vez, levantou a bola para a área – quase que com a mão, convenhamos – e Jemerson colocou o Galo de novo na frente.

Sofremos tanto durante nossa história contra o Flamengo, mas não nestes dois anos em específico (2014 e 2015). Como não tiveram dó do Galo em 1980 e 1981 e nos roubaram (não é possível minimizar os atos), também não tivemos. Dátolo não teve. No começo do segundo tempo, mais uma bola do meia argentino na cabeça de Jemerson. 3 a 1 Galo.

Conheço pessoas que usam uma boa cachaça para “chamar o gol do Galo”. Quase sempre funciona, ao menos no conto popular. Com certeza alguém tomou mais de uma dose antes de um dos gols mais bonitos da história do Independência, marcado por Dátolo.

25 é um número muito importante em nossa história, principalmente como data. No entanto, desta vez seria a minutagem. Na segunda parte do jogo, no tempo referido, Dátolo recebe a bola, dá uma caneta em Pará, limpa (momentaneamente) toda a desgraça do Galo contra o Flamengo e chapa a bola no canto direito do goleiro, com toda a categoria existente em terra. 4 a 1.

4 a 1, 4 a 0 e 4 a 1. Três jogos que serviram como um banho de sal grosso, para tirar tudo (ou quase) que existia no torcedor atleticano contra o Flamengo. Diferente deles, vencemos na bola – e não só vencemos, passamos por cima. Um pouco de alívio em meio à tanta desgraça histórica contra o rubro-negro.

Este que vos escreve ainda acredita que nosso maior rival é o Flamengo, por tudo que passamos e o que envolve o confronto. Ganhar do Flamengo é muito bom, porém, vencer da maneira que fora, triunfos com enorme propriedade, Legítimas (em Minas), em competições importantíssimas e ainda com reviravoltas, é ainda mais esplendoroso. Desce mais uma dose pela boa lembrança, por favor.